cap 1: Peter Jhonson

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Meu corpo todo estremeceu, o barulho irritante daquele maldito aparelho apitando fez o meu coração acelerar. Ela se foi, eu sabia que ela iria, ela se foi para sempre.

Uma enfermeira gritou. Corri para fora do quarto, e olhei para o corredor. As pessoas iam e vinham sem se importar com o som do aparelho que vinha do leito de minha mãe, anunciando a sua morte, e nem a mulher coreana parada no meio do corredor com os olhos arregalados. Olhando para a grande figura encapuzada a encarando, com o olho só.

Isso mesmo, um olho só. Se minha mãe tivesse viva, ela teria me dado um pouco de vinho e mandado eu dormir. Mas ela não está, ela morreu. O som do aparelho é a prova disso.

Droga! Alguém faz ele parar.

— Madisson Salvatore— uma voz assustadora soou dentro da minha cabeça.

Olhei para trás, vendo uma mulher muito velha, de cabelos cinzas e com o estilo de alguém mau dos anos cinquenta. Assustadora o suficiente. Seus olhos se fixaram nos meus enquanto sua pele aos poucos era substituída por escamas de coro, e asas de morcego surgia em suas costas.

— Achou que poderia fugir meio sangue?

Levantei suada, arfando e olhando para os lados. Encontrei os olhos de Castor me encarando. Sorri fracamente para ele.

— Oi esquilinho— me levantei da cama.

— Oi. Sonhos ruins?— perguntou.

Dei de ombros. Ele sabe a resposta, eu sei que tenho o péssimo costume de falar enquanto durmo.

— Está mais para lembranças ruins— murmurei— Aonde está Polux?

Castor sorriu.

— Enquanto você tirava o seu sono de beleza. Algo aconteceu— o olhei curiosa— Um novo campista chegou no acampamento, ele matou um Minotauro. Dizem que seu nome é Percy Jackson.

Um Minotauro..

— E aonde ele está? Aonde está o Peter Jhonson?— perguntei.

— É Percy Jackson

Revirei os olhos.

— Eu ouvi da primeira vez. Mas então... aonde está o Peter?

— Na enfermaria— respondeu meu irmão— Polux está tentando achar mais informações.

— Umm

Não me animei muito com a história de Peter. Matar um Minotauro é legal no acampamento, é glorioso, ou algo assim. Semi-deuses jovens, proclamados ou não anseia por uma luta assim, aonde possa mostrar o seu valor para o pai.

Esse não é o meu caso. Meu pai não anseia por uma vitória minha. Não que ele não goste de mim, eu acho que ele gosta, do jeito dele. O problema é que ele não gosta de heróis, sei lá porque. Então, a única coisa que faço para mostrar o meu valor para ele, é ganhar no carteado.

×

Eu estou sentada com meu pai, jogando Pinocble com mais dois jogadores invisíveis. Os últimos dois dias não tem sido fáceis. Tenho tido pesadelos com o meu passado todas as noites. E as vezes, ate mesmo de dia quando me permito tirar uma breve soneca.

— Você é uma jogadora terrível— comentou meu pai entediado.

— Deve ser culpa de quem me ensinou— resmunguei.

Ele olhou para mim por cima do óculos de sol, levemente irritado. Nesse mesmo momento alguém chegou na varanda aonde estamos. Me virei de má vontade. Me deparando com um garoto loiro que deve ter está entre seus onze ou doze anos, de olhos azuis da cor do oceano. Seus olhos se encontraram com o meu por um alguns segundos, e ele enrrugou o nariz resmungando:

Os Filhos: A Bússola Perdida ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora