SHOOTING | jikook

CINCO

O apartamento de Yoongi não era nada afastado da cidade. Ficava em uma área iluminada, bem ao centro de Ohio. A enorme janela da sala de estar dava uma vista incrível para os prédios comerciais e os carros que não paravam de passar na rua.

Morava no último andar por desejo próprio, pois sempre sonhou com apenas três coisas no apartamento: que ele fosse grande, com uma janela grande e uma vista de dar inveja.

Yoongi não possuía muitos amigos na OTRC. Estava lá há bastante tempo, possuía um bom cargo e só fazia o que tinha para fazer. Sempre foi muito reservado com sua vida pessoal, então era difícil vê-lo desabafando ou simplesmente conversando com pessoas. No entanto, isso não o impedia de ser gentil e muito inteligente.

Todos esses pontos seriam uma exceção apenas a Hoseok. Ele e Yoongi ficavam há bastante tempo, mas pouca gente sabe disso. Vez ou outra saíam para beber com Namhyun, Jimin e, quem sabe, outras pessoas.

Entre conversas e risadas, Yoongi descobre que Jimin e Hoseok já foram muito próximos no início, mas repentinamente o loiro se afastou e criou uma ponte entre ele e o Jung, então nunca mais foi o mesmo.

Por ser muito observador, o Min possuía visões e opiniões sobre muitas pessoas da empresa, mas claro que ele nunca as falaria. 

Bom, pelo menos não até aquele momento. Pois ao ver JImin caído de joelhos no chão, chorando alto e arranhando os próprios braços, ele de alguma forma sentiu que precisava salvá-lo, seja lá do que fosse.

Então ele correu até o menor e se abaixou para tocá-lo. Jimin, tão necessitado, não hesitou quando o reconheceu e cedeu aos braços de Yoongi, que o tocaram e o ajudaram a se levantar.

– Jimin?! Jimin, o que houve?!

Jimin o abraça e abafa o choro no casaco de couro do mais velho.

– Meu Deus, você está muito quente, mesmo nesse frio. Vamos até o apartamento, eu vou ajudá-lo! Venha. – Pegou a mochila e o casaco do chão. Depois, passou o braço por cima do ombro dele e caminharam juntos até o carro.

Jimin tremia como nunca, e mesmo com o aquecedor do veículo ligado, ele ainda tremia. Tremia de medo. Medo de tudo naquele momento, como um filhote perdido no meio do nada.

Yoongi passou o caminho todo em completo silêncio, deixando que Jimin se acalmasse primeiro para depois perguntar.

Chegaram ao apartamento e ele o ajudou a se lavar, fez com que ele comesse e depois o entregou uma xícara de chocolate quente, tudo isso em completo silêncio.

O loiro agradeceu mentalmente por Yoongi não perguntar nada, e somente cuidar dele. E não importava que não fossem próximos o suficiente para tudo aquilo, pois sem perceber, Yoongi o salvou.

O colocou para dormir em sua cama e depois foi para o sofá.

Jimin demorou a dormir, o choro ameaçava a voltar a qualquer momento.

Na manhã seguinte, foi acordado pelo cheiro de comida que vinha da cozinha. Piscou duas vezes, se acostumando com a claridade, e se sentou no colchão macio.

Sua cabeça pesava como uma rocha. Ele caminhou lentamente até a cozinha e logo foi avistado por Yoongi, que sorriu pequeno e continuou mexendo e misturando os ovos na frigideira.

– Bom dia. Sente-se, o café está quase pronto. – Pegou um prato no escorredor e colocou os ovos e algumas fatias de bacon ali. – Não é exatamente um café da manhã coreano, mas estou viciado nisso. Gostaria que provasse.

Jimin pegou um pouco e colocou na boca.

– Nossa...é divino. – Sorriu pequeno. – Obrigado, Yoongi, está muito bom, de verdade.