A cerimonia

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Acordei com meu pai batendo na porta...
-Sophie, está acordada? Ele perguntava atrás da porta e batia de leve.
- Si... Sim... Meio sonolenta e bocejando eu respondi.
-Pode entrar, pai .
Ele abriu a porta, entrou, deu um beijo na minha testa como de costume e sentou na beira da cama, com um semblante meio triste.
- A cerimônia da sua avó vai acontecer hoje no início da tarde, vim te avisar para que você possa se preparar, meu anjo.
-Tudo bem, pai, onde vai acontecer?
-Vamos para o lago de Claymore.
Dito isso, eu já entendi o que ia acontecer ...
Abracei papai.
-Já sinto saudades dela, pai... Falei o apertando muito.
-Eu também, meu amor... Eu também... Agora tenho que ir organizar as coisas, pedi que trouxessem seu café aqui no seu quarto, imaginei que não quisesse sair, pela hora, a senhora Ester já deve está chegando com a comida.
-Obrigada, pai, vou querer mesmo fazer a refeição aqui, e pai...
Não se preocupe, vai dar tudo certo.
Ele já ia saindo, virou-se pra mim e fez que sim com a cabeça, fechou a porta e saiu.

-Tenho que falar com Collin, preciso contar a ele sobre o meu plano, e mais uma vez vou precisar dele. Pensei comigo mesma.
-Tem que dar certo !
Me vesti rapidamente e fui em direção a porta, disposta a ir falar com Collin.
Quando abri a porta, lá estava a senhorita Ester, com uma bandeja cheia de comida, frutas, pão, queijo, e leite quente .
- Pra aonde Sophie Turner pensa que vai nessa pressa? -- Ela falou pra mim sorrindo .
-Aah, hum... Eu estava com tanta fome que ia ver se a senhora já vinha. Falei desconfiada -- A propósito, o Collin está nos aposentos dele ? Eu gostaria muito de falar com ele, é uma besteira, mas combinamos que ele ia me ensinar um pouco de luta com espadas. Falei disfarçando.
-Ah, nessa hora ele está justamente treinando na arena, quer que eu avise quando chegar que a senhorita deseja falar com ele ?
-Ah, não, não precisa, talvez ele tenha esquecido, depois falo com ele.
-Tá bom, senhorita, não esqueça de se alimentar direitinho. Ela falou se despedindo e saindo.
-Pode deixar e obrigada .
Eu realmente fiquei com fome depois de ver tudo aquilo na minha frente, comi rapidamente e decidi ir até a arena, precisava falar com ele.
Tranquei a porta do meu quarto, sai do castelo e fui em direção à arena .
Vi de longe Collin sem camisa, treinando sem parar.
-Uau, o bobalhão está cada vez mais musculoso, corei rapidamente e pausei o pensamento, cheguei mais perto e falei pra que ele notasse.
- Eca, Collin, você está todo suado e seboso. Falei rindo .
Collin logo olhou pra trás, tropeçou nos próprios pés e caiu.
Eu cai na gargalhada, mas fui ajudar ele a levantar .
Estiquei a mão pra ele e ele agarrou meu braço, me puxou e me derrubou por cima dele, e começamos uma pequena "briga" pra me largar e ele me segurando até que deixou eu sair.
-Pronto, princesa, agora você está igualmente suada e sebosa, ha há . -- Falou Collin debochando da minha cara.
-Saaaai, seu imundo, e mesmo que você queira, eu não fico fedorenta igual você, ha ha. Falei fingindo estar emburrada, o que deixou ele com um semblante preocupado, logo dei um tapinha nas costas dele.
-Relaxe, bobalhão, nem se você me derrubasse mil vezes, me faria ficar chateada, você sabe que eu gosto muito de você, Collin corou e eu percebi, logo notei que eu também corei.
-Eu sei que você não resiste ao meu encanto, -- falou rindo .
-Ora não seja convencido, deixe-me falar, tenho pouco tempo.
Collin assentiu com a cabeça e eu comecei:
-Então, eu já decidi que vou atrás da tal pedra sol e lua, e também decidi o que vou pedir, não sei se você vai concordar comigo, mas eu preciso de você pra ir comigo, como também preciso que me dê todo o apoio possível, sem mudar meu plano em nenhuma vírgula.
-Claro, Sophie, eu faço o que for preciso, mas me conte o que você planejou?
-Bom, eu não posso contar agora, daqui a pouco é a cerimônia da minha avó, você vai não é?
- Claro que sim, estarei lá ao seu lado.
-Então, eu só vim aqui pra marcar com você, depois da cerimônia te encontro no mesmo lugar da outra vez, perto da escada, vamos voltar ao sótão, preciso pegar as coisas da caixa, lá eu te conto meu plano, de ante mão, vamos fugir na madrugada depois de passar todo o plano com você, ok? Então, preciso que você leve suprimentos, e sua espada, claro, vamos atrás da pedra, o quanto antes preciso concluir o que nasci pra fazer!
-Fugir? Falou Collin assustado.
-É, Collin, não sei quanto tempo vamos demorar pra chegar lá, nem sei se é perto ou longe, mas hoje vou na biblioteca pegar o livro dos mapas, certeza que deve ter algo sobre essa pedra, vou levar pra o sótão pra traçamos todo o trajeto e o plano.
-Vai ser uma aventura e tanto... Mas você sabe que os guardas do seu pai vão atrás de nós, não sabe ?
-talvez não, vou deixar uma carta pra o meu pai, dentro do meu quarto, como vai demorar pra ele ver, é o tempo de nós já estarmos um tanto longe, quando ele ler, eu vou pedir para que não vá atrás de mim, vou pedir pelos Deuses que confie em mim, ele tem que confiar ... Enfim, tudo certo ?
-Tudo sim, Sophie .
-Então, eu tenho que ir, vou me preparar, te vejo no lago de Claymore, dei um beijo na bochecha de Collin e sai.

Quando estava entrando no castelo dei de cara com meu pai.
-De onde você vinha, Sophie?
-ah, fui falar com um amigo meu, o Collin, papai.
-Sim, tudo bem, mas não fique andando por aí sozinha, ok? vamos sair daqui a pouco, passo no seu quarto em 15 minutos .
-Tá bom, papai, pode deixar.
Subi para meu quarto, coloquei meu vestido preto, arrumei meus cabelos e meu pai chegou.
-Está linda, minha princesinha.
Ele estendeu a mão pra que eu pegasse, em uma reverência .
Peguei a mão dele e seguimos pra fora do castelo, entramos na carruagem de meu pai.
Ficamos em silêncio o caminho todo, até chegarmos na vila Claymore.
Descemos da carruagem e já estavam todos do reino yang esperando pelo corpo de vovó.
Meu pai junto com senhor Jonson acomodaram vovó em um barquinho onde só cabia ela, ajeitaram as palhas ao redor .
Quando vi vovô, fui correndo abraçá-lo, ele estava muito triste, chorando muito.
-Vovô, não se preocupe, vai ficar tudo bem, eu prometo.
-Sophie, meu amor, que bom que você está aqui, obrigada pelas palavras, meu anjo. -- Falava vovô entre soluços.
Quando vovó já estava acomodada, meu pai levou o barquinho pra o rio, pediu pra sr Jonson segurar.
chamou a atenção de todos, proferiu suas últimas palavras a vovó .
Pediu silêncio a todos, chamou a atenção de dois arqueiros, que colocaram fogo em suas flechas .
-Arqueiros, a postos ! Gritou papai.
virou pra sr Jonson deu o sinal pra ele empurrar o barco e assim ele o fez.
Quando o barquinho já estava um tanto longe, meu pai levantou o braço e apontou, como sinal pra os arqueiros soltarem suas flechas em direção ao barco.
Logo os dois arqueiros soltaram suas flechas que acertaram o barco com uma precisão incrível...
Poucos segundos o pequeno barco já estava em chamas, e assim é a cerimônia de cremação, logo seria tudo cinzas soltas ao lago, na vila que vovó tanto amava.
Esse sempre foi o desejo dela, que as cinzas fossem jogadas no lago da vila Claymore.
-Vovó eu te prometo que isso não vai ficar assim, tem a minha palavra . Falei comigo mesma.

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