A Última Tentativa

Inesperado

Oii amores!!
Olha quem voltou a escrever!!!!!
Eu estava com muita saudade de vocês, e voltei para poder finalizar as minhas fanfics e trazer esse novo romance que é "A Última Tentativa", de minha autoria para vocês se deliciarem.
Não esqueçam de dar estrelinha nos capítulos.
Um grande beijo e boa leitura! 😘

...

— Eu não sei quem é, só sei que o conheci no mercado... - falo animada, com o meu ombro emprenssando meu celular contra meu ouvido para que eu pudesse fofocar, por minhas mãos estarem ocupadas

— Ele deve ser novo no bairro... Não acha? - Janine falava interessada no assunto - E o que você vai fazer com o Luiz?

— Ah, você já sabe... Eu não quero mais estar nesse relacionamento a um bom tempo, eu tô cansada disso tudo, sabe?! - termino de trocar minha filha e a pego no braço  - Eu vou colocar a Maria Clara pra dormir, depois falo contigo...

— Tá certo, eu vou tentar achar o nome desse menino, não é possível que eu não ache... - falava rindo

— Você sempre acha, minha melhor agente do FBI! - riu e me despeço, desligando o celular em seguida

Após algum tempo, quando consigo fazer minha pequena dormir, a coloco no berço e saio do quarto para pegar água... Olho para o outro quarto, que estava com a porta aberta, de longe vejo Luiz sentado na cadeira do computador, ele era acostumado a jogar pela noite e dormir pela manhã e tarde... Ele trabalhava como gamer, e eu trabalhava como terapeuta, em casa mesmo, conseguia atender meus pacientes, conciliando maternidade e trabalho.

Eu conheci Luiz com 15 anos e desde então, entre muitas idas e vindas, decepções, traições e perdões, no ano passado tivemos uma filha, estamos com 10 anos de relacionamento, e já se tornou um relacionamento cansativo, rotineiro, instável, a paternidade parece ser opcional pra ele, ele não faz o papel de pai, não partilha dos momentos importantes da nossa filha, o seu foco é o computador e o trabalho...

Por um bom tempo eu não reclamei, porquê percebi que ele estava fazendo de tudo pela família, mas chegou em um certo ponto no qual eu estou tendo que optar pela minha saúde mental, e ele... E entre ambos, escolho a minha saúde mental.

Passo pelo corredor indo em busca da minha garrafinha de água quando ouço Luiz atrás de mim, do outro lado da bancada...

— Já vai dormir? - me assusto pois sua chegada foi inesperada

— Sim, você vem? - sorrio, mesmo já imaginando sua resposta, as vezes ainda surgia uma chama de esperança em mim

— Sim, escolhe um filme pra gente assistir... Maria Clara já dormiu?

— Já, estava assistindo desenho comigo, mas já dormiu sim... Posso escolher o filme mesmo? Você não vai fazer como nas outras noites, me fazer esperar...

— Não... - sorria, enquanto vinha até mim, depositando um beijo na minha testa

Sorrio e o olho nos olhos, talvez ainda tenha essa possibilidade de mudança... Talvez agora tenha percebido que família é mais importante

Ao voltar para o quarto, me deito e escolho o filme... Acabo caindo no sono pelo cansaço...

Acordo derrepente com o barulho dos pássaros, eram por volta de cinco da manhã, a televisão ainda estava ligada, no filme que eu tinha escolhido mas não dado play... Olho para o lado e vejo o lado da cama vazio, como estava antes de eu dormir.

Ali eu entendi que mais uma vez eu tinha escolhido o filme, a chama da esperança reacendeu no meu coração mas novamente eu fui iludida... Olho minha pequena que dormia lindamente no seu bercinho e me aconchego novamente na cama...

Me reviro para poder dormir novamente, diversas vezes, mas não consigo, não consigo parar de pensar nessa questão do filme, de ficar esperando... Me levanto disposta a falar o que eu estava sentindo, saio do meu quarto e em seguida entro no de Luiz, que estava em live...

— Muta isso aí! - falo com autoridade

— Não dá agora... - sua preocupação era mínima

— Eu não quero saber! - repito meu tom autoritário 

No mesmo momento vejo o personagem do jogo que ele estava jogando morrer, já que era um Battle Royal...

— Olha o que você fez... Eu tô em live, não podia perder, o que você quer, hein? - percebia sua irritação

— Você me deixou esperar mais uma vez, isso já deu pra mim, eu cansei de esperar e ser iludida... Eu cansei!

Ele ficava calado olhando pra mim, mas ainda dava pra perceber sua irritação... Após soltar um suspiro longo, percebo seu olhar cruzar o meu

— O que você quer que eu faça?

— O que eu quero que você faça? Eu quero que você assuma seu papel de marido e de pai, você não compartilha nada comigo, não está vendo sua filha crescer, não dá atenção pra nós duas, o que você tá pensando da vida? Que eu vou ficar aqui pra sempre esperando sua boa vontade de querer ser um bom marido e um bom pai?

— Não dá... - seu tom era baixo

— O quê que não dá? - as lágrimas tomavam de conta dos meus olhos

— Não dá, toda vida que que eu chego perto de ti dá briga, eu tô cansado disso, por isso eu me mantenho distante, porquê isso tá cansativo pra mim... As vezes eu chego a te desprezar por isso, peguei abuso...

Aquelas palavras eram como lâminas em brasa no meu coração, a dor que eu sentia ao ouvir aquilo, era imensurável.

— Se fosse homem o suficiente pra assumir o teu papel de pai e marido, talvez eu não tivesse que reclamar tanto.

Viro minhas costas e saio, voltando pro meu quarto...

Consigo conter minhas lágrimas, e dormir mais um pouco até ouvir minha filha acordar, era umas nove da manhã, Luiz não estava no quarto, mas eu não liguei, peguei minha pequena, dei a mamadeira de mingau que já havia preparado e dou a ela, depois de ela tomar, a levo para o banho, troca de roupas e faço o mesmo, tomo café da manhã e dou algumas frutas pra ela comer... Vejo que estava faltando algumas coisas pro almoço e vou no meu quarto, pego meu cartão e saio com Maria Clara, para ir ao mercado, já escolhendo a carne do almoço, ouço uma voz um pouco familiar, quando olho era Janine, já vindo pegar Maria Clara no braço, brincando com ela, eu a abraçava

— O que você tá fazendo aqui? - a olho

— Vim com um amigo meu comprar umas coisas pra loja... - ela respondia brincando com Maria Clara

— Amigo é? - sorrio maliciosa - e esse amigo é só teu amigo mesmo? Ou tu tem um interessezinho a mais? Você nunca sai assim com ninguém

— É meu amigo mesmo, besta... - ouço suas risadas serem interrompidas por uma voz masculina

— Era só o desinfetante e o álcool? - a voz que interrompia as risadas de Janine vinha daquele homem, o amigo dela

Eu me surpreendo e o olho assustada

Aqueles olhos tão lindos, o sorriso encantador e um jeito tão carismático...

Era ele, ele era o home que eu havia visto no mercado no dia anterior.