Highway to Hell - Seongjoong

𝕻𝖗𝖔𝖑𝖔𝖌𝖚𝖊: 𝕳𝖆𝖑𝖑𝖔𝖜𝖊𝖊𝖓 𝕹𝖎𝖌𝖍𝖙

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Seonghwa avisou que aquela era uma péssima ideia, mas desde quando seus amigos o escutavam? Agora, estavam todos condenados.

Nunca foi fã do Halloween, especialmente por ter sido criado em um lar estritamente religioso. Desde pequeno, Seonghwa aprendeu que brincar com o sobrenatural era perigoso — uma crença que se fortalecia a cada sermão e advertência que sua família lhe dava. Mas essa não era a realidade de seus amigos. Para eles, Halloween era sinônimo de travessuras, risadas e um toque de adrenalina.

Fazia exatamente dois anos desde que Seonghwa deixara Ilsan para morar em Seul, ao lado de seu irmão mais velho, Yunho. A mudança foi um grande passo em sua vida, e mesmo com a proteção constante de Yunho, Seonghwa sentia que a nova cidade era um território repleto de tentações e desafios. Ele lutava para permanecer fiel aos seus princípios, enquanto seus amigos pareciam determinados a puxá-lo para o lado oposto.

Yunho, por sua vez, não compartilhava das crenças religiosas de Seonghwa. Assim que entrou na faculdade, aos 18 anos, ele não hesitou em se mudar para a capital, onde poderia finalmente ser quem quisesse, longe da pressão familiar. Seonghwa, mesmo não concordando totalmente com o irmão, respeitava suas escolhas e não interferia em sua vida.

Naquela noite, a casa de Seonghwa estava repleta de uma mistura de nervosismo e excitação. Ele observava os rostos de seus amigos enquanto se acomodavam no chão da sala, cercados por travesseiros e cobertores. Wooyoung, sempre entusiasmado, havia sugerido uma festa do pijama temática de Halloween. E, como sempre, seus amigos o seguiram, convencendo Seonghwa a participar.

— Isso é uma péssima ideia — repetiu ele, sua voz soando quase como um aviso.

— Hyung, para de ser chato. É só um livro idiota escrito por alguém idiota. Não é como se isso aqui fosse de verdade — Wooyoung revirou os olhos e jogou o livro no tapete da sala.

O Jung havia encontrado um antigo grimório em uma loja de antiguidades. O vendedor garantiu que ele era capaz de todo tipo de coisas sobrenaturais, desde conversar com espíritos até invocar demônios e criaturas macabras.

A ideia de brincar com aquele tipo de coisa fazia Seonghwa se sentir inquieto. Ele não conseguia ignorar a sensação de que estavam mexendo com forças além de sua compreensão. Mas seus amigos, envolvidos pela curiosidade e pelo desejo de aventura, não compartilhavam de suas preocupações.

Com os amigos formando um círculo em torno do livro, Seonghwa hesitou, mas acabou se juntando a eles, mesmo com a mente gritando que aquilo era um erro. A luz das velas dançava, projetando sombras que pareciam ganhar vida, aumentando sua inquietação.

— Fechem os olhos! — Wooyoung ordenou, a excitação em sua voz.

Relutantemente, Seonghwa fechou os olhos, tentando afastar a sensação de que estava prestes a cruzar uma linha perigosa. As palavras que Wooyoung começou a entoar pareciam ressoar no fundo de sua mente, como um eco de tempos antigos.

— Aperite portas inferni et dimittite daemonum umbras… — a voz de Wooyoung era hesitante enquanto ele lia, claramente sem entender o que estava dizendo.

— O que isso significa? — Seonghwa perguntou, abrindo um olho, sentindo o ar ao seu redor se tornar mais denso.

— Não faço ideia — Wooyoung riu, encolhendo os ombros. — Só vou lendo, né? Acho que é algo como… — Wooyoung deu uma pausa, pegando o telefone para ver a tradução dos escritos. — “Abram as portas do inferno e libertem as sombras dos demônios”?