O ruivo encarou o próprio reflexo, passando os dedos pelo tecido de sua camiseta e ajeitando sua própria vestimenta. Os olhos desceram em direção a bancada da espécie de penteadeira de Camila, os índices indo em direção ao batom que estava sobre a bancada.
— Cami, posso usar? - comentou o rapaz, já desencaixando a tampa do produto ainda que não houvesse uma resposta.
— Eu nem tenho a opção de negar, aparentemente. - a cacheada comentou rindo enquanto depositava um pouco de blush em suas bochechas.
Diego rodou a embalagem até a bala em um tom avermelhado estar amostra. Deslizou pelos lábios carnudos uma ou duas vezes e pressionou os lábios. Gostou do que viu. Se virou para os únicos dois presentes no quarto com um sorriso.
— Eu gostei. - a jovem dançarina comentou, encarando o menor pelo espelho. — E você, Amau?
— Achei que ficou ótimo, só deixa eu... - o preto levantou de onde estava sentado, se aproximando do amigo. — Está meio borrado aqui.
O polegar trilhou um curto caminho abaixo do lábio inferior do outro, limpando com atenção a breve "falha" de Diego, que logo se tornou um pouco maior, graças ao leve susto que ambos tomaram quando o resto do grupo adentrou o cômodo.
— Me perdoa, eu... - o mais alto tentou falar, sendo cortado pelos amigos.
— Eu acho que a gente atrapalhou algo, Lari. - Bruno comenta, cutucando a ruiva que sorri maliciosamente olhando para os dois amigos. — Esse batom borrado do Diego...
— Ainda bem que vocês dois pararam de enrolar.
O mais baixo se desvencilhou do toque do outro enquanto o mineiro limpou o polegar em sua bermuda de jeans escuro. Encararam Diego, que tentava disfarçar o rosto corado e fugia para o banheiro, tendo a sorte de não ser percebido por Amaury que estava preso em seu próprio nervosismo.
— Eu vou tirar esse batom. - disse o ruivo enquanto enrolava um pedaço de papel, umedecendo antes de esfregar os lábios. — Estou parecendo um palhaço.
— Você é um. - Bruno diz humorado mas percebe o humor do amigo e o chama com a mão. — Deixa eu te ajudar.
O rapaz pega um lenço demaquilante de Camila e ajuda o amigo a se desfazer da maquiagem que coloria seus lábios.
Quando o segundo mais velho entre eles consegue acalmar a si mesmo, encara Diego de uma forma tristonha.
— Estava lindo. Por quê tirou?
— Se eu quisesse beijar alguém ficaria igual o bozo. - o ruivo deu a primeira justificativa que viera em sua cabeça. Na verdade, nem ele sabia o motivo de ter feito, mas tratou de disfarçar bem.
— Eu não me importaria. - Amaury disse de forma bem humorada, como outras mil vezes que já havia brincado sobre o assunto. Apenas brincadeira, para Diego. Uma verdade disfarçada de humor para o mineiro. — Vocês já me chamam de palhaço mesmo!
— É bem engraçado que vocês ficam com essa conversinha mas até hoje nada. - Larissa comenta, recebendo um olhar de repreensão vindo do outro ruivo.
— É só brincadeira, Lari. Não é, Di?
— É-é... Só brincadeira, Larissa. Para de bobagem. - limpou a garganta antes de concluir. — Somos amigos demais para isso. Só amigos.
Disse a última parte quase que apenas para si mesmo, sentindo seu coração se estraçalhar mais uma e outra vez como em todas as vezes que essa frase foi dita.
A verdade é que Diego foi bom amigo de Amaury durante um bom tempo, até enlouquecer. Quando percebeu a forma que seu coração disparava, suas mãos suavam e seu corpo tremia perto do preto, sabia que estava ferrado.
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that way.
FanfictionThat Way é sobre dois corações temerosos, mas também apaixonados e com grande anseio de se entrelaçarem. É sobre se sentir sufocado por um amor tão grande que não se sabe quando ou onde começou exatamente, mas consumiu tudo ao seu redor. É sobre doi...