Entre eu e você - michaeng (G!P)

Porque..

Pov.chaeyoung

Enquanto o silêncio pairava entre nós, comecei a notar que Mina estava cada vez mais cansada. Seus olhos estavam pesados e ela lutava para se manter acordada. A preocupação se misturava com a compaixão dentro de mim. Queria que ela se sentisse confortável, mesmo que fosse por um momento.

—Mina— falei suavemente, inclinando-me um pouco mais perto. —Você parece muito cansada. Se quiser, pode descansar um pouco.

Ela me olhou, parecendo confusa por um instante, mas logo sua expressão suavizou. Eu então ofereci meu ombro, inclinando-me para que ela pudesse se apoiar.

—Sério, não tem problema. Pode encostar a cabeça aqui— disse, tentando transmitir um sentimento de acolhimento.

Mina hesitou por um momento, mas então, com um suspiro, encostou a cabeça em meu ombro. Senti meu coração aquecer ao perceber que ela estava se permitindo um momento de conforto.

—Obrigada, Chaeyoung— murmurou, quase sonolenta. —Só preciso de um tempinho.

Enquanto ela fechava os olhos, tentando relaxar, senti uma onda de proteção me envolver. Eu sabia que estava ali para apoiá-la, não importava o que acontecesse. O mundo ao nosso redor parecia se desvanecer, e, por um breve momento, tudo o que importava era aquele instante de tranquilidade.

—Estou aqui— sussurrei, sabendo que, mesmo que ela não falasse, eu estaria ao seu lado, pronta para ajudá-la quando ela estivesse pronta.

Enquanto Mina se acomodava em meu ombro, percebi que a aula continuava, mas eu realmente não me importava. Estávamos no fundo da sala, e a professora parecia alheia ao que acontecia. O murmúrio dos colegas e a explicação monótona da professora se tornaram um ruído distante.

A sensação de ter Mina ali, descansando, me trouxe um conforto inesperado. Eu queria que ela soubesse que, mesmo em meio a toda a confusão, tinha um lugar seguro ao meu lado. O mundo ao nosso redor parecia irrelevante, e tudo que importava era aquele momento de conexão.

Mina respirou fundo, e eu pude sentir a tensão em seu corpo começando a se dissipar. A cada respiração, ela parecia mais tranquila, como se estivesse finalmente permitindo-se um momento de paz.

—Você está bem, Mina?— perguntei baixinho, apenas para garantir que ela soubesse que ainda estava ali.

Ela não respondeu, mas o leve movimento de sua cabeça contra meu ombro me fez perceber que, pelo menos por enquanto, ela estava confortável. Um sorriso involuntário surgiu em meu rosto.

Decidi aproveitar aquele momento, então, fechei os olhos por um instante, permitindo-me relaxar também. As preocupações e tensões do dia pareciam desaparecer, e o calor da amizade que compartilhávamos me envolveu como um abraço acolhedor.

A aula continuava, mas eu não me importava. Estava ali por Mina, e isso era tudo que importava naquele instante.

Enquanto o silêncio se instalava entre nós, senti Mina se mover um pouco. Para minha surpresa, ela colocou a mão suavemente no meu colo. O gesto foi delicado e inesperado, e meu coração disparou com a intimidade da ação.

Olhei para ela, mas Mina ainda tinha os olhos fechados, como se estivesse se permitindo relaxar completamente. A sensação de sua mão ali, tão próxima, me fez perceber o quanto aquele momento era especial. Era como se ela estivesse buscando um apoio, um laço que nos unia ainda mais.

—Mina— sussurrei, um sorriso suave se formando em meus lábios. —Você não precisa se preocupar. Estou aqui para você.

Ela murmurou algo inaudível, mas a maneira como sua mão repousava sobre mim era reconfortante. A sala estava cheia de barulho, mas naquele instante, tudo parecia calmo e seguro.

Decidi que não queria que ela se sentisse pressionada a falar ou a fazer algo. Apenas estar ali, juntas, era suficiente. A conexão que estávamos criando era mais importante do que qualquer aula ou qualquer outra coisa ao nosso redor.

O tempo passou, e eu continuei a acariciar suavemente a mão de Mina, mantendo um ambiente acolhedor. Esperava que, ao acordar, ela se sentisse um pouco mais leve, um pouco mais forte para enfrentar o que quer que estivesse passando. E eu estaria lá, pronta para apoiá-la em cada passo do caminho.

Depois de uma hora, comecei a sentir meu ombro dormente, mas não me importei. O conforto que Mina parecia encontrar ali fazia tudo valer a pena. O barulho da sala começou a aumentar à medida que os alunos se levantavam para o recreio, mas eu permaneci sentada, mantendo minha posição para que ela pudesse continuar descansando.

A professora finalmente deu o sinal para que os alunos saíssem, e a sala foi tomada por risadas e conversas. Mas, no fundo, eu ainda estava focada em Mina. O movimento ao nosso redor não me distraía; meu coração estava completamente voltado para ela.

—Mina— murmurei suavemente, inclinando-me um pouco mais perto. —Está na hora do recreio. Você quer acordar?

Ela se mexeu levemente, mas não abriu os olhos imediatamente. A expressão de tranquilidade em seu rosto me fez sorrir. Eu queria que ela soubesse que estava tudo bem em ficar ali um pouco mais, se isso a fizesse se sentir melhor.

Depois de alguns momentos, Mina finalmente começou a abrir os olhos, e o primeiro olhar que ela lançou foi de confusão. Ao perceber onde estava, um pequeno sorriso surgiu em seu rosto.

—Oi, Chaeyoung— disse, ainda sonolenta. —Desculpe, eu acabei dormindo.

—Não precisa se desculpar— respondi, com um sorriso. —Você precisava de um tempo. Como você se sente?

Ela hesitou, olhando para o chão por um instante, mas então levantou a cabeça e me encarou. Havia uma nova determinação em seus olhos.

—Melhor— respondeu, com um leve sorriso. —Obrigada por estar aqui.

—Sempre— disse, sentindo um calor no coração. —Quer ir comer algo no recreio? Posso te acompanhar.

Mina assentiu, e, enquanto ela se levantava, eu também fiz o mesmo. Embora meu ombro estivesse dormente, a alegria de vê-la um pouco mais animada fez tudo valer a pena. Juntas, saímos da sala, prontas para enfrentar o resto do dia, lado a lado.

Enquanto caminhávamos pelo corredor, decidi puxar conversa para deixar o clima mais leve.

—Ei, você sabe se a Sana e a Momo vieram hoje?— perguntei, tentando lembrar se tinha visto elas na sala.

Mina balançou a cabeça, com um olhar um pouco triste.

—Não, elas faltaram hoje. Acho que a Sana não estava se sentindo bem e a Momo teve um compromisso— respondeu.

Conforme andávamos, percebi que Mina estava andando de uma maneira estranha, como se estivesse um pouco desconfortável. Isso me deixou preocupada.

—Mina, espera um pouco— pedi, aproximando-me dela. —Deixa eu só amarrar meu sapato.

Mas, para minha surpresa, ela não ouviu e continuou andando. Fui atrás dela, mas, quando olhei para baixo, percebi algo que me fez parar no lugar. Havia um pouco de sangue na perna dela, Meu coração disparou.

—Mina!— chamei, com uma preocupação crescente. —Espera!

Ela finalmente parou e se virou para mim, confusa. Assim que cheguei mais perto, a expressão no meu rosto deve ter deixado claro que algo estava errado.

—O que aconteceu?— perguntei, tentando manter a calma, mas a preocupação transparecendo na minha voz.

Mina olhou para a perna e seu rosto mudou.

—Ah, não...— ela murmurou, parecendo alarmada. —Eu não percebi.

—Você está bem?— perguntei, tentando entender a situação. —Precisamos ver isso.

Ela hesitou, mas eu podia ver que estava preocupada.

—Sim, eu só...— começou, mas não terminou a frase.

—Vamos para a enfermaria, tá?— sugeri, decidida. —Não quero que você fique assim.

Mina assentiu, e juntas começamos a caminhar rapidamente em direção à enfermaria. Meu coração estava acelerado, mas eu sabia que precisava ser forte por ela. Estava ali para apoiá-la, não importava o que acontecesse.