Único.

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Minho enxugou a testa com as costas da mão, terminando de guardar o dinheiro dentro da caixa registradora. Hoje era um daqueles dias que fazia muito calor e o avental que usava o abafava mais ainda. Aproveitou que não tinha ninguém na loja naquele horário e saiu de trás do caixa para ir buscar um picolé. Essa era uma das vantagens de ser o único funcionário dali.

A lojinha em que ele trabalhava era de seus pais, que também foi de seus avós, ou seja, herança de família. Ele não pretendia continuar com o ramo e se tornar dono dela, mas adorava trabalhar ali de vez em quando e ficava sempre que podia.

Abriu o picolé de uva que pegou e voltou lentamente até o caixa, se inclinando para observar a rua. A loja era pequena, mas praticamente todos os moradores do bairro a frequentavam. Distraído, ouviu o sininho tocar quando a porta de vidro foi aberta, revelando um garoto mais baixo que si, de cabelos pretos com algumas mechas loiras; Minho não sabia como ele ainda não tinha ficado careca, pois toda semana aparecia na loja com uma cor de cabelo diferente.

O Lee não se preocupou em ajeitar a postura ou terminar de tomar seu sorvete, conhecia aquele garoto o suficiente para saber que ele não se importaria com isso. O assistiu caminhar tranquilamente pelos corredores, pegando as mesmas besteiras de sempre.

Terminou o picolé com duas mordidas e jogou o palitinho no lixo, poucos minutos depois, o garoto apareceu na sua frente, deixando vários objetos em cima do caixa.

— Você não muda mesmo, né? — Minho riu fraco enquanto passava as batatas chips e os refrigerantes no leitor.

— Boa tarde pra você também, Min. — Ele se apoiou no balcão, encarando o mais velho.

— Boa tarde, Han, vai pra faculdade hoje? — finalmente o olhou nos olhos e percebeu o sorrisinho maldoso de sempre ocupar o rosto bonito do menor.

Ele apenas revirou os olhos ao ouvir sua pergunta e desencostou do lugar de onde estava apoiado. Retirou uma boa quantia de dinheiro do bolso e entregou ao maior.

Han e ele se conheciam desde quando Minho começou a trabalhar ali, o que já fazia alguns anos. Desde então, o mais novo passou a frequentar a loja de conveniência literalmente todos os dias. Até mesmo faziam faculdade no mesmo lugar.

Se tornou impossível não se atrair pelo garoto mais baixo, principalmente depois que se beijaram pela primeira vez.

Minho colocou as compras dele em uma sacola e lhe entregou. O viu piscar para si antes de pegar o plástico de suas mãos e sair pela porta, fazendo o sininho tocar de novo.

O Lee soltou o ar que nem percebeu segurar e olhou as horas em seu celular; daqui uma hora e meia precisava voltar para casa. Como já estava anoitecendo, decidiu ir organizar as caixas que chegaram mais cedo e estavam nos fundos da loja, assim não precisava deixar aquele trabalho para o seu pai.

Achou que não teria movimento naquele horário, mas caso um cliente aparecesse, o sininho da porta o avisaria, então não se preocupou quando voltou a se locomover ali dentro, indo até o último corredor e perdendo a vista da parte de frente da conveniência.

Havia apenas três caixas, mas elas eram bem pesadas. Em pouco tempo, Minho as abriu e começou a estocar os produtos nas prateleiras que já estavam ficando vazias. Não muito tempo depois, cerca de quinze minutos, o sininho soou a chegada de um cliente. Minho se levantou rapidamente, pois estava agachado na altura de uma das caixas, e limpou as mãos no avental. Antes que pudesse ir até o caixa, Han apareceu no seu campo de visão.

— O que-

— Eu esqueci dos ovos pra fazer um lamén que a minha irmã pediu. — Ele coçou a nuca, meio envergonhado. — Onde eles ficam agora?

— Ahh, sim... — o Lee saiu do transe. — Ficam ali no fim. — Apontou para atrás de si, lá tinha uma recente prateleira exclusiva para os ovos.

Jisung sorriu e andou até lá, pegando uma cartela. Minho o acompanhou até o caixa e passou o produto no detector de código de barras.

— Sabe... — ouviu o menor dizer enquanto embrulhava cuidadosamente os ovos, e então ergueu o olhar para lhe observar. Ele mordia o lábio inferior, coisa que sempre fazia quando estava nervoso ou apreensivo. Minho achava muito fofo, pois ele tinha uma pintinha bem ali. — Já faz alguns dias que a gente não se fala direito. — Abaixou o olhar para a sacola e o mais velho suspirou.

— Sim, me desculpe, tenho ficado muito ocupado ultimamente, minha professora de dança clássica não para de passar um monte de atividade. — Reclamou e o Han riu.

Jisung assentiu e um silêncio confortável se instalou entre os dois, não bastou muito e rapidamente o menor se inclinou e juntou os lábios com os de Minho num selar breve, mas carinhoso.

— Fiquei com saudades. — falou baixinho e Minho sentiu seu coração derreter. Céus, queria tanto que aquele garoto fosse seu namorado.

— Hannie... — suspirou novamente e sorriu maior. Ele era perfeito da cabeça aos pés. — Eu também.

Se agraciou com o sorriso que preencheu as bochechas gordinhas e fofas do menor, o olhando feito bobo. Jisung então piscou os olhos e olhou em volta.

— Você tem um tempinho à toa? — ainda faltava cerca de uma hora até pegarem o metrô para a faculdade.

— Ahm... acho que sim. — Minho olhou as horas. — Provavelmente não vai chegar nenhum cliente, não costuma ter movimento essas horas, só mais tarde.

— Perfeito, então. — O Han continuou sorrindo e pegou no pulso do mais alto, o puxando de trás do balcão e o arrastando para os fundos da loja.

— Ji, o que-

— Shh... — o empurrou contra o frízer que armazenava as bebidas da loja e voltou a unir seus lábios.

Era um beijo afetuoso, cheio de saudade, mas ainda assim com desejo. Jisung apertava os cabelos macios do Lee entre os dedos enquanto as mãos dele acariciavam sua cintura e outras vezes apertava sua bunda. Logo Minho pediu passagem com a língua e começou a explorar toda a cavidade quente do menor, que gemia com o contato gostoso.

Minho apertou mais uma vez a carne farta da bunda de Jisung, que gemeu novamente, ocasionando um sorriso convencido no rosto do Lee. Han o prensou com mais força contra o objeto atrás deles.

Também sorrindo, Jisung moveu uma das mãos até as costas do mais velho e desfez o laço que prendia seu avental. Logo após isso, findou o ósculo e desceu os beijos para o pescoço de Minho, não demorando muito para começar a chupar e morder o local.

— Hannie... — Minho o chamou de olhos fechados. O aperto nas curvas de Jisung ficou mais forte. A mesma mãozinha que desfez o nó do avental, adentrou sua camisa e arranhou as costas malhadas e morenas do Lee. — Não... não podemos fazer isso aqui. — Abriu um pouco os olhos.

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