ℐtachi 𝒰chiha x 𝒜 kira 𝒰chiha
Antes do massacre do clã Uchiha, Itachi rompeu abruptamente seu relacionamento com Akira Uchiha, uma jovem do clã que amava profundamente. No dia do massacre, Akira recebe uma missão para a Vila da Areia, sem saber q...
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O BARCO DESLISAVA SILENCIOSAMENTE PELO RIO, envolto em uma névoa tão densa que parecia apagar os limites entre a terra e a água. O motor estava desligado, e o único som que se ouvia era o das pás dos remos entrando em contato com a água e a empurrando.
- Estamos quase chegando ao País das Ondas - murmurou o barqueiro, a voz baixa e cuidadosa, como se o som pudesse atrair algo indesejado da névoa.
Kakashi observava o cenário ao redor com atenção, mas parecia relaxado, uma calma que só os mais experientes shinobi podiam demonstrar em momentos de tensão. Ao seu lado, Akira mantinha os olhos semicerrados, o instinto aguçado de uma ANBU. Mesmo sem ativar seu Mangekyō Sharingan, ela sentia algo estranho no ar, uma presença sutil escondida na névoa. Naruto, no entanto, parecia alheio a qualquer necessidade de discrição.
Ele se agitava no barco, balançando de um lado para o outro, incapaz de ficar quieto. Era como se a impaciência e o entusiasmo fossem partes de sua essência. Kakashi o observou de canto de olho e lançou-lhe um olhar silencioso de advertência, a mensagem clara: "Mantenha-se quieto." Naruto, contudo, não captou o recado. O jovem ninja continuava inquieto, sem entender a gravidade do momento.
Sasuke, por sua vez, estava mais atento, com uma calma fria que contrastava com o comportamento de Naruto. Seus olhos escaneavam a névoa, como se quisesse ser o primeiro a detectar qualquer ameaça. Sua postura era séria, e uma sombra de ansiedade passava por seu rosto. Para ele, cada missão era uma oportunidade de se fortalecer e de provar sua superioridade - especialmente diante de Naruto.
Akira observava os dois jovens com um olhar distante. Aquele time a lembrava de seus dias na ANBU, ao lado de Kakashi. Havia uma certa nostalgia na atmosfera, mas também uma tristeza latente. A sombra de Itachi pesavam em seu coração, por mais que ela odiasse esses pensamentos.
Ela o odiava com cada fibra de seu ser. Odiava sua frieza, sua aparente indiferença, e principalmente o fato de que, por mais que tentasse, suas lembranças com ele não eram de dor ou traição, mas de momentos incrivelmente bons. O tipo de recordações que confundiam a alma e a faziam questionar a própria realidade. Era mesmo Itachi quem havia cometido aquele ato imperdoável? Ou o homem que ela amava ainda estava em algum lugar, escondido sob a máscara do assassino?
Essas memórias invadiam seus pensamentos como um veneno doce, um fardo insuportável que a fazia duvidar de si mesma. Mais do que temer seu ódio, Akira temia a possibilidade de, quando finalmente o confrontasse, vacilar. Não era a dor do passado que a aterrorizava, mas o medo de que, na presença de Itachi, o peso de todos aqueles anos se dissipasse num único instante de fraqueza. E se, no tão temido reencontro, o amor ainda dominasse seu coração? Ela seria capaz de completar sua vingança?
Era essa incerteza que mais a corroía. Ela repetia a si mesma que o odiava, que o mataria sem hesitar, mas, no fundo, sabia que o amor, traiçoeiro e indomável, ainda vivia. Por mais que ela lutasse contra, sempre restava a dúvida: será que seu ódio era forte o suficiente para apagar o que um dia fora seu maior sentimento?
