Prólogo

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Alvo Dumbledore

Eu acariciava as penas de Fawkes enquanto contemplava o futuro incerto.

Balançando a cabeça em forma de dissipar meus pensamentos quase não escuto o leve guincho em um canto do meu escritório.

Agora completamente fora dos meus pensamentos, eu me viro em direção ao barulho de forma leviana apenas para meus olhos se arregalarem em choque com o que via.

De uma forma mais não tão calmo, eu me viro em direção aos retratos do meu escritório.

Alguns se encontravam dormindo, outro fingindo dormir e um me observava de forma curiosa. Sem tempo a perder me aproximo a ele.

— Procure pelo professor Severus Snape e o chame imediatamente ao meu escritório. Urgente. — Dou o comando com meu tom de voz sereno que mesmo sendo algo de urgência conseguia controlar.

O retrato ao ouvir isso se moveu e sumiu do seu quadro. Enquanto o retrato fazia seu trabalho, eu acariciava minha barba ao mesmo tempo que observava o objeto que ainda guinchava aumentava o barulho de uma maneira quase estridente.

Que estranho...

Antes que eu possa entrar em um dilema comigo mesmo, Severus abre a porta do meu escritório e me encara com a mesma expressão brava.

— Você me chamou, Diretor? — Dizia ele com uma torção em seus lábios — Estava no meio de preparações de poções para o estoque da enfermeira, então que seja importante.

O observo arquear a sobrancelha, notando agora o objeto estridente no escritório e mesmo com todo esse mau humor, não pude deixar de dar um leve sorriso.

— Ah sim meu garoto — Confirmo com a cabeça me aproximando dele — Receio que o que eu devo dizer é mais importante que o estoque da enfermeira.

Ele apenas cruza os braços e espera, com um rosto inexpressivo sem demonstrar nada o que sentia.

— Parece que algo ocorreu na casa de Petúnia, algo não tão bom. Temos que ir e verificar.

Severus, sem nada a dizer e demonstrar, demorou alguns segundos antes de não conter o bufo de desgosto, murmurando algo sobre "garoto tolo" e "arranjando sempre problemas".

Apenas sorrio com aquilo e aponto em direção a porta, como forma de irmos.

Severus com suas vestes esvoaçantes se vira e caminha para fora do escritório comigo atrás, em destino a fora das proteções de Hogwarts para aparatar.

A caminhada embora um pouco longa acabou se passando rápido já que estava ocupado pensando.

Em frente a casa da Petúnia, em Surrey podia entender o porquê do barulho de guincho do objeto.

— A proteção de sangue caiu. — Afirmo calmamente.

Severus me olha assustado por alguns segundos antes de sua máscara inexpressiva ser posta novamente.

Sem nada a dizer, caminho até a porta e dou algumas batidas na porta.

Petúnia abre a porta com um sorriso doce enfeitado em seu rosto antes dele cair em uma carranca ao ver os dois bruxos ali, empalidecendo ao reconhecer Severus.

— O que vocês estão fazendo aqui? — Diz ela em seu tom de voz rude.

— Viemos apenas fazer uma visita ao Harry, podemos entrar? — Pergunta sem demonstrar emoção apesar dos meus olhos brilharem.

A cara feia de Petúnia parece piorar com minhas palavras.

— Por que isso? Você nunca se importou de ver o garoto em todos esses anos depois de ter largado em minha porta. Por que agora? — Ela firmemente ignora o outro bruxo atrás de mim.

Mas eu podia sentir o olhar dele queimando em minhas costas após as palavras dela.

— Coisas da vida. Acontece que é importante eu vê-lo agora, posso? — Pergunto me aproximando um pouco da porta.

Petúnia fecha alguns centímetros como forma de me afastar.

— Bem, que azar o seu. Ele foi embora. A dois dias, pra nunca mais voltar, eu espero.

Franzo o cenho com as palavras dela, me perguntando como não havia sido notificado antes sobre o desaparecimento de Harry.

Severus, parecendo achar aquela pequena demora como o estopim, passou por mim e com força escancarou a porta enquanto empurrava a mulher do meio.

— Saia da frente. — Seu tom era quase cortante. Como adagas de gelo enquanto invadia a casa dela.

Petúnia me olhava horrorizada. Eu apenas dei de ombros e entrei em sua casa para me juntar a Severus.

O mesmo se encontrava revirando a casa que pelo visto não tinha mais ninguém além de Petúnia, o que era bom. Menos dor de cabeça.

Tendo olhado todo o andar de cima, inclusive o armário debaixo da escada, o que convocou sérios questionamentos para o morcego das masmorras pois parecia que alguém havia morado ali, os dois bruxos caminharam para o andar de cima.

Separando para entrar nos quarto, me vejo estando no suposto quarto de Harry e percebo que suas coisas não estavam ali.

Não precisei procurar muito para achar alguma pista, pois na escrivaninha velha estava um pequeno bilhete.

"Não me procurem. Não me encontrem.

Quero viver minha vida em paz.

HP."

Suspiro audível ao ler aquilo e devo ter encarado aquele papel a muito tempo, pois Severus logo estava no quarto arrancando o bilhete de minhas mãos para ler.

— Há. — Foi o único som que ouvi do outro bruxo, uma risada sem humor.

Me viro para olhar pra ele. Ele me olhava de volta buscando respostas.

Respostas de perguntas que eu também queria saber.

Meio minuto se passou e com um suspiro eu digo algo

— Contate os Autores e o ministério. — Com um aceno de cabeça, Severus sai do quarto mais uma vez sem emoção.

Me viro para a janela e olho para o horizonte.

Onde você se meteu, meu menino?

Harry Potter e as Férias ProibidasOnde histórias criam vida. Descubra agora