THE SEASON IN ZEPHOTA

1: Do you, remind me?

A cidade de Zephota sempre foi envolta em mistério. Escondida entre colinas e florestas densas, suas ruas eram frequentemente cobertas por uma névoa espessa que parecia sussurrar segredos antigos. Os moradores, embora acolhedores, evitavam falar sobre os eventos estranhos que ocorreram ao longo dos anos. Mas havia uma história que todos conheciam - a história da cabana na floresta.

Era uma tarde nublada de outono quando Clara, uma menina de apenas quinze anos, decidiu explorar a floresta que cercava sua cidade. Com seu espírito aventureiro e uma curiosidade insaciável, ela seguiu um caminho pouco trilhado, atraída por uma sensação inexplicável de que algo a esperava.

A cabana apareceu diante dela como um fantasma entre as árvores. Pequena e desgastada pelo tempo, suas paredes de madeira estavam cobertas por musgo e trepadeiras. Clara hesitou por um momento; algo na atmosfera parecia errado, como se a própria floresta estivesse tentando protegê-la daquele lugar. Mas o desejo de descobrir o desconhecido era maior do que seu medo.

Com um empurrão firme, Clara abriu a porta rangente da cabana e entrou. O interior era completamente diferente do que ela esperava. As paredes eram adornadas com tapeçarias luxuosas e candelabros brilhantes pendiam do teto alto. O chão era coberto com tapetes macios que absorviam os sons dos seus passos. Era como se ela tivesse sido transportada para um palácio mágico, onde o tempo não existia.

Mas assim que Clara começou a explorar os cômodos, uma sensação de desorientação começou a tomar conta dela. As paredes pareciam se mover, os corredores se estendiam infinitamente e cada porta que abria revelava mais do mesmo - um labirinto encantado que desafiava as leis da lógica.

"É só uma cabana", ela murmurou para si mesma, tentando afastar a estranheza do lugar. No entanto, quanto mais ela explorava, mais a sensação de estar sendo observada crescia.

Em um dos salões, Clara encontrou um espelho enorme, emoldurado com detalhes intrincados. Ao se aproximar dele, ela percebeu que seu reflexo não correspondia ao que via - sua imagem estava distorcida, como se estivesse presa em outra dimensão. A garota tocou a superfície fria do vidro e imediatamente sentiu um arrepio percorrer sua coluna.

Foi quando ouviu um sussurro suave atrás de si. "Clara... venha brincar..." A voz era doce e sedutora, mas havia uma pitada de malícia que fez seu coração acelerar.

Virando-se rapidamente, Clara viu uma figura sombria no canto da sala - uma menina com olhos vazios e um sorriso perturbador. "Você não deveria estar aqui", disse a figura com um tom melancólico.

Antes que Clara pudesse responder ou fugir, a menina avançou com movimentos rápidos e violentos. Em um instante aterrorizante, Clara sentiu algo afiado cortar seu braço; o pânico tomou conta dela enquanto tentava escapar daquela cena surreal.

Ela correu através dos corredores intermináveis da cabana, mas quanto mais corria, mais confusa ficava - as paredes pareciam se fechar ao seu redor. O sussurro continuava ecoando em sua mente: "Brinque conosco...".

Desesperada para encontrar uma saída, Clara finalmente avistou uma porta ao longe. Ao alcançá-la com dificuldade, girou a maçaneta apenas para descobrir que estava travada. Enquanto lutava para abri-la, sentiu mãos frias segurando seus ombros.

A visão turva tomou conta dela enquanto o medo dominava sua mente; tudo ao seu redor começou a girar e distorcer até que Clara finalmente caiu no chão macio da cabana.

Na manhã seguinte, quando os moradores de Zephota acordaram para mais um dia nublado e silencioso, o desaparecimento de Clara não passou despercebido. Mas ninguém ousaria entrar na floresta em busca dela - não quando sabiam das histórias sobre a cabana mágica e aterrorizante. E assim, enquanto os ecos da risada perturbadora preenchiam o ar frio da manhã, Clara tornou-se mais uma vítima das trevas ocultas daquela floresta maldita.

Naquela cidade esquecida pelo tempo, o mistério da cabana continuaria - esperando por sua próxima presa nas sombras eternas da floresta de Zephota.