Após o encontro inesperado no cinema, Victor saiu da sala com o coração acelerado, mas não por medo. Era excitação. Ethan havia desaparecido antes dos créditos finais, como uma sombra que se esvai na noite. Mas Victor sabia que aquilo estava longe de acabar.O caminho de volta para casa foi silencioso, mas a mente de Victor estava fervilhando com pensamentos sobre o que havia acontecido. Ele estava acostumado a cenas de terror, mas aquilo... aquilo era real. E ele gostava disso.
Na manhã seguinte, enquanto tomava café da manhã, o telefone de Victor vibrou com uma mensagem desconhecida:
"Espero que tenha gostado do filme de ontem. Acha que consegue continuar jogando? - E."
Victor não pôde evitar o sorriso que se formou em seus lábios. "Ele realmente quer brincar", pensou, respondendo de imediato:
"Gostei bastante. Onde será o próximo desafio?"
Minutos depois, a resposta veio.
"Encontre-me onde tudo começou. 19h. E não se atrase."
Victor sabia exatamente do que ele estava falando — o beco atrás do cinema. Era ali que, no filme, Ethan havia feito sua primeira vítima. Tudo estava se alinhando como se fosse parte de um roteiro. Mas dessa vez, Victor era o protagonista, e ele não ia fugir.
O dia passou em um piscar de olhos. Victor estava pronto às 19h, com a adrenalina correndo nas veias enquanto se aproximava do local marcado. O beco estava escuro e silencioso, com apenas as luzes da rua iluminando vagamente o caminho. Victor parou, ouvindo apenas o som de seus próprios passos.
De repente, uma figura se moveu nas sombras. Ethan saiu de trás de uma parede, seus olhos brilhando na escuridão. Ele estava sem máscara dessa vez, revelando um rosto mais humano, mas ainda assim cheio de perigo.
"Pontual", Ethan disse, cruzando os braços. "Isso é raro."
"Eu disse que estava preparado", Victor respondeu, mantendo o olhar firme no assassino.
Ethan deu um passo à frente, o sorriso familiar no rosto. "É bom estar. Porque o jogo só fica mais intenso a partir daqui."
Antes que Victor pudesse perguntar, Ethan tirou algo do bolso — um celular. Ele o entregou para Victor, com uma única mensagem na tela:
"Escolha uma porta."
Confuso, Victor olhou para os lados, tentando entender o que aquilo significava. Ethan apontou para o fim do beco, onde havia duas portas de metal. Ambas pareciam idênticas, mas Victor sabia que o truque estava nos detalhes.
"Uma delas leva você a uma saída segura", Ethan explicou, quase casual. "A outra... bem, você não vai gostar de descobrir o que tem atrás dela."
Victor olhou as portas, sentindo a tensão crescer. Era um teste de inteligência, de percepção. Ethan queria ver até onde ele podia ir. Sem hesitar muito, Victor escolheu a porta da esquerda, confiando em seus instintos.
"Interessante escolha", Ethan murmurou, seguindo Victor enquanto ele abria a porta.
Atrás dela, havia um corredor estreito e escuro. Victor entrou, com Ethan logo atrás. Conforme avançavam, o corredor começou a parecer mais apertado, as paredes quase sufocantes. Victor podia sentir o olhar de Ethan em suas costas, a tensão no ar densa como nunca.
Quando finalmente chegaram ao fim do corredor, Victor encontrou outra porta. Ele a abriu lentamente, revelando... nada além de uma sala vazia.
"O que é isso?" Victor perguntou, confuso.
Ethan riu baixinho. "É aqui que você decide. Fugir ou continuar."
Victor se virou para ele, percebendo que a verdadeira escolha estava à sua frente. Ele podia parar ali, encerrar o jogo e sair ileso. Ou podia continuar, se arriscar, e ver até onde Ethan estava disposto a ir.
Com um suspiro profundo, Victor deu um passo em direção a Ethan. "Eu continuo. Vamos ver até onde esse jogo leva."
Ethan sorriu, um brilho perigoso em seus olhos. "Muito bem. A partir de agora, as regras mudam."
Sem mais palavras, Ethan desapareceu pelas sombras, deixando Victor sozinho naquela sala vazia — mas com uma certeza: o jogo só estava começando.
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Scream
RomanceVictor, um jovem destemido e fascinado por filmes de terror, encontra-se inesperadamente em um jogo mortal ao ser confrontado por Ethan, o infame assassino da série Pânico. Mas, ao contrário das outras vítimas, Victor não sente apenas medo - ele é a...