PROBLEMAS A DOBRAR

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O céu de Morioh estava tingido de um azul vibrante, e o som suave das ondas do rio ao longe trazia uma sensação de calma à cidade. Josuke Higashikata caminhava pela margem, distraído. Mesmo com todo o caos recente envolvendo os usuários de Stand, ele tentava aproveitar cada momento de tranquilidade, mesmo que fosse difícil relaxar totalmente.

Enquanto se aproximava de uma área isolada, notou uma figura de pé próxima à beira do rio. Era uma garota. A luz do sol brilhava em seus brincos de argola dourados e, pelas roupas e o lugar onde ela se encontrava, soube que era estrangeira. Josuke hesitou por um momento. Ele sempre ficava meio nervoso quando se tratava delas. Respirando fundo, decidiu se aproximar. Queria avisá-la que aquela área era perigosa; a mare aumentava sem aviso e as saídas ficavam comprometidas...

– Ah... Ei, tudo bem? – A sua voz saiu um pouco mais alta do que ele planejava.

A garota voltou-se lentamente sobre seus calcanhares, seus olhos castanhos lançando um olhar desconfiado. A expressão em seu rosto era severa, quase como se ele a tivesse interrompido de algo importante.

– O que queres? – A voz dela era baixa, mas carregava uma irritação evidente.

Josuke ficou ligeiramente surpreso com a hostilidade. E também com o seu japonês. Soava como a de seu pai, mas tinha o sotaque de Tóquio.

– Eu só... a vi sozinha e pensei, sabe, se estava tudo bem. – Ele coçou a nuca, tentando evitar contato visual direto.

O clima entre os dois ficou estranho por um momento.

A irritação nos olhos dela foi substituída por curiosidade.

– Eu sou Josuke, a propósito... Josuke Higashikata. Mas todos me chamam Jojo.

A garota arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços.

– Não perguntei seu nome. – Ela suspirou. Mas o pingo de vergonha surgindo no rosto do rapaz quase a fez rir, o que era raro. – Mas se quer saber, sou Kane. Kane Kinjou.

– O-Oh, certo. Kane. Um nome interessante. – Josuke sorriu, um pouco nervoso, mas ela não parecia impressionada. – Só queria avisar que esta zona é restrita... Po-pode ficar um pouco perigoso com passar do tempo.

O fato dela ser bonita não ajuda na formação de palavras, e ficou pior quando um sorriso zombeteiro apareceu no rosto dela.

Depois de uma pausa desconfortável, Kane o encarou com ainda mais intensidade.

– Tem um Stand, não tem? – Sua pergunta foi mais uma constatação do que uma dúvida.

Josuke ficou surpreso com a perceção dela.

– É... tenho, sim. Como sabe? – Fez a pergunta tão rápido quanto se lembro do que Jotaro o havia dito: "usuários de stand atraem outros usuários".

Já deveria estar habituado com isso, mas não espera que uma menina tão... tão bonita e pequena fosse uma usuária.

Kane soltou um suspiro, claramente impaciente.

– Eu posso sentir a energia. És forte. Mas também... – Ela deu um passo em frente, seu rosto ficando mais sério. – Não tens a mínima ideia do que se passa fora de Morioh, pois não?

– Ah... o quê?

Josuke deu um passo para trás, sentindo a tensão aumentar. Ela era claramente diferente das outras garotas que conhecia: fora sua mãe, tinha a namorada de Koichi, Yukako, que conhecia mais pessoalmente.

– Francamente, não estou aqui para brincar ou fazer amigos. – A voz dela era afiada, e Josuke sentiu um frio subir pela espinha. – Mas não me importava de saber o que podes fazer com o teu Stand...

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⏰ Última atualização: Oct 12 ⏰

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