Os Benevides são, de longe, a família mais bonita e elegante de toda Sintra. Essas qualidades são frequentemente comentadas por aqueles que os cercam, além de serem reconhecidos como inteligentes, amáveis, honrosos, gentis e unidos. Se fosse possível continuar listando suas virtudes, renderiam boas páginas deste edito.
Tudo isso se deve ao renomado Presidente Ricardo e à Doutora Amélia, sua esposa exemplar. Juntos, eles lideram o Palácio Benevides, uma grandiosa rede de hotéis luxuosos que se espalha por todo Portugal. Ao todo, eles tiveram seis filhos. A primogênita, Aurora, era tão linda que era incomum passar por ela sem notar sua presença. Sua beleza paralisava. A pele impecável e luminosa parecia refletir os primeiros raios do sol, como se a própria luz a tivesse escolhido como musa. Os olhos, em um tom profundo entre mel e ouro, tinham o poder de capturar e hipnotizar, revelando segredos antigos, impossíveis de ignorar. Os cabelos, longos e sedosos, caíam em cascatas douradas, dançando com o vento de maneira tão leve que pareciam flutuar. Seu sorriso, quase etéreo, possuía uma graça natural, uma mistura entre sedução e inocência que fazia qualquer um esquecer o tempo ao seu redor. Caminhava com a elegância de quem domina o próprio mundo, como se o chão se curvasse à sua passagem. Não era apenas bonita; sua presença exalava uma beleza inatingível, daquelas que se gravam na memória para sempre.
Depois de Aurora, vieram os três irmãos: Juan, 33, Antony, 31, e Daniel, 29. Os três pareciam versões diferentes de uma mesma perfeição esculpida. Compartilhavam os mesmos traços marcantes: rostos angulosos e perfeitamente proporcionados, como se tivessem sido moldados pela mais habilidosa das mãos. Seus cabelos, de um castanho profundo e brilhante, caíam em ondas sutis, dando-lhes uma elegância natural. A pele, bronzeada em um tom suave, destacava os olhos verde-esmeralda que cintilavam como gemas raras, capazes de cativar com um simples olhar. Moviam-se com uma sincronia quase hipnótica, como se compartilhassem de um elo invisível. Sempre carregavam expressões confiantes, quase desafiadoras, como se o mundo lhes pertencesse por direito. O sorriso, levemente irônico, revelava uma segurança inabalável, enquanto os gestos, suaves e calculados, demonstravam que sabiam exatamente o efeito que causavam ao entrar em qualquer ambiente. Eles eram lindos, não apenas por suas feições, mas por uma presença arrebatadora que combinava charme e um toque de mistério, tornando-os irresistíveis e fascinantes para todos ao redor.
A quinta filha da linhagem Benevides era um tanto diferente. Ela não era daquelas que chamavam a atenção à primeira vista, mas havia algo em sua aparência que prendia o olhar por mais tempo do que a beleza clássica de seus irmãos. Seus traços eram suaves, quase discretos, mas harmoniosos de uma forma peculiar. A pele clara, levemente marcada pelo sol, conferia-lhe um ar saudável e natural. Seus olhos, de um tom entre castanho e avelã, eram expressivos e atentos, sempre buscando algo além da superfície. Havia neles uma profundidade que denunciava sua inteligência e curiosidade, como se estivessem constantemente analisando o mundo ao seu redor.
Os cabelos, castanhos e longos, caíam de forma simples, sem grandes penteados, mas eram sempre bem cuidados, refletindo seu desejo de manter uma aparência impecável, ainda que sem grandes pretensões. Sua boca, de lábios finos, raramente exibia sorrisos gratuitos, mas, quando o fazia, era impossível não notar a sinceridade e a força por trás deles.
Ela possuía uma postura que não demonstrava submissão; carregava-se com uma segurança discreta, mas firme. Seu corpo, de proporções normais, era mais esguio do que voluptuoso, o que a tornava leve nos movimentos, como se estivesse sempre pronta para seguir seu próprio caminho, sem se deixar prender pelas expectativas dos outros. A combinação de sua inteligência afiada e um espírito rebelde a tornava intrigante, atraente de uma forma que só se percebia ao conhecê-la mais profundamente.
Além da aparência, seu jeito, estilo e forma de levar a vida eram o oposto daquilo que seu pai havia imposto aos filhos. Emilly tinha 27 anos e ainda não estava casada, o que, para seu pai, tão tradicional e profundamente católico, era inadmissível. Ele estabeleceu que todas as filhas deveriam estar honrosamente casadas, no máximo, aos 24 anos de idade. Quando digo "honrosamente", refiro-me a serem completamente virgens e intocadas. Até mesmo Antonella, sua irmã caçula, já estava casada. Isso se devia aos esforços do pai; sempre que as filhas atingiam os 19 anos, um pretendente lhes era designado. Nenhuma das filhas, nem os homens, ousavam desafiar o pai.
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O preço da perfeição
RomanceEmilly Benevides cresceu em meio ao luxo e poder de uma família impecável aos olhos do mundo, mas por trás da fachada de perfeição, ela luta contra o controle sufocante de seu pai e as expectativas impostas sobre ela. Decidida a seguir seu próprio c...