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"Oi, mk"✓✓
Yuta suspirou, pensando no que mandava para Maki. Ele encarava o celular, a luz azul iluminando seu rosto cansado. A mensagem que havia digitado para Maki estava ali, mas ele hesitava antes de enviá-la.
Ele sabia que aquilo não resolveria nada, mas, ao menos, era um começo. No fundo, ele esperava que ela não insistisse demais. Mas, claro, esse não era o estilo de Maki.
Em segundos, a resposta veio:
"Oi é uma porra! Vc tá estranho Uta!"
Yuta suspirou pesadamente, deixando o celular de lado por um momento. Ele sabia que ela não ia deixar isso passar, e honestamente, não sabia como contar a ela o que aconteceu no trem. Não era uma coisa que ele deveria sentir vergonha... Mas, de alguma forma, ele sentia.
Nos últimos dois dias, ele vinha se comportando de maneira estranha. A lembrança da mulher do trem, [Nome], ainda estava fresca em sua mente. Sua voz, suas palavras, o jeito casual como ela havia revelado que era uma profissional do sexo... aquilo o deixava perturbado. Mas não da maneira que ele poderia imaginar. Não era repulsa ou medo. Era curiosidade.
Ele estava curioso sobre ela. E isso o incomodava mais do que tudo.
Pegou o celular novamente e leu a mensagem de Maki, sabendo que ela não desistiria tão fácil. Ele digitou uma resposta, tentando soar normal:
"Tá tudo bem, Maki. Só tô meio cansado esses dias."✓✓
Ela, claro, não acreditou nem por um segundo.
"Cansado? Pff, você não me engana, Yuta! Me encontra depois da aula a gente precisa conversar."
Ele rolou os olhos. Maki sempre tão insistente. Era claro que ela já havia percebido que algo estava diferente nele. Mas como ele poderia contar sobre a mulher do trem sem parecer... esquisito?
A verdade era que ele estava lutando com a própria mente. Tinha tentado, nos últimos dois dias, se focar nas aulas, no trabalho, nos amigos, mas sempre que estava sozinho, sua mente voltava para aquela conversa no trem. Como ela havia dito aquilo de forma tão casual, e como ele tinha reagido de forma tão desajeitada.
Ela parecia tão... no controle. Tão consciente de si mesma. Enquanto ele... bem, ele era só Yuta. Um universitário tentando manter as coisas normais. E aquilo tudo estava longe de ser normal.
Ele olhou pela janela, observando o campus da U.N.A. em silêncio. Era como se parte dele quisesse contar a Maki, mas a outra parte não conseguia nem começar a explicar o que sentia.
