Casado nas montanhas ( 1 livro da série Acampamento Hardwood )

04

Ford

Sorrio para mim mesmo ao pensar em ontem
e no tempo que Honey e eu tivemos juntos. Há
muita coisa acontecendo nesta semana e, apesar de estarmos ocupados, essa tarde foi exatamente o que precisávamos.

Hoje estou nas baias de cavalos com Van enquanto
o ajudo em suas tarefas. Ele é um ótimo garoto e, embora tenha completado dezoito anos e tentamos levá-lo para a faculdade, ele continua dizendo que esta é sua casa. Nós nunca decidimos em fazê-lo ficar aqui para sempre, e talvez com o tempo Van mude de ideia.

Embora Honey e eu nos apaixonássemos e tivéssemos uma vida aqui, isso não significa que
ele também tenha. Mas mesmo agora, enquanto
limpa as baias dos cavalos, assobia e ama a vida.

Temos uma dúzia de cavalos que mantemos nesta parte do acampamento. Van está no comando deles, porque criou a maioria deles desde que eram potros, se não desde o nascimento. Ele sempre foi bom com animais e pode ensinar qualquer um a andar de cavalo.

Acho que Honey esperava que, em algum
momento, ele encontrasse a Única se apaixonasse
no acampamento como nós, mas isso nunca aconteceu. Van é um bom garoto que gosta de trabalhar com as mãos e ajudar os outros. Não tenho dúvidas de que na hora certa, alguém vai aparecer e derrubá-lo em sua bunda.

"Acho que Maggie está perto" Van passa a mão pelas
costas e pela barriga inchada.

"Você vai ficar com ela?" Eu pergunto, e ele assente. Eu sabia que ele faria sem ter que dizer isso. "Deixe-me saber se você precisar de alguma ajuda."

"Eu acho que ela vai ficar bem, só quero ter certeza de que ela não está sozinha."

"Eu quero falar com você sobre uma coisa." Eu me
inclino contra a abertura da tenda e ele olha para Maggie."Sua mãe e eu queremos ter certeza de que você não se sinta obrigado a estar aqui só porque é aqui que queremos estar."

"Papai..."

Eu levanto minha mão para cortá-lo e ele me dá um
olhar tão parecido com o meu rosto que é difícil não rir. Honey está certa; nós somos idênticos.

"Existe um diploma de veterinário que você
pode obter on-line se fizer exames clínicos e de laboratórios na próxima cidade. Eles têm um programa onde você pode ir alguns dias por semana. Eu sei que você é inflexível quanto a querer ficar aqui, mas isso pode ser uma maneira de você fazer algo que ama e ajudar."

"Sério?" Por um segundo ele parece surpreso e então eu vejo seu cérebro trabalhando todos os detalhes enquanto ele se concentra.

"Eu sei que você provavelmente tem muito mais do que a maioria com experiência prática. Mas quando esses animais aqui precisam de um veterinário, temos que ligar e esperar alguém chegar aqui. Você não precisaria ficar depois de terminar a escola, mas isso lhe dará opções."

"Sim, é verdade." Ele se vira para olhar Maggie e depois de volta para mim. "Obrigado, pai, eu vou pensar sobre isso."

Meu walkie-talkie dispara com um alarme e eu o puxo do bolso de trás. Geralmente é apenas um teste ou alguém apertando o botão errado, então não estou muito empolgado com o som.

"Ford aqui", respondo e há um momento estático antes de ouvir Moose do outro lado.

"É ruim-" Há muita estática para eu ouvir o que
ele está dizendo e eu saio do celeiro para um sinal melhor. "Ford! Você me ouve?"

"Moose, diga de novo." Clico no botão e há mais estática até que sua voz esteja gritando sobre o walkie-talkie.

"É Honey! Vá para o escritório!"

"Merda", xinguei e saí correndo em direção ao Gator.

"Pai?" Van sai do celeiro e eu grito por cima do ombro.

"Entre, é mamãe!"

Ele pula atrás, enquanto eu aperto o acelerador.
O veículo de quatro rodas é feito para o terreno acidentado do acampamento e eu o afasto do celeiro e desço a trilha.

Verifico atrás de mim para ter certeza de que Van tem uma boa aderência quando deslizo pela esquina e a sujeira voa. Os campistas saltam para fora do caminho enquanto eu grito e os aceno para fora da trilha. Van está fazendo o mesmo para levá-los a sair do caminho para que eu possa chegar ao escritório.

Eu sequer levo um segundo para pensar sobre o que isso significa e que minha esposa está totalmente
bem. Ela vai ficar bem, porque eu digo. Não há alternativa para este mundo onde ela não está nos meus braços em quando nós dois temos duzentos anos.

"Depressa", Van chama por trás, mas essa maldita
máquina não pode ir mais rápido.

Aperto o volante com tanta força que racha, mas
contínuo em frente. Quando chegamos ao escritório, vejo uma multidão de conselheiros do lado de fora. Van e eu pulamos do Gator enquanto ele ainda está em movimento, e minhas pernas não funcionam tão rápido quanto meu cérebro.

Tropeço um pouco enquanto corro os degraus e atravesso a porta.Honey está deitada do outro lado da mesa com o médico do acampamento de um lado, algumas enfermeiras ao seu redor e Moose por perto.

"O que aconteceu?" Eu chamo enquanto corro para ela e vejo que está inconsciente.

"Mordida de cobra", Moose responde, e eu olho para a perna dela para ver os dois pequenos pontos.

"Tivemos o soro antiofídico e ela ficará bem, porém vai entrar e sair da consciência." O médico balança a cabeça. "É uma mordida ruim e nós não a pegamos rápido o suficiente.Ela estava sozinha do outro lado das cabanas de armazenamento."

"Oh Deus." Eu me ajoelho ao lado dela e seguro suas
mãos nas minhas.

"Havia uma garota por perto. Eu acho que o nome dela era Zara. Ela estava passando quando aconteceu e a trouxe de volta para cá."

Olho para o médico, que balança a cabeça.

"Eu não sei como ela a carregou."

Sinto Van silenciosamente aparecer ao meu lado
enquanto ele olha para sua mãe.

"Ela vai ficar bem, certo?"

O pedido em sua voz reflete a minha quando olhamos para o médico.

"Sim, ela só vai ter que relaxar nos próximos dias." Ele aponta para o quadro perto dele. "Vamos transportá-la de volta para sua casa para que Honey descanse um pouco."

"Eu a peguei", eu digo enquanto a pego em meus braços e sinto seu corpo pequeno e quente contra o meu.

"Ford", ela murmura, e por um momento eu fecho meus olhos em agradecimento.

"Estou bem aqui, querida, e é melhor você ficar comigo."

Ela assente e eu a sinto respirando enquanto saio do
escritório e a levo para casa.