Made To Burn Together

So Small and so Quiet

"Did uou see my face

On the moon last night?

A recongnition, the faith it draws

Blood froom a singular bite"

Anjos ajudam almas puras,

Padres guiam as confusas.

As mãos grandes e quentes, com garras longas e pontudas, deslizavam por cada centímetro da pele em brasas abaixo de si, explorando cada canto, apertando, apalpando e arranhando, buscando descobrir onde era mais prazeroso de se tocar. E o ser acima dele estava atento a cada reação, a cada arfar, a cada suspiro, a cada gemido, a cada arquear de costas e a cada onda de prazer que pulsava por suas veias.

Izana não era capaz de ver no momento, mas a figura sombria em cima de seu corpo sorria diabólica e maliciosamente para si, ele sentia a respiração quente e desregulada colidindo contra seu rosto, pesada e úmida, como a de uma fera ou de algum tipo de monstro. E toda vez que aquela coisa, seja lá o que diabos ela fosse, abria a boca para cravar os dentes grandes e afiados como os de um lobo em sua pele, ele conseguia sentir o hálito quente lhe tocando, quase fazendo cócegas, sangue escorreu pelo pescoço recém mordido assim como um gemido escapou de seus lábios. Izana arfou, um calafrio descendo sua espinha com uma sensação de perigo, os dentes impetuosos foram substituídos por uma língua áspera e libidinosa, ela deslizava pelas mordidas ensanguentadas, lambendo seu sangue e acariciando sua pele. Cada mínimo toque daquela coisa estava o enlouquecendo.

A figura se afastou e olhou diretamente em seus olhos, parecendo penetrar sua alma com aquele simples olhar, e na escuridão a única coisa que Izana pôde distinguir foram os olhos de várias tonalidades de vermelho e branco, pareciam brilhar como rubis e jade, cada um de uma cor; vermelho vivo como sangue e branco pálido como o brilho da lua, pareciam estrelas brilhando diretamente em seu rosto, e se não fosse a situação em que estava, Izana diria que era um contraste lindo, majestoso.

E da mesma forma que a sombra veio como um sussurro, ela desapareceu como um, sumindo em meio a névoa negra que a cercava.

"What did you see, when you look in my

eyes?

Do you see colors and patterns are

intertwined softly like a sunrise?

Wake up again in the Southerm

Hemisphere

Can'r even remember a single day of this

year"

Ele acordou em um pulo. Mãos tremendo incontrolavelmente e corpo suando como se tivesse febre, de imediato levou uma das mãos até o pescoço e agarrou o crucifixo com força, enquanto a outra mão foi para a mordida profunda em sua clavícula que ainda sangrava, manchando suas roupas e irradiando dor por todo o seu ser. Por sorte sua a batina iria cobrir aquilo. Logo estava de joelhos sobre a cama, a ereção entre suas pernas latejando como o inferno, se pôs a rezar incansavelmente e pedir perdão por aquilo, por cada pensamento sujo e profano que estava em sua mente, mas ainda assim, independente do quanto rezava, dos crucifixos pela casa toda e do sal nas portas e batentes das janelas, os sonhos não paravam, todas as noites ele continuava a ter seu sono perturbado e invadido por aquele ser diabólico e ele, como o simples homem que era, nada podia fazer para impedir. Estava lidando com um demônio afinal, um ser maligno que há semanas vinha o incomodando durante as madrugadas, e no entanto não havia contado a ninguém, pois um padre tendo sonhos eróticos com uma criatura do Diabo não era a melhor coisa a se dizer por aí, ainda mais em uma cidade pequena e religiosa como aquela, seria chamado de louco e pecador. Não, ele preferia lidar com isso sozinho e era melhor assim, estava estudando rituais e exorcismos para resolver a própria situação, daria certo —era o que ele esperava ao menos.