3: O Último Suspiro da Freira Lourdes

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14 de outubro de 1860

Na cidade de Zephota, um mistério envolvia o convento onde a freira Lourdes dedicava sua vida ao cuidado dos necessitados. Conhecida por sua generosidade e fé inabalável, Lourdes era uma figura amada por todos. No entanto, uma estranha aura de temor começara a se espalhar entre os moradores conforme uma série de eventos sinistros se desenrolava.

Certa noite, enquanto a lua cheia iluminava o céu, Lourdes se preparava para a oração noturna. Um vento gélido soprou pelas janelas do convento, fazendo as velas tremerem. Enquanto ela murmurava suas preces, um sussurro distante começou a ecoar na sala: "Lourdes... venha até mim..."

A freira parou, seu coração acelerando com a sensação de que algo estava errado. O sussurro tornava-se mais insistente, como se estivesse chamando-a para longe do conforto do convento. Ignorando o medo crescente, Lourdes decidiu investigar. Ao abrir a porta da capela, foi recebida por uma névoa densa que encobria o corredor.

"Quem está aí?" perguntou ela, sua voz firme apesar do tremor em suas mãos. A única resposta foi um riso sinistro que reverberou nas paredes frias.

À medida que avançava pelo convento, Lourdes sentiu uma presença maligna à espreita. As sombras pareciam se contorcer e dançar ao seu redor. Em um instante, ela encontrou-se diante de um espelho antigo que refletia não apenas sua imagem, mas também uma figura sombria atrás dela — uma freira com um olhar vazio e um sorriso cruel.

"Você não deveria ter interferido," disse a aparição em um tom gelado. Antes que Lourdes pudesse reagir, as luzes começaram a piscar e o chão sob seus pés tremeu. Ela tentou escapar, mas as sombras se fecharam ao seu redor como correntes.

Com um grito silencioso, Lourdes foi puxada para dentro do espelho, onde a escuridão a consumiu completamente. Na manhã seguinte, os moradores do convento encontraram o lugar em silêncio absoluto. A freira Lourdes havia desaparecido sem deixar vestígios.

Os rumores sobre sua morte sobrenatural se espalharam rapidamente por Zephota. Alguns diziam que ela havia sido levada pelos espíritos vingativos de freiras antigas que não encontraram descanso. Outros afirmavam ouvir seu nome sussurrado nas noites frias, como um aviso para aqueles que ousassem desafiar as forças ocultas da cidade.

Desde então, o convento permaneceu fechado e abandonado, envolto em mistério e medo — um lembrete sombrio de que nem toda luz pode dissipar as trevas que habitam o coração humano.

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