17 de janeiro de 1998 – Sexta – feira
STEPHANIE ON
Acendi o cigarro e encarei a caixa em minha mão, só tinha mais dois na caixa, fechei a tampa e encarei o nome branco da Winfield no meio do papelão vermelho. Me encostei no carro enquanto a gasolina entrava nele, o cheiro subindo e invadindo minhas narinas me deixava enojada.
Meu cabelo amarrado encostando as pontas em meus ombros fez cócegas em minha pele, traguei mais uma vez e senti meu corpo amolecer quando a nicotina pareceu dissolver em meu sangue. Guardei a pistola da gasolina na bomba e voltei para dentro do carro, o liguei e "Flashdance what a feeling" voltou a tocar, me fazendo acompanhar a letra enquanto voltava para a estrada.
Ia para Califórnia, mas assim que chequei minha conta no banco bufei, tinha pouco dinheiro e queria mais. Eu não realmente precisava, poderia sobreviver com aquela quantia tranquilamente, mas eu queria mais, afinal, quem não quer mais dinheiro? Estava indo para Woodsboro. Descobri que Michael e as meninas se mudaram para lá, então vou apenas fazer o que já fiz antes, e como conheço o homem com o qual casei há anos atrás, ele vai acreditar no meu melhor e vai querer cuidar de mim.
Batuquei no ritmo da música e cantei junto a Irene Cara, soltando a fumaça enquanto me perdia nas ondas da canção.
Ao chegar na cidade procurei por um hotel barato, passei pela frente do colégio de ensino médio e o olhei bem, deve ser aqui que as meninas estudam, e logo continuei a procura do "Mason Season's" que foi pra onde eu liguei ontem de manhã perguntando se tinha vaga.
[...]
Já estava escuro quando terminei de subir as malas e acendi outro cigarro, precisava me situar de onde ficava cada coisa nessa cidade. Qual era o bar mais próximo, ver se a Garagem ainda estava funcionando.
Vim para Woodsboro apenas para conhecer os pais de Michael e fazer algumas visitas a eles, já que Michael nasceu e cresceu aqui. Nos conhecemos numa viagem de Michael com a faculdade, quando nos vimos pela primeira vez estávamos num bar. Eu estava com um garoto que havia conhecido através de uns amigos e Michael estava com os amigos dele. Trocamos olhares a noite toda, por mais que eu estivesse acompanhada, mas na real aquele cara com quem eu estava era realmente um pé no saco. Só sabia falar de quantas cadeiras estava pagando, e estágios, trabalho. Um completo tédio.
Voltei para o carro e tentei lembrar o caminho para a lanchonete, a cidade estava completamente diferente. Parques novos. Bares novos. A locadora continuaa no mesmo lugar e estava maior. Soltei meu cabelo para que pudesse senti-lo balançar contra o vento e joguei a liguinha no banco do lado.
Assim que virei para estacionar na lanchonete, pude ver o espaço enorme que tinha do lado e uma tela gigante centralizada um pouco a frente. Não acredito que fizeram um drive-in aqui. Não tinham muitas pessoas lá dentro, apenas o Pooh – ou pelo menos eu achava que era ele – e mais duas pessoas. Eles conversavam sorridentes entre si. Fechei a porta do carro e encostei na lataria apenas para terminar o cigarro que estava em minha boca.
Assim que o cigarro ficou pequeno o suficiente para que eu não conseguisse tirar mais nada dali, o joguei no chão e pisei em cima da bituca ainda meio acesa. Caminhei até a entrada e o casal aparentemente já estava saindo, e assim que cruzamos nossos caminhos um vento bateu forte contra nós e meu cabelo voou para frente do meu rosto.
Ouvi o sininho familiar e olhei para o homem que limpava uns copos. Ele estava bem mais velho do que eu lembrava, afinal, fazem mais de 17 anos que não venho aqui.
Stephanie: Pooh? – ele me olhou com um sorriso e logo arqueou as sobrancelhas, aparentemente chocado em me ver.
Pooh: O que...?
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My Billy - Billy Loomis
HorrorTodos sabemos o que acontece com Sidney Prescott e seu namorado psicopata, mas e se o plano de Billy Loomis e Stuart Macher realmente tivesse funcionado? Agora se me permitem perguntar... Qual é o seu filme de terror preferido? - História inspirada...