Miranda não sabia o que tinha lhe dado na cabeça enquanto abria a porta de seu apartamento e deixava Blake entrar.
Por sorte, o ambiente está bem organizado e limpo, apenas com Breu se espreguiçando no tapete onde adorava ficar. Miranda acabou por sorrir, isso pelo menos poderia lhe dar segurança enquanto estivesse junto com o loiro.
— Breu, estou em casa. — Avisou, logo vendo o animal se levantar e ir em passos lentinhos até ela. — Temos visita.
Breu miou, piscando lentamente, como se estivesse com eterno sono e olhou para o loiro, miando e ronronando ao sentir o carinho de sua dona. O gato voltou a se deliciar de preguiça no tapete, já tendo feito a obrigação de cumprimenta-los.
— Prazer. — Disse Blake, em tom de brincadeira. — Com licença, não quero parecer que estou invadindo seu espaço.
— Não está...
Ele realmente não estava, ela o convidou sem pensar em como se sentiria no decorrer da noite. Agora tinha que sofrer as consequências de seus atos, o que estava sendo um ato irritantemente corriqueiro.
Miranda indicou para que ele sentasse no sofá, guardando a chave no lugar de sempre e colocando sua bolsa em um cabide. Então, se manteve de pé, em frente a porta de seu apartamento, um tanto desconfortável, para não ter que definir essa situação de uma forma pior.
Não sabia o que falar, como agir e isso é inadmissível porque é seu local de convivência, devia saber como se situar melhor em um momento constrangedor como esse dentro de seu próprio lar!— Está com fome? — Perguntou, para não parecer que estava parada por nada.
— Ah, não quero atrapalhar... — Blake deu um sorriso de canto.
Miranda soltou:
— Não atrapalha, eu ia fazer marcarão instantaneo.
Isso fez com que o loiro começar a rir, por algum motivo. Talvez seja porque geralmente pessoas se preparam para visitas, querem impressiona-las, mas Miranda apenas quer dissipar aquele clima estranho de tensão, mesmo que fosse comendo apenas um miojo.
— Se for de copo melhor ainda. — Ele respondeu, com o mesmo sorriso.
— Galinha caipira?
— Galinha caipira. Ah, eu vou procurando perguntas na Internet, talvez isso seja divertido. — Sugeriu.
— Boa ideia.
Esse foi o primeiro elogio expressado de Miranda em relação a ele. Logo, se dirigiu a cozinha, pegando no armário dois copos de macarrão estantaneo e uma panela. Colocou água dentro do recipiente e esperou que fervesse após colocar no fogo.
Após a água ferver, ela desligou o fogo e colocou dentro dos potes, depois os tampou, precisava esperar exatos três minutos.Miranda cruzou os braços, dando um leve suspiro e olhando para os copos, pensando novamente na besteira em que estava se metendo.
Claro, não podia voltar atrás, não agora que precisava de dinheiro para o aluguel e coisas mais, e não era de todo mal fingir namorar o cara, o problema é para quem terá que fingir, mas de todo jeito, não há mais volta.
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A Teoria do Caos
Jugendliteratur"Um simples bater de asas de uma borboleta, pode criar um tornado do outro lado do mundo."