Desce.

2.7K 193 51
                                    

O som ensurdecedor dos gritos da plateia enchia o estádio e vibrava pelo palco enquanto Faye e Yoko performavam juntas o número final, como se fossem uma extensão uma da outra, com os holofotes oscilando entre as duas. A energia entre elas era carregada de sensações distintas, e o público parecia sentir cada uma delas de seus respectivos assentos.

Faye, limitando sua concentração aos passos ensaiados, mal tinha tempo de processar tudo o que aquele show lhe causava. Cada movimento executado em sincronia ao lado de Yoko trazia uma satisfação crescente para ela, visto que nunca fora tão difícil se manter no ritmo da música enquanto a garota dançava sensualmente ao seu lado.

Enquanto Faye tentava manter firme sua postura desajeitada e graciosa, Yoko, surpreendendo a todos, começou a descer lentamente, com o corpo colado ao de Faye, rebolando descaradamente na frente dela. O público estava enlouquecido, assim como a mulher à sua frente. A ondulação do quadril de Yoko era uma habilidade vista poucas vezes por Faye. Normalmente, esse privilégio só era dado a ela quando a garota rebolava insistentemente sobre seu colo em quartos de hotel, mas nunca desse ângulo.

Yoko estava tão solta. O body apertava suas curvas de uma maneira tão possessiva que fazia a mente de Faye fervilhar, com o piscar das luzes refletindo na pele ligeiramente suada. Cada detalhe de sua figura angelical, esculpida por demônios, era destacado sobre a visão excitada da mulher. Ao chegar ao chão, a garota lhe lançou um olhar de baixo, com um sorriso malicioso crescendo nos lábios, sussurrando dizeres implícitos: "Nenhuma delas chega aos meus pés." As dançarinas que antes cercavam Faye, rebolando para ela como parte da coreografia, agora não eram nada comparadas a Yoko. Ver a mais nova daquele ângulo, tão perto e tão descarada, trouxe à tona sensações que Faye tentara a todo custo reprimir, mas os olhos cheios de travessura inevitavelmente a fizeram perder o foco por um segundo. E Faye sentiu o impacto disso.

Sua respiração acelerou, e, embora tentasse disfarçar, seu sangue corria rápido pelas veias, e um calor quase insuportável já subia pelo seu corpo. Yoko sabia o que estava fazendo. Ela sempre sabia. Quando levantou o rosto, seus olhos se encontraram com os de Faye por uma fração de segundos, e o sorriso que crescia em seus lábios era de pura malícia. Não havia mais espaço para dúvida — aquela performance não era apenas um show para os fãs. Era uma mensagem descaradamente silenciosa.

Faye piscou, tentando recuperar o foco, mas os flashes das câmeras e o som ensurdecedor da plateia faziam tudo ao seu redor parecer uma sobrecarga. No entanto, a única coisa que importava naquele momento era Yoko, ajoelhada à sua frente, com aquele sorriso travesso que a deixava louca com facilidade. E então, do mesmo jeito que desceu, Yoko subiu lentamente, deslizando seu corpo colado ao de Faye, com os dedos roçando levemente o dorso da mulher no processo.

Yoko mantinha o olhar fixo nela, como se estivesse saboreando cada segundo daquele momento. E Faye, por mais que tentasse disfarçar, sentia-se cada vez mais à mercê de suas próprias vontades.

[...]

Assim que as cortinas caíram e a energia do show se dissipou, Faye mal conseguia raciocinar. O incêndio que Yoko havia iniciado em seus pensamentos durante a performance ainda queimava, mas agora sob sua pele, e cada passo que davam para fora do palco parecia arrastar uma urgência que Faye não estava disposta a ignorar. Não dessa vez.

Yoko lhe alcançou com um olhar curioso enquanto as duas saíam juntas, mas Faye não tinha tempo, nem disposição para joguinhos. Ela estava excitada demais para ceder às gracinhas de Yoko naquele momento. Sem dizer uma única palavra, agarrou o braço de Yoko com firmeza e a arrastou pelo corredor, seus olhos percorrendo todo o ambiente com desespero, procurando algum lugar privado onde pudessem... se resolver.

O camarim estava lotado, com a equipe toda celebrando o quão bem-sucedida havia sido a noite, discutindo sobre a performance e organizando os materiais para a saída do local, ou seja, o espaço estava fora de cogitação. Ela precisava de silêncio, de privacidade, de Yoko — e rápido. Seus olhos encontraram o banheiro privado dentro do camarim, mas a ideia foi descartada tão rápido quanto surgiu. Também estava cercado, e não havia possibilidade de entrar ou sair dali, o que a forçou a continuar procurando.

On my Knees - One Shot FayeYoko Onde histórias criam vida. Descubra agora