Dangerous Innocence - Corrupted Souls

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Aurora Bell


Eu não tenho referências boas sobre amor. Não sei o que é reciprocidade ou companheirismo, não sei o que é algo leve e saudável e muito menos a paz que prometem que o amor é.
Eu não conheço a parte boa do amor. Talvez seja por isso que eu me atraio tanto por pessoas complicadas, que estão tão fodidas quanto eu. Anseio tanto pela escória, que o primeiro sinal de complicação já ascende uma chama dentro de mim. Eu amo a ansiedade da paixão reprimida e sofrida. Eu amo quão desesperada posso ficar ao ser ignorada e também amo a dor que uma paixão avassaladora pode me causar.

Vocês devem estar pensando que preciso de terapia, e talvez eu esteja mesmo, mas na verdade é que todos tem algo que os completam, e o que me completa é a sensação de abandono. Necessito ser abandona constantemente, estar em completa solidão, o vazio é reconfortante. Rezem por mim, pois eu sou uma romântica incurável. Necessito passar pela paixão o máximo de vezes possível e quebrar a cara em todos eles. Se me amam de volta eu não os correspondo, mas se não me querem, esses sim são minhas paixões.

Eu fico obcecada por eles, por suas manias, por seus gostos, seus jeitos e fetiches e me torno como eles. Me refaço inúmeras vezes, me reconstruo ao passo que me destruo até que venha a minha próxima razão para respirar. Essas paixões são minha razão de existir e não consigo me imaginar sem cada dor.

Me apaixono por pessoas impossíveis, justamente para não telas e passar pelo luto da rejeição, da insuficiência e da incapacidade de ter o que eu quero. Gosto de me sentir pequena e inferior. Todos nós nos machucamos de alguma maneira, e a minha é através das paixões.

Meu próximo alvo, Sr.Oliver! Meu chefe doce e noivo de uma loira padrão lindíssima chamada Sabrina. As chances de dar errado estão completamente ao meu favor. Este é o meu alvo mais difícil e peculiar. Oliver Lohan é um advogado dono dos escritórios Lohan & Lohan, onde venho estagiando a cerca de um mês, além de ser meu professor de Sucessões Familiares. Com seus cabelos loiros e seu sorriso tão perfeito que cheguei a suspeitar que fossem lentes, mas cheguei a conclusão que não quando ele mordeu a rolha do vinho que compraram para comemorarmos que batemos a meta e ele quebrou a pontado dente ao invés de arranca toda a capa que seria a porcelana.

Ele vive de barba por fazer e usa um óculos de nerd preto, que faz com que ele pareça doce e inocente, mas seu sorriso devasso não me engana, ele com certeza tem um monstro dentro de si que está louco para demonstrar, e se tudo der certo, colocarei este monstro para fora e ele me rasgará ao meio com tanta dor que irei sentir ao engolir meu coração. Seus olhos azul claro me prendem enquanto sua voz rouca fala comigo, a corrente em seu pescoço está a mostra já que o último botão de sua camisa está aberta. Hoje ele está de roupa casual, com uma calça jeans e uma blusa xadrez. Respiro fundo o encarando, troco de um olho para outro. Por que ele está puxando conversa? Ele não sente o perigo? Seria ele tão inocente assim?

- Aurora, quando trouxer o material pode ficar tranquila, sempre fica nervosa ou tímida, eu pareço tão assustador assim? Diz dando uma risada cabisbaixa. Oh não, eu não estou com medo de você, estou com medo do que eu possa fazer com você Sr. Oliver. Quando eu terminar talvez não sobre nada, e estou mesmo tentando ser normal desta vez, mas ele é uma tentação. Cada gesto dele me atrai, cada fala, risada, olhar e ações. Eu sou mais nova, mas tão perversa que mal posso imaginar o que é ter a sensação de ser alguém normal, e ele me parece tão normal que me dá vontade que quebrá-lo por inteiro.

- Sr. Oliver, peço desculpas, não queria chateá-lo. Só tenho medo de cometer algum erro ou parecer desrespeitosa. Falo segurando as mãos atrás do corpo e com o olhar para baixo enquanto mordo meus lábios. Sempre tive um jeito doce e inocente, aparento jovialidade e pureza e uso essas armas ao meu favor para atrair meus predadores e sem perceberem, eles que são minhas prezas.

- Está tudo bem ''Bell'' você sempre faz um bom trabalho e sua educação é inigualável. O encaro ao ouvir essas palavras. Seria esse o primeiro sinal? Não posso ser precipitada e botar tudo a perder, preciso atacar com sutileza. Entreabro os lábios o encarando e respiro fundo engolindo seco após passar a língua sobre meus lábios rosados e sinto minha bochecha corar. O vejo encarar cada movimento... Bingo! Era isso, me queira, me deseje, me ame!

Respiro fundo estufando o peito com as minhas mão ainda para trás. Deixei dois botões do meu uniforme social aberto para que pudesse mostrar meu colar ponto de luz, mas serviu para valorizar meus seios fartos, mesmo sem decote. Ele olha sem pressa e eu pisco meus olhos cor de mel que parecem maiores pelo rímel que coloquei esta manhã em meus longos cílios, apenas um pouco para levantá-los. 

- Obrigada pelas palavras de apoio sr.Oliver. Serei mais desinibida da próxima vez, não digo, menos... Bem não sei qual palavra adequada usar kkk. Disse em um sorriso falsamente avergonhado fazendo minhas bochechas corarem novamente. Ele sorri docemente e abaixa a cabeça balançando de um lado para o outro.

- Certo Aurora, veremos na próxima vez. Vai a aula hoje? Pare de puxar assunto, estou tentando me conter!

- Vou sim, como posso perder a melhor aula da semana? Falo puxando sardinha para o seu lado e ele adora que encho sua bola.

- Kkkkk Você é extremamente gentil, mas curta sua fase na faculdade de vez em quando, não fique só pelos estudos. Disse me alertando. Como posso dizer que quem precisa de alerta é ele? Eu vou acabar com toda possibilidade de algo bom em sua vida e o deixarei me odiando e sem nada meu querido chefe. Você é o professor, mas eu te darei a aula.

- Pode deixar professor, eu viverei um pouco sim! Disse abrindo meu sorriso direcionando para ele que sorri contagiado. Ainda não é amor, ainda não chega a ser atração. Mas peguei sua simpatia e isso o fará prestar mais atenção do que deveria, e esta atenção o fará sentir o que preciso que ele sinta, o anseio de mim.

Inocência Perigosa - Almas Corrompidas Onde histórias criam vida. Descubra agora