– Bom dia flor do dia! –Jhonny puxava as cobertas da minha cama, e me puxava pelo braço até me derrubar no chão.– Puta que pariu porra são 4:00 da manhã! – Eu disse em um tom raivoso, tentando alcançar meu irmão de consideração para dar um belo de um tapa em seu rosto, mas logo desisti, me deitando no chão de peito pra cima por estar exausta da noite anterior.
– Quem manda virar a noite lendo jornal! Você é a maior workaholic que eu ja vi na vida! – Ele exclamava se sentando na cama e rindo de mim, que continuava deitada encarando o teto, antes de voltar a minha atenção para o garoto.
– Eu sou a melhor perita criminal do país, não existe um caso que eu nã-
– Não existe um caso que eu não consiga desvendar! – Jhonny me interrompeu e completou a minha frase, ja que eu sempre a repetia, com um tom de deboche que me fez revirar os olhos e me levantar. – Eu sei que você é do caralho, mas não significa que você precise dedicar a sua vida inteira a isso. – O garoto disse me seguindo até o banheiro, mas parando no caminho para acariciar lily, a unica fêmea dentre os seus 8 cachorros.
– Eu sei disso, agora cala a boca e me faz um café rápido, eu preciso sair daqui a pouco. – Eu disse com um pouco de dificuldades por estar escovando os dentes.
– Pra onde caralhos você vai as 4:20 da manhã? – O moreno perguntou curioso, parando na porta do banheiro, mas desistindo de ficar lá quando viu meu olhar mortal através do espelho. – Tá bom, beleza princesa, mas você vai ficar me devendo uma! – Ele proclamou o apelido que eu odiava como provocação, o que me fez jogar um pouco de água nele, antes do garoto sair rindo.
Assim que terminei minha higiene matinal, peguei uma jaqueta de couro preta, e vesti sobre a minha regata e shorts também pretos, antes de encarar a mim mesma no espelho, suspirando um pouco ao ver as olheiras aparentes.
– O CAFÉ TA PRONTO! – Meu irmão gritou da cozinha, me fazendo ir até ele devagar, com um sorrisinho, e assim que cheguei perto o suficiente, desferi um soco não muito fraco em seu braço.
– Cala a porra da boca, quer ser denunciado por perturbação de sossego? – Eu disse rindo um pouco, me sentando a mesa e pegando um pouco de cada coisa. Jhonny quase nunca preparava o café da manhã, mas quando o fazia, sempre caprichava ao máximo, por saber que minha alimentação não era nada saudável.
– Come fruta porra, não te vejo comendo uma desde o ensino fundamental. – Ele disse praticamente enfiando uma maçã em minha boca, enquanto eu me esquivava pra não acabar como um porco em uma ceia.
– Eu juro que vou comer no trabalho, te amo maninho. – Eu disse pegando a maçã, depositando um beijo na bochecha do maior, logo pegando minha bolsa no balcão da cozinha e correndo pela porta, que assim que a ultrapassei, presenciei um dos cachorros de jhonny sendo quase atropelado por um motociclista.
Eu não gosto de cachorros, mas porra, eu quase morri do coração.
– Esse cachorro é seu? – O motociclista disse descendo da moto e trazendo o cachorro pela coleira, que havia quebrado, por isso ele estava na rua. A porra do motociclista estava rindo, aquilo foi engraçado pra ele?
– Sim, é. Você estava andando em alta velocidade, a propósito, se tivesse acontecido algo com ele eu teria te colocado atrás das grades. – Eu disse pegando a coleira com o cachorro e o colocando pra dentro, sem parar de encarar os olhos do homem, que por sinal era bem mais alto do que eu.
– Veja só... estou falando com uma policial? Não vejo o distintivo. – Ele disse com um sorriso desafiador que confesso, me deu nos nervos.
– Uma oficial da lei, que pode conseguir um mandado de prisão por desacato se você continuar com essa porra de sorriso e não cair fora daqui. – Eu disse séria, sem desviar o olhar dos olhos dele por um segundo sequer. Foi tão estranho, por que eu senti tanta raiva por um cachorro?
– Vá em frente meu amor, eu sou um advogado. – Ele continuou com o sorriso, mas se afastou de mim e foi em direção a sua moto, enquanto eu respirei fundo, começando a andar pelas calçadas até a delegacia de polícia onde eu trabalhava, tentando esquecer aquele encontro desagradável.
– Finalmente chegou, temos algo pra você. – Meu chefe disse assim que me viu, me fazendo rir um pouco de como ele não se importava nem um pouco com a saúde dos funcionários, ja que eu estava parecendo uma morta-viva. Isso sim é um verdadeiro workaholic... ou só capitalista?
– Um assassino em série solto a 6 anos, pelo menos desde quando foi notificado o primeiro crime, não se sabe se tem outros. – Ele disse me entregando uma tonelada de papéis, onde estava escrito sobre cada um dos... 50 assassinatos nesse meio tempo, cometidos por aparentemente, um grupo, mas todos se indentificavam com o mesmo nome, então era muito difícil de saber quantas pessoas realmente estavam envolvidas.
– Não se sabe se tem outros? Podem ter outros além desses 50? – Eu disse em voz um pouco alta, por estar muito surpresa com a proporção da criminalidade das pessoas investigadas.
– É um grupo, Clara, podem haver 3 pessoas ou 60, cabe a você descobrir isso. – Ele disse frio, tomando seu café e voltando para sua cadeira como se estivesse falando do seriado que viu pela manhã.
– Mas tem muitas informações aqui, onde conseguiram isso tudo? – Perguntei vendo dados de instituições grandes, incluindo o próprio FBI.
– Esse caso está sendo investigado a 5 anos, mas como ninguém nunca chegou a lugar nenhum, o FBI decidiu chamar quem entende do assunto. – Ele disse com uma soberba, como se fosse ele que iria investigar tudo, enquanto eu o encarava com um sorriso muito, muito falso. É uma merda não ser independente e ter que dar os créditos de tudo o que eu fazia para ele, que ja estava cheios de troféus na estante, enquanto a parte suja vinha inteira pra mim.
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Dangerous - Eu Sou Como O Fogo.
Mystery / ThrillerClara é uma perita criminal, a mais requisitada de las vegas, por seu trabalho impecável e o seu destaque absurdo quando se tratava de lidar com criminosos. Sua maior especialidade? Assassinos em série. Mas será que seu trabalho continuaria o mesmo...