capítulo 11

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Passamos uma boa parte do tempo fingindo está felizes com aquilo e cumprimentando os convidados, até que meu pai abriu a boca e falou para começar a valsa do "casal", no momento olhei para ele com ódio, mas logo volto a sorrir ao ver os convidados olhando em minha direção, Alastor logo saiu da onde estava e veio em minha direção enquanto estendia a mão em minha direção
— me daria o prazer desta dança?- pergunta educadamente
— e eu tenho escolha? Não né?- digo e logo levo minha mão até a dele, o mesmo me puxa para perto e coloca uma de suas mãos em minha cintura enquanto eu apenas descanso minha mão em seu ombro

Assim começamos a deslizar pelo salão enquanto dançavamos uma valsa um tanto desanimada, Alastor olhava em minha direção o que me causava raiva, ele parecia está se divertindo com aquela farsa toda
— vê se não pisa no meu pé- Alastor diz enquanto se mexia de acordo com a melodia
— eu que deveria dizer isso, sou uma bela dançarina, já você, não me parece grande coisa — continuo a me mexer em sintonia com ele

— sou um belo dançarino, tive aulas com um dos melhores professores da França— se gaba enquanto sorrir, eu apenas reviro os olhos e ignoro ele, olho ao redor e vejo os convidados nos encarando, parecíamos um bando de palhaços no palco de um circo

A música continuoua ressoar pelo salão de festas, eu sinto o olhar de Alastor fixado em mim, então viro o rosto e olho em direção aos olhos dele, o mesmo olhou no fundo de meus olhos sem desviar, como se estivesse vasculhando cada canto da minha alma, eu me sentia perdida naqueles olhos vermelhos, aqueles olhos que me passavam o sentimento de desconfiança, mas ao mesmo tempo tinha uma pitada de terror que me atraía, não que seja uma atração Romântica, apenas uma vaga curiosidade que se passava em minha mente

As lentes do seus óculos refletiam as luzes que iluminavam o salão, neste momento eu já tinha esquecido das pessoas ao redor, foi como se Alastor tivesse me levado para uma dimensão onde existia apenas eu e ele, apenas nós dois dançando enquanto deslizavamos por um lago congelado, a sensação era boa e confortante, mas trazia um sentimento de alerta, um sentimento que me dizia para me afastar, como se algo estivesse me pedindo para correr

Fui tirada de meu transe pelo barulho da música se acabando, Alastor limpou a garganta e logo soltou a minha cintura e desviou o olhar enquanto se afastava de meu corpo, eu ainda sentia o calor de suas mãos em minha pele...meu pai e o resto da plateia aplaudiram e logo eu me retirei do meio daquele salão e fiz o possível para sair da frente da vista daquelas pessoas que eu mal conhecia

Assim a festa de casamento teve continuidade, até que finalmente depois de algumas longas horas a festa acabou e os convidados aos poucos iam embora, nós despedimos de todos e logo olhei rumo a minha mãe, a mais velha sorriu e me chamou juntamente de Alastor
— olha só que casal mais lindo...bom, vamos nos despedir agora minha filha, Alastor mandou buscarem suas coisas e levarem para a casa dele, então, acho que não vamos mais nos ver por hoje— dizia a mais velha entre lágrimas
— poise...— digo em um tom desanimado

meu pai logo apareceu e colocou o braço ao redor do ombro de Alastor
— parece que tudo ocorreu bem, agora vocês podem ir pra casa aproveitar, se e que me entendem né rapaz- solta uma risada enquanto pisca em direção a Alastor
— poise, vocês tem muitas coisas para fazerem, aproveitem e me dêem logo netos, vou amar ter crianças correndo pela casa— minha mãe diz me fazendo engasgar com minha própria saliva e começar a tossir sem parar

— definitivamente não teremos filhos!!- digo rapidamente, Alastor permaneceu calado, provavelmente sabia que se abrisse a boca levaria um tapa meu
— você diz isso agora, daqui alguns meses vai tá com uns 4 filhos- meu pai diz rindo, ao julgar pelo tom de voz o mesmo parecia alcoolizado

— tá bom querido, vamos indo, eles tem que aproveitar o tempo sobrando- minha mãe diz enquanto se aproxima do meu e sai puxando o mesmo rumo a saída enquanto o mais velho cambaleava de um lado para o outro
— bom... vamos?- Alastor pergunta enquanto arruma os óculos no rosto e sai andando, eu olho para ele e logo suspiro, saio seguindo o mesmo até a parte de fora da igreja, fomos até o carro do mesmo que estava estacionado no outro lado da rua

Acelerei o passo e logo entrei no carro e fechei a porta, Alastor entrou logo em seguida e colocou a chave na ignição ligando o veículo e saindo dirigindo, fiquei calada, mas o observava pelo canto dos olhos, o mesmo parecia dar o sinal de que ficaria calado por um bom tempo
— vou deixar claro, não vou me deitar com você— digo cruzando os braços, Alastor direcionou o olhar em minha direção e sorriu debochado
— ainda bem, de você eu quero apenas distância — diz enquanto mantém o olhar na estrada, eu acabei me sentindo ofendida com aquilo e olhei para ele, eu iria retrucar, mas apenas abri a boca e desistir

Com certeza morar com ele não iria dar nada certo, nós provavelmente tentariamos nós matar diariamente, minha vida seria uma completo inferno...eu mereço mesmo...devo ter atirado pedra na cruz em minha vida passada, agora estou pagando pelos meus pecados nessa vida, tomara que em minha reencarnação eu reencarne como uma pedra...

neve com sangue [Dark Romance]Onde histórias criam vida. Descubra agora