Roteiro

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O que??? Como assim "depois de tudo"? Pensei em perguntar ali mesmo sobre o que ela estava falando, mas para quê? Eu preciso resolver isso de uma vez por todas, e para isso, precisamos marcar um encontro

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O que??? Como assim "depois de tudo"? Pensei em perguntar ali mesmo sobre o que ela estava falando, mas para quê? Eu preciso resolver isso de uma vez por todas, e para isso, precisamos marcar um encontro. Envio a proposta e fico no aguardo.

Enquanto isso, preciso viver minha nova vida.

Pela tarde, Eric estava em sua reunião. Passei a manhã inteira me escondendo dele, enfurnada no escritório, andando de um lado para o outro. Como eu deveria me comportar perto dele? É ele! Eric! Só de vê-lo, minhas pernas ficavam bambas. Preparei-me para algumas entrevistas e fiz o que precisava. Pesquisei tudo sobre minha nova eu; precisava saber exatamente quem eu era agora. As entrevistas eram uma oportunidade para descobrir o que tinha acontecido nos últimos anos e como eu me encaixava nesse novo mundo. Era estranho ver meu nome em sites e revistas que eu costumava acompanhar, mas agora parecia que eu estava lendo sobre uma completa desconhecida.

Depois de algumas horas imersa nessas descobertas, a fome começou a apertar. Permiti-me uma pausa. O silêncio da casa parecia ecoar, e a ausência de Eric, que deveria ser um alívio, só aumentava minha ansiedade. Fui até a cozinha procurar algo para comer, mas a ideia de vasculhar a geladeira de Eric Blastoni, como se fosse algo comum, ainda me parecia surreal. Abri a geladeira e, antes que pudesse decidir entre uma fruta ou o resto de uma refeição sofisticada, a porta do escritório dele se abriu. Meu coração disparou. Eram apenas passos, mas meu corpo reagiu como se estivesse escutando a trilha sonora de um filme de suspense.

Fechei a geladeira devagar e tentei controlar a respiração. "Aja normalmente", pensei. Como se fosse possível agir normalmente quando você está, de alguma forma, casada com o homem dos seus sonhos.

— Oi — sua voz grave preencheu a casa. Eu não tinha certeza se o meu "Oi" saiu audível, de tão baixo que respondi, mas ele ouviu. Ele entrou na cozinha, seus olhos rapidamente me encontraram.

— Como está sendo o seu dia? — perguntou, com um sorriso suave enquanto se aproximava.

Como está sendo o meu dia? Eu estava fugindo desesperadamente do meu próprio marido. Um marido que nem sei como conquistei. Mas, em vez de falar isso, optei por um simples:

— Tranquilo. Só aquele monte de perguntas clichês.

— Ah, esqueci de avisar! Hoje vai ter uma festa na casa do Felip. — Lembrei que ele se referia ao loiro que encontrei na coletiva. — Mas sei que tudo ainda é muito recente, então, se você não quiser ir, não vamos.

Segue o roteiro, Júlia! Segue o roteiro!

— Claro que não! Eu disse que estou melhor. Devo ter tido uma crise de ansiedade maluca! Vamos à festa, precisamos nos divertir. — Sorri, forçando confiança. Espero que meu nervosismo não tenha sido tão óbvio.

— Então está bom... Mas se você se sentir mal, a gente sai. Agora, antes de voltar lá para dentro, vem cá! — Ele me puxou pela cintura e me deu outro beijo longo, interrompido pelo telefone que tocou na sua mesa.

Esse é o melhor dia da minha vida! Pensei, vendo-o correr de volta para o escritório. Mas logo o pensamento desapareceu quando me lembrei de tia Mô, das meninas, do clube, do "depois de tudo". Verifiquei o celular de novo, e ainda nada de Lizandra. Talvez eu tentasse as outras amigas mais tarde.

Quando a noite chegou, comecei a me arrumar para a festa. Não sabia exatamente o que vestir, afinal, mal conhecia meu novo guarda-roupa, e cada peça que pegava parecia mais luxuosa que a anterior. Depois de algumas tentativas frustradas, optei por um vestido preto simples, elegante o suficiente para não chamar muita atenção, mas ainda assim bonito. Não estava me sentindo exatamente confiante, mas ao menos parecia que eu tinha algum controle.

Eric apareceu na porta do quarto enquanto eu calçava os sapatos, me observando com um sorriso satisfeito.

— Você está linda — disse ele, com aquele olhar encantador que só fazia meu coração bater mais forte.

— Obrigada — sorri, tentando disfarçar o nervosismo que ainda me consumia.

Fomos juntos para a festa, e no caminho, meu estômago estava revirando. Será que eu teria que fingir o tempo todo? Conversar com pessoas que aparentemente me conheciam, enquanto eu nem sabia o nome delas? Como eu ia lidar com tudo isso sem desmoronar? Os questionamentos passaram quando então chegamos. A casa de Felip era tão deslumbrante quanto eu imaginava. Logo que entramos, fomos recebidos por música alta, risadas e um ambiente iluminado com cores suaves. Felip nos viu de longe e veio direto ao nosso encontro.

— Eric! Júlia! — Ele nos abraçou calorosamente, e pela maneira como me cumprimentou, parecia que éramos amigos de longa data. — Fico feliz que vocês vieram!

— Não perderíamos por nada — Eric respondeu, lançando um olhar carinhoso para mim. Ele realmente estava tentando me deixar à vontade, mas eu mal sabia como responder.

Conforme a festa continuava, eu tentava me misturar, conversando aqui e ali, sempre com um sorriso no rosto, mas por dentro minha mente estava em constante batalha. Tudo parecia um jogo de dissimulação. Em um momento, enquanto Eric conversava com um grupo de amigos, me afastei discretamente e fui até o jardim. Precisava de um momento sozinha. Peguei meu celular e, sem pensar muito, abri as mensagens de Lizandra novamente. Ainda nada. Suspirei, frustrada. O que mais eu poderia fazer para tentar retomar algum contato com minha antiga vida? E o que teria acontecido com tia Mô? Acho que eu precisaria voltar a tocar no assunto com Eric, de algum jeito que não soasse estranho.

Estava no jardim, guardando o celular na bolsa de mão, quando Felip apareceu.

— Acho que você não é a única que precisava de um ar.

— Estava um pouco cheio. Acho que você é bem popular — disse, rindo, e o fiz rir também. Eu conhecia Felip antes de toda essa confusão. Ele era o "colírio" das garotas mais novas. Fez parte de uma boy band que não deu certo e se destacou mais em filmes adolescentes. Nunca foi o foco do meu fã clube, que obviamente só tinha olhos para Eric, mas de vez em quando cruzávamos com fãs enlouquecidas dele. Nunca imaginei que um dia teríamos uma relação tão próxima.

— Mudando de assunto... você pensou naquilo? — A pergunta me paralisou.

— Aquilo? — falei, forçando um sorriso.

— Não me faça repetir, Júlia.

— Ah... — O que eu respondo??? — Não, não consegui ainda. Mas assim que resolver algumas coisas, eu te dou uma resposta.

— Certo... Só... não demore, ok?

Mas do que esse cara está falando???


Mais um capítulo, pessoal!!! E então? O que estão achando do Felip? Comente aqui para engajar e me motivar a escrever! 🥹🙏

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⏰ Última atualização: Oct 14 ⏰

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