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A LUA BRILHAVA SUAVEMENTE NO CÉU, sua luz prateada derramando-se sobre a cidade adormecida, como se estivesse guardando os segredos dos corações solitários. Para Jungwon, essa luz tinha um significado diferente, um peso invisível, uma presença constante que o acompanhava em suas noites mais escuras e em seus pensamentos mais profundos. E no centro de todos esses pensamentos, como uma estrela distante, sempre estava Jay.

Ele sabia que amar Jay era como tentar tocar a própria lua - uma missão fadada ao fracasso. Mas como resistir àquele sorriso? A cada palavra que Jay dizia, Jungwon sentia como se estivesse se afundando mais e mais em um sonho do qual não queria acordar. Tudo ao redor se tornava um borrão, insignificante, exceto o brilho suave e inatingível de Jay. Era doloroso, mas ao mesmo tempo, uma dor que Jungwon já havia se acostumado a carregar.

Jungwon suspirou, seus pensamentos ecoando em seu peito como um grito silencioso. Ele se lembrava de todas as vezes que esteve ao lado de Jay, a proximidade física tão intensa e, ao mesmo tempo, tão distante. Cada palavra que Jay dizia, cada risada compartilhada, cravava-se profundamente em seu coração. E era sempre naquele exato momento, quando o olhar de Jay se voltava para outro alguém, que a realidade batia à porta com uma força esmagadora. Jay não o via da mesma forma. Para Jay, Jungwon era um amigo, talvez um confidente, mas jamais alguém a ser amado com o mesmo fervor.

Era uma prisão emocional. Enfeitiçado pela lua, Jungwon estava preso em um ciclo de desejo e frustração. O amor que ele nutria por Jay era ao mesmo tempo sua maior alegria e sua maior dor. Ele sabia que não havia como voltar atrás. Ele estava preso. Preso naquele amor que crescia dentro de si, como uma flor que desabrochava em um terreno árido, em meio ao desespero de ser constantemente ignorado, constantemente esquecido.

Nas noites silenciosas, Jungwon deitava-se sob o manto estrelado do céu, olhando fixamente para a lua, procurando respostas que ele sabia que nunca viriam. Ele se perguntava como era possível alguém amar tão profundamente sem ser amado de volta. Como ele podia se entregar tão completamente a um sentimento que parecia apenas se fortalecer com a ausência de reciprocidade? A dor, ao invés de dissipar-se, apenas se tornava mais intensa, como uma ferida que nunca cicatrizava.

"Amor," ele pensava, "não é algo que se escolhe." E ele certamente não havia escolhido amar Jay. Era como se, de alguma forma, as estrelas tivessem conspirado para que seus sentimentos florescessem de maneira silenciosa e inevitável. Mas o amor de Jungwon não era calmo ou sereno. Era uma tempestade, uma força incontrolável que o tragava sempre que ele ouvia a voz de Jay, sempre que sentia o toque ocasional e casual de sua mão.

Ele se lembrava de todas as vezes em que tentou confessar. As palavras subiam à sua garganta como ondas, prontas para serem lançadas, mas sempre recuavam no último segundo, deixando apenas um gosto amargo de arrependimento. Era medo, claro. Medo de perder a única coisa que ele realmente tinha - a amizade de Jay. E então ele se segurava, sorria, fingia que tudo estava bem enquanto seu coração sangrava por dentro. Jay jamais saberia. E talvez fosse melhor assim. Talvez fosse melhor manter esse amor enterrado, guardado em seu peito como um segredo silencioso e sagrado.

Em uma dessas noites, Jungwon caminhou até a beira de um lago, o mesmo onde ele e Jay costumavam ir. A lua se refletia nas águas calmas, criando um espelho de luz que parecia mais real do que o próprio céu. Ele se sentou na grama fria, abraçando seus joelhos, e deixou seus pensamentos vagarem. Ele sabia que nunca teria a coragem de dizer a Jay o que realmente sentia. E isso o destruía por dentro.

Ele fechou os olhos e deixou as lágrimas caírem silenciosamente, como se fossem parte da paisagem, parte daquele mundo que ele havia criado em torno de Jay.

━━ Você é minha lua, Jay. ━ ele sussurrou, suas palavras perdendo-se no vento noturno. ━━ E eu sou apenas alguém que se perdeu na sua luz.

As memórias vieram como uma maré implacável. Ele se lembrou da primeira vez que percebeu seus sentimentos, um choque silencioso que o arrebatou em uma tarde comum, quando Jay sorrira para ele de uma maneira que fazia seu coração saltar no peito. Naquele momento, Jungwon soube que estava perdido. E desde então, ele se afogava nesse oceano de amor não correspondido, nadando em círculos, sempre buscando algo que nunca seria seu.

Ele abriu os olhos, olhando novamente para o reflexo da lua. Era estranho como algo tão distante podia ter tanto poder sobre ele, tanto controle sobre suas emoções. Jungwon sabia que amar Jay era uma sentença sem fim. Mas, ainda assim, ele não conseguia deixar de amar. Ele não conseguia se afastar. Porque, no fundo, amar Jay, mesmo que doloroso, era a única coisa que fazia sentido para ele.

Jungwon se levantou lentamente, sentindo o peso do mundo em seus ombros. Ele se virou, lançando um último olhar para a lua antes de começar a caminhar de volta para casa. Cada passo era mais pesado que o anterior, como se o próprio chão estivesse tentando segurá-lo ali, tentando mantê-lo preso naquele momento, naquela dor.

Mas, enquanto ele caminhava, uma verdade amarga se revelava dentro dele: Jay nunca seria seu. E por mais que tentasse, por mais que sonhasse, Jungwon sempre estaria sozinho, preso em um amor impossível, enfeitiçado pela lua e perdido em um sonho que nunca seria real.

E então, ele sorriu, um sorriso triste e resignado. Talvez fosse isso o que o amor realmente significava para ele: não o êxtase da reciprocidade, mas a beleza silenciosa da entrega, mesmo quando tudo o que restava era a própria escuridão.

Enfeitiçado pela Lua

A lua me chama, distante e fria,
Seu brilho suave, meu único guia.
Em seu reflexo, te vejo tão claro,
Um amor impossível, que em silêncio declaro.

Tu és a estrela que nunca terei,
O sonho distante, a quem sempre amei.
Teu riso, teu toque, me prendem aqui,
Mas nunca, jamais, virás até mim.

E enquanto caminho nas sombras da noite,
Te sigo em segredo, num passo sem açoite.
Pois amar-te, Jay, é viver na ilusão,
Uma dança sem fim, sem reciprocidade ou razão.

Sou preso em teus olhos, perdido em teu ser,
Como a lua no céu, que nunca vou ter.
E embora este amor seja dor, seja enredo,
Eu o guardo comigo, meu doce segredo.

Então sigo, na noite, sozinho e silente,
Enfeitiçado pela lua, eternamente.

•••

FIM!
FIM!

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❙ ﹙﹗ 𝗺𝗼𝗼𝗻𝘀𝘁𝗿𝘂𝗰𝗸'   j a y w o n.Onde histórias criam vida. Descubra agora