Ele era tão inocente. Um pequeno e fofo canguru de brinquedo, daqueles que as crianças gostam de abraçar quando dormem. Mas esse era um pouco diferente. Quando eu batia palmas ou batia os pés no chão, uma "caixa de som" dentro do brinquedo reproduzia um som de riso. De primeira eu achei engraçado, quando Louise o colocou no chão e bateu palmas. "Quanto você pagou por ele"? Perguntei para a minha irmã. "Uns quarenta reais em um armarinho!" Minha irmã respondeu depois dos risos.
Nunca suspeitei que algo de extraordinário pudesse acontecer. Foi nas férias da escola, eu estava bastante entediado já que estávamos na transição do verão para o outono, o que significava um tempo horrível (eu moro na Austrália). Eu passava a maior parte do dia dentro de casa, mexendo no computador ou alimentando minhas cobras. Certa noite, desliguei o computador e resolvi dormir mais cedo. Consegui cair rapidamente no sono, até que umas duas da manhã, um clarão iluminou o quarto e ouvi algo caindo. Olhei para um canto do quarto e percebi a minha câmera no chão, completamente destruída, e o canguru de brinquedo sentado no lugar onde a minha câmera deveria estar. Um arrepio percorreu o meu corpo. Peguei os restos da câmera lentamente. Ela não estava em uma bolsa? Olhei para o canguru e percebi que ele estava sentado sobre a bolsa da câmera.
Decidi que mais tarde naquele dia verificaria se o cartão SD da minha câmera ainda poderia ser retirado, assim eu poderia salvar todas as minhas fotos que havia tirado durante o ano. Meus pais não ficaram muito felizes quando mostrei o que sobrou da câmera, e colocar a culpa em um canguru de brinquedo não parecia uma boa ideia.
De qualquer forma, retirei o cartão SD, o inseri no computador e comecei a transferir todas as fotos. Eu sabia que o processo levaria algumas horas, então saí com alguns amigos para passar o tempo.
Levei tanto tempo fora, que até esqueci da câmera. Voltei para o meu computador e o que encontrei quase me fez gritar. A última imagem transferida mostrava o canguru de brinquedo, só que na foto ele estava mais realista, diferente e perturbador. Os olhos estavam negros. Lágrimas de sangue escorriam pelo rosto e ele estava sorrindo, mostrando dentinhos afiados e manchados. Era bastante assustador. Mostrei a imagem para o meu pai, e ele acreditou que a imagem não passava de uma brincadeira da Louise. E ele me garantiu que teria uma séria conversa com ela. Eu me senti bem melhor... até que lembrei que a Louise ainda era muito nova. Eu a conhecia muito bem, e sabia que ela não entendia nada sobre photoshop. Decidi salvar a imagem, assim poderia mostrar para os meus amigos que entendiam sobre montagens. Mas quando fui procura-la, ela já havia desaparecido. A imagem tinha sido apagada do meu computador e do cartão SD.
Fiquei a noite inteira perturbado, rezando para não dar de cara a qualquer momento com aquele canguru diabólico. Mas acabei caindo no sono e acordando normalmente pela manhã. Por um momento pensei que tudo estava bem. Mas eu estava errado. Eu costumava verificar as minhas pythons sempre ao acordar pela manhã. Mas ao me aproximar do grande aquário onde elas ficavam, eu quase chorei quando percebi que a minha python favorita estava morta. Fiquei arrasado. Aquela cobra era linda, e tinha me custado caro! Olhei por todos os lados, procurando algo diferente pelo quarto. Ouvi uma risada. A risada mecânica do canguru. Me arrepiei completamente quando o vi sentado em uma cadeira no outro lado do quarto. Meu corpo travou completamente, e permaneci colado onde estava. Ele começou a rir outra vez, mas o riso parecia estar se tornando mais real e deixando de ser mecânico. Parecia mais humano.
Eu sabia que teria de para-lo. Eu não ligava se a Louise ficaria aborrecida se eu acabasse com o brinquedo. Pequei uma tesoura e reuni toda a coragem para me aproximar dele. Ele não parava de rir. Consegui pega-lo, e comecei a abri-lo com a tesoura. A risada ficava mais alta. Ele fedia como um animal morto à medida que eu o rasgava e retirava toda a lã de dentro. Seus olhos começaram a sangrar, e seus lábios se dobraram em um sorriso. Ele continuava rindo. Finalmente encontrei a caixa de som que estava dentro dele. Mas... a risada continuava saindo dela. O que diabos... quebrei a pequena caixa de som e descobri que em seu interior havia um pequeno coração, ainda batendo.
Assim que o perfurei com a tesoura... a risada parou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Creepypastas
HorrorOi galera↙ Essa creepypasta terá as melhores historias de terror e de suspense que serão atualizadas frequentemente, leia e enfrente seus maiores medos! Até mais e cuidado!