Fuja Para Cupula!

Capítulo 2: O Chamado da Floresta

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Emily dirigia pela estrada sinuosa que levava à floresta. A emoção de ter adquirido a Gralha-azul a fazia sentir-se viva. Ela sonhava em levá-la ao zoológico de Over Hallert, mas a ideia de explorar a floresta antes de seguir viagem a atraía.

Assim que estacionou o carro em um pequeno espaço de estacionamento, saiu com a Gralha-azul cuidadosamente empoleirada em seu ombro. A luz do sol filtrava-se através das copas das árvores, criando um ambiente quase mágico.

— Vamos lá, pequena — disse ela, com um sorriso. — Uma rápida exploração!

Enquanto caminhava pela trilha, o canto da Gralha-azul enchia o ar. Porém, à medida que se afastava do carro, a sensação de tranquilidade começou a se dissipar. Os sons da floresta mudaram, tornando-se mais profundos e envolventes.

De repente, um som de folhas se movendo chamou sua atenção. Ela virou-se e viu uma figura humanoide, coberta de folhas e musgo, espreitando entre as árvores.

— Você não deveria estar aqui — disse a criatura com uma voz suave, mas autoritária.

Emily hesitou, o coração disparando.

— Quem é você? — perguntou, sem saber se deveria correr ou ficar.

— Eu sou Lira, guardiã da floresta. Este lugar não é seguro para os humanos.

— Eu só queria explorar um pouco... — Emily tentou explicar, mas a criatura a interrompeu.

— Muitas pessoas entram aqui e nunca mais voltam. A floresta transforma aqueles que se perdem em seus caminhos.

Emily olhou ao redor, percebendo que a vegetação parecia se fechar atrás dela. As sombras das árvores pareciam se alongar, criando um labirinto.

— O que acontece com quem se perde? — perguntou, a voz trêmula.

— Eles se esquecem de quem são. A floresta se alimenta de suas memórias. Você precisa decidir: seguir em frente e arriscar-se ou voltar antes que seja tarde demais.

A Gralha-azul piou suavemente, como se quisesse confortá-la. Emily pensou rapidamente nas consequências de cada escolha. A ideia de voltar para o carro e deixar a aventura a deixava inquieta, mas a floresta parecia atraí-la, como um mistério a ser desvendado.

— Eu não posso voltar agora. Preciso encontrar um jeito de levar a Gralha-azul ao zoológico — disse, mais para se convencer do que para Lira.

A guardiã da floresta a observou com uma expressão enigmática.

— Então, esteja preparada. A floresta pode revelar coisas que você nunca imaginou — avisou Lira, antes de desaparecer entre as árvores.

Determinada, Emily respirou fundo e começou a caminhar. O ar ao seu redor parecia vibrar com vida, e cada passo a levava mais fundo no desconhecido. A Gralha-azul, empoleirada em seu ombro, parecia entender a gravidade da situação, piando suavemente.

— Vou encontrar uma saída... — sussurrou Emily, embora a insegurança a consumisse. A floresta estava apenas começando a revelar seus segredos, e ela mal sabia o que estava por vir.