PALOS VERDES - A REESCRITA DARK.

Pai e filha.

Sierra se revirou na cama, sentindo a sensação da ressaca pulsar em sua cabeça enquanto o sol atravessava a cortina entreaberta. Um gemido baixo escapou de seus lábios, os olhos semicerrados, tentando escapar da luz que invadia o cômodo. Ela puxou o lençol sobre o rosto, mas metade de seu corpo ainda estava descoberto, expondo suas pernas e o baby doll preto de renda que mal cobria sua pele marcada por leves sardas.

O quarto estava em silêncio, exceto pelo som suave da respiração dela, até que ouviu uma batida na porta, seguida por um sussurro conhecido.

- Sierra?

A voz de Tom atravessou o quarto, fazendo seu coração acelerar causando uma sensação diferente. Ele abriu a porta com cuidado, espiando para dentro, e a viu ali, jogada na cama, com o lençol caindo sobre suas coxas nuas, os cabelos loiros espalhados pelo travesseiro. Sierra abriu os olhos lentamente, encarando-o em seguida.

- Achei que estivesse morta - Tom brincou, parando ao lado da cama, o olhar dele deslizando rapidamente pelo corpo dela antes de voltar para seu rosto.

Sierra se mexeu, ajustando o lençol sobre seu corpo, mas era tarde. Ela viu o olhar de Tom, a forma como ele hesitou por um segundo, o leve brilho nos olhos dele ao perceber o que estava à mostra. O silêncio entre eles ficou denso por um momento. Ele tentou disfarçar, mas ela sabia que ele tinha reparado. Sentiu a pele esquentar sob o tecido fino da roupa.

- O que foi? - ela perguntou com a voz rouca, ainda sonolenta, enquanto se sentava lentamente. O movimento fez o lençol deslizar ainda mais, e ela percebeu o olhar de Tom vacilar.

- Você está bem? - ele perguntou, se sentando ao lado dela na cama. Sierra forçou um sorriso, tentando disfarçar a estranha tensão que estava entre eles.

- Tô melhor - Ela desviou o olhar, encarando o chão. Tudo o que tinha acontecido na noite anterior passou por sua mente como um borrão. A festa e depois... Tom. Ele no quarto ao lado, com outra garota. Ela ouviu tudo, cada risada abafada, cada sussurro...os gemidos de seu irmão.

- Cadê o Bill? - ela perguntou, tentando mudar de assunto, a cabeça ainda girando.

- Tatuando - Tom respondeu com um sorriso. - A galera toda da festa de ontem quis se tatuar com ele.

Sierra soltou uma risada baixa, sem conseguir evitar.

- Meu Deus... A vizinhança vai nos odiar por corromper seus filhos.

- Eles já estão corrompidos - ele respondeu com um sorriso divertido. Mas o olhar de Tom continuava pesado sobre ela. - Anda, vai se arrumar. O mar vai te ajudar com a ressaca.

- Tenho apresentação hoje... - Sierra disse e antes que ela pudesse continuar, Tom a interrompeu.

- Apresentação das líderes de torcida, festinha de comemoração por ter tido notas altas... Isso já nos impediu de surfar de manhã em algum momento?

Os dois se encararam e Tom umedeceu os labios fazendo sua língua roçar contra o piercing. Sierra não precisava responder, seu silêncio já dizia tudo.

- Te espero lá embaixo... - O mais velho dizia fazendo o caminho de saída. - Cinco minutos.

Tom fechou a porta em seguida e Sierra soltou a respiração como se estivesse esquecido como respirava naquele momento.

[...]

Sierra caminhava ao lado de Tom em direção à praia, sentindo a areia fina afundar sob seus pés. O cheiro de maresia enchia o ar, e o som das ondas quebrando ao longe também. Estava com seu biquíni escondido sob a roupa de neoprene, o cabelo loiro preso de forma despojada.