Taste / HYUNLIX [sendo reescrita]

[2ª] Você vai cair para além do inferno

As pétalas das flores de cerejeira caíam suavemente à medida que o vento soprava seus rostos, os pássaros cantavam em harmonia enquanto o som das águas se movimentando colaboravam para aquela melodia suave de fim de tarde.

O jovem casal, com seus corpos úmidos e seminu, repousavam debaixo daquela enorme árvore, rodeada pelas águas cristalinas da lagoa descoberta pelos amantes.

Com seus fios loiros, o Park olhava amorosamente para as madeixas escuras em seu colo, com um sorriso terno no rosto em ver o quanto o cabelo de Jeon já havia crescido.

Jeon Jungkook, o filho mais novo da atual família Hwang, carregando o sobrenome da mãe ao invés do pai.

Talvez fosse uma benção por parte dos mais velhos, ninguém saberia dizer o contrário. Afinal, era difícil algum filho com sobrenome Hwang sobreviver até aos dezoito anos, devido a uma doença misteriosa que assombrava seus corpos.

Mas aquilo não preocupava o jovem casal, na verdade, estavam presos demais em sua bolha para lembrarem-se da terrível realidade em que viviam. A aliança dourada no anelar do humano lhe trazia pontadas fortes em seu coração.

Talvez fossem mágoas ou até mesmo algum tipo de parada cardíaca… não saberia dizer ao certo… era um demônio, oras!

— Precisarei voltar para casa antes do anoitecer, Minnie… — a voz calma do Jeon trouxe Jimin de volta para realidade, suspirando triste antes de assentir com um bico nos lábios — Não faça essa cara, meu amor… passei muito tempo longe daquela mulher.

— Eu poderia resolver isso facilmente se me deixasse decapitá-la… — cruzou os braços, fazendo o maior se levantar rapidamente, rindo de forma contida — Para de rir! Eu estou falando sério!

— Ah, Diabinho… como pode falar isso para a mulher que carrega um filho seu?

— Lhe garanto que ela não foi a primeira. — deu de ombros, desviando o olhar.

Jeon não demorou muito para fechar a cara e ficar de pé, cruzando os braços e indo para o mais longe que conseguia de Asmodeus naquele pequeno pedaço de terra.

— Amor…

— Cala a boca, se não te afogo na porra desse lago, Park Jimin!

— Mas amorzinho… você é o único homem da minha vida!

— Diz isso só porque eu não te dei um filho…

— Justamente por isso que eu te amo! — gargalhou ao receber o olhar indignado do maior, o abraçando rapidamente antes de escutá-lo bufar. — Não poder gerar um filho ou fazer um, não me faz lhe amar menos.

— Você não deveria falar desse jeito sobre seus filhos… não sabe a sorte que tem. — olhou tristonho para si mesmo no reflexo da água, refletindo sobre sua própria infância — Eles merecem receber seu carinho, amor e atenção…

— Eu não levo jeito pra isso, que tal você cuidar dessa parte, huh? — de forma típica, Asmodeus recusava falar sobre seus próprios sentimentos, mascarando tudo em forma de piada, como sempre fazia.

Afinal, o que poderia ensinar aos seus filhos? Seu próprio pai havia causado sua própria morte…

— Quando tudo isso acabar… seremos nós três, bem longe daqui… — sorriu olhando nos olhos do maior, segurando suas mãos antes de beijá-las. — Bom, quatro… se o moleque mais velho quiser, eu não posso forçá-lo.

— Mas quando isso tudo irá acabar?

— Assim que ele nascer, eu poderei recolher a minha dívida. — abraçou o maior pela cintura, descansando a cabeça em seu peito — Não posso deixar de cumprir a minha parte, porque se não… eu que serei morto.