Em meio às cerejeiras floridas do parque Seokchon, uma jovem encontra refúgio das turbulências de sua vida e das lembranças de um amor que a marcou profundamente. Toda sexta-feira, ela se senta no mesmo banco, cumprindo uma promessa feita à pessoa q...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Depois de caminhar bastante e apreciar a vista deslumbrante, paro em frente ao imponente hotel que se ergue diante de mim. Um longo suspiro escapa dos meus lábios antes que eu finalmente entre. Chegar à Coreia através de um intercâmbio foi um desafio imenso; especialmente com minha carreira de estilista, que sempre foi meu sonho. Apesar das dificuldades, consegui, e aqui estou, trabalhando em uma das maiores empresas de design de moda. No entanto, meu foco é diferente; atendo atores e ídolos, e isso pode ser complicado, já que eles raramente precisam de mim de forma fixa. Lembro-me das inúmeras vezes em que enfrentei discriminação, mas isso apenas serviu para me motivar ainda mais.
Como sempre, me perco em pensamentos enquanto subo no elevador, rumo ao 13º andar. Na maioria das noites, sou a última a dormir, pois é durante essas horas que o mundo dos artistas ganha vida. Ao chegar ao meu andar, coloco meu cartão magnético na porta e a vejo se abrir lentamente. Entro no escritório, que está vazio, mas com os computadores ligados. Isso significa que meus colegas estão trabalhando fora ou jantando em equipe. Admito que não sou completamente excluída; eles conversam comigo de vez em quando, mas geralmente é para pedir ajuda nas próprias tarefas. Já estou acostumada a ser a "excluída", então solto um suspiro e caminho até minha mesa, sentando-me na cadeira enquanto ligo meu computador.
Enquanto a máquina inicia, me estico na cadeira e penduro minha mochila. Dentro dela, carrego tudo o que preciso: meu notebook, tablet, celular, caderno de desenho e algumas guloseimas que guardo na gaveta para aqueles momentos de madrugada. Essas são as coisas que sempre me acompanham, além de uma muda de roupas, para o raro caso de eu passar a noite fora. Um suspiro triste escapa novamente de mim.
Ao abrir meu e-mail, percebo que todos os pedidos para trabalhar com artistas famosos foram negados. O ar ao meu redor parece ficar pesado, mas fecho os olhos e me lembro do parque; ele é como um calmante, trazendo um pouco de paz ao meu coração.
Depois de alguns minutos, pego meu caderno de desenho e ligo meu tablet, conectando meus fones que havia retirado ao entrar no elevador. Começo a transferir todos os meus desenhos para o tablet, organizando em pastas. Gosto disso; é meu trabalho dos sonhos. Apesar do estresse, essa é a minha forma de lazer. Com a música suave preenchendo meus ouvidos, perco a noção do tempo e não percebo se alguém entra no escritório ou não.
