Os Sete Elementos

O início

Agora neste mês está tudo tão frio. No exato dia em que eu completei 18 anos de idade meu pai desapareceu, não existiam pistas, muito menos respostas, só eu, sozinha, em um canto da sala, e por um instante achei que todo o meu pesadelo havia voltado.

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Estamos em 2014, meu primeiro ano de faculdade, estou cursando direito, e espero que tudo melhore...
Na manhã de hoje acordei com a buzina do carro de Evelyn, minha melhor amiga. Somos amigas desde pequenas, então ela tem sido meio que uma irmã mais velha pra mim desde a morte da minha mãe, sendo que agora ela tem 20 anos.
Evelyn faz parte Da "roda comercial", sendo chefiada pelo cara que eles dizem ser meu tio, mas eu não o conheço.
Terminei de arrumar minha bolsa e desci, já pronta para mais uma manhã na Universidade, peguei uma maçã e junto com ela as chaves de casa, abri a porta e lá estava Evelyn, com seus olhos azuis brilhando, os cabelos estonteantes e loiros e sorrindo como se fosse um belo dia.

-Bom dia Morena mais linda!

-Não é um dia tão bom assim senhorita Loira.

-Por quê? Teve pesadelos novamente? Como foi?

-O de sempre!

Há dois anos atrás eu comecei a ter um pesadelo recorrente, era sempre a mesma coisa, nunca muda.Eu apareço correndo por uma floresta escura e cheia de névoa, e quando eu paro e olho para o lado vejo uma árvore com suas flores rosas e belas, sua grama verde e molhada, aquele canto da floresta era calmo e bonito, diferente do resto da floresta, e na frente da árvore eu me via pequena e correndo em volta dela, minha mãe pegando meu irmão no colo, e meu pai correndo comigo. Minha mãe abraça eu e o Ian, meu pai sorri e vem ao nosso encontro. Sempre depois de ver essa árvore tudo desaparece, e eu me pego caindo de um penhasco, e bem lá no fundo sinto uma mágoa grande, que eu não consigo conter dentro de mim mesma. Durante um ano eu acordei chorando diversas vezes depois do mesmo sonho, agora só acordo triste e me sinto sozinha...

-Alexis, que tal você entrar nesse carro botar esse lindo óculos, passar um batom vermelho nessa boca maravilhosa e mostrar pros homens desta cidade a mulher linda e independente que você é? Levanta essa cabeça e para de me olhar desse jeito! Tudo passa minha amiga, e você já está bem melhor. E acredite em mim, não vai querer reviver tudo de novo.

-Evelyn, eu sempre revivo, não tem como esquecer assim! Mas okay, hoje vai ser um ótimo dia!

-Eu entendo sua dor! E vou estar sempre aqui, pra te tirar do fundo deste pescanho! Mas também pra te fazer sorrir! Então vamos porque o viadinho do teu amigo quer ter uma conversinha com a gente antes da primeira aula!

-Cris?

-É, esse mesmo!

-Ele não é gay. E a razão da tua implicância a gente já sabe qual é!

-Ta, okay, parei! Vamos?

-Vamos!

Toda essa implicância se resumia a uma só circunstância, eles haviam tido um rolo com o Cris, que não deu muito certo por questões que eu ainda desconheço. Mas, sei que independente disso tudo, ele ainda ama ela, e ela, ah, ela sente o mesmo.