SAGRADO PROFANO . TAEKOOK

TONS MARRONS . 01

Bom dia, tarde, noite ou madrugada a todos os leitores de sagrado profano! Aqui estou novamente trazendo mais um cp novo de SP. Esse novo capítulo dessa trama está cheia de mistérios pra deixar claro, espero que vocês gostem e, por favor, comentem sua opinião pois vai me ajudar bastante e me motivar pra caralho.

Obs: queria deixar claro que SP vai ter só 10 eps, vai depender bastante da autora já que ela é sem noção. 🙄

RIO DE JANEIRO, BRASIL. 2024, 06

DOIS MESES DEPOIS - POR TAEHYUNG.

Já fazia dois meses desde o casamento que explodiu as redes e as revistas de fofoca. Eu segurava o celular, olhando notificações sem sentido, enquanto sentia as cerdas do pincel roçarem suavemente na minha pele. O maquiador fazia seu trabalho, mas eu? Eu estava inquieto, impaciente. Não pisava numa passarela há tempos, desde aquele casamento. E isso, por si só, já era o suficiente para me deixar à flor da pele.

Aquele evento no Carioca Palace seria o ponto alto da noite. Gente rica, influenciadores metidos, toda a elite desfilando por ali como se fossem donos do mundo. Às vezes, me dava uma raiva absurda pensar em como as pessoas se dividem, como se uns fossem melhores que os outros. Mas, foda-se, esse era o jogo, e eu sabia jogar.

Quando o maquiador deu o toque final, olhei no espelho e, por um segundo, me senti fora de mim. Aquela maquiagem delicada, angelical, me tirava do sério. Forcei um sorriso, mas estava claro o desconforto. Essa palhaçada de me chamarem de anjo já estava no limite. Eu? Um anjo? Não sou nem de longe puro, e quem me conhece bem sabe que não sou santo.

Suspirei, joguei a atenção de volta pro celular e lá estava, piscando uma mensagem inesperada "esse comédia que cê tá é traiçoeiro, cuidado." Soltei uma gargalhada alta, abafada pela minha mão. Nem sabia quem tinha mandado aquilo, mas achei graça. Desliguei o celular, levantei da cadeira e fui até as roupas com o estilista e dono do evento ao meu lado. Às vezes, tenho essa sensação maluca de que sou o personagem principal da história. Loucura, né?

Quando cheguei perto das roupas, tive uma surpresa que quase me fez rir de alívio. Aquelas peças não tinham absolutamente nada a ver com a maquiagem patética que eu estava usando. Estampas de onça, um casaco volumoso de pelos que parecia tão real que quase dava pra sentir o animal ainda respirando. Tudo ali era uma verdadeira obra de arte.

Passei a mão pelo tecido e, por um momento, me perdi na suavidade. Sorri, até que vi o estilista ao meu lado, com uma expressão que gritava desaprovação ao olhar pro meu rosto.

— Quem foi que cagou na sua cara assim? — Ele perguntou com aquele sotaque francês carregado, o tom ácido me arrancando uma risada involuntária.

— O Victor, um dos maquiadores — respondi, com a maior calma do mundo, dando de ombros. — Não curtiu?

— Não é que eu não curti, eu detestei! — Ele soltou, com uma sinceridade tão cortante que quase doeu. — Vou ter que fazer eu mesmo? Esses imbecis não sabem nem maquiar pra merda de um desfile! Que porra é essa? Anjo? Mandei fazer algo felino, não essa bosta celestial.

A maneira como ele xingava, com aquela fluidez natural, me pegou de surpresa. Fiquei sem reação por um segundo, mas logo senti o puxão no meu pulso. Ele me jogou de volta na cadeira, resmungando palavrões em francês com uma frustração que chegava a ser engraçada.