AGORA

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Era mais um dia comum na loja de bolsas, Valentina atenta aos documentos em sua sala, que é interrompida dos seus pensamentos por Ana sua funcionária mais antiga e amiga...

- Valentinaaa!! -. Diz Ana entrando na sala com olhar assustado.
- Oque foi Ana? Algum problema com alguém? -. Respondi engolindo seco, até eu tomei um susto..
- eu não tive como impedir, quer dizer eu não tenho certeza.. -. A mesma vai se embolando nas palavras..

Valentina se levanta da cadeira, as pernas bambas, e olha para Ana, incrédula. "Ele está aqui? Mas como? O que ele quer?", questiona, a voz quase um sussurro, carregada de uma mistura de raiva e confusão.

Ana, percebendo a confusão da amiga, responde: "Ele está na sala de espera, Valentina. Disse que queria falar com você. É o Bruno, o Bruno que você conhece, o pai do Ethan."

Valentina fecha os olhos por um instante, respirando fundo para tentar controlar as emoções que a dominam. "Deixe-o esperar. Vou me recompor", diz ela, tentando manter a compostura. "Mas Valentina...", Ana tenta argumentar, mas Valentina a interrompe, com um olhar firme. "Eu preciso de um minuto. Vá atender os clientes, por favor."

Ana, compreendendo a necessidade de Valentina, sai da sala.

Valentina se levanta e caminha até o espelho, observando seu reflexo. Seus olhos, um verde intenso, brilham com uma mistura de raiva e tristeza. Ela tenta se recompor, mas a imagem de Bruno a persegue. Ela precisa se controlar. Precisa saber o que ele quer, precisa entender o que está acontecendo.

Ela respira fundo, tentando organizar seus pensamentos. "Como assim ele está aqui?", pergunta, a voz firme, mas com um tremor quase imperceptível. "Quem é 'ele'? Bruno? Você tem certeza?", questiona, tentando manter a calma. "Ele disse que você saberia quem ele é", responde Ana, com um olhar de preocupação. "Mas como ele sabe onde eu trabalho?", Valentina pergunta, a confusão tomando conta de seus pensamentos. "Ele disse que te encontrou por acaso", Ana responde, observando a reação da amiga. "Por acaso?", Valentina repete, a voz carregada de descrença. "Ele não pode ter me encontrado por acaso. Ele não pode ter me esquecido. Ele não pode...", ela interrompe seus pensamentos, sentindo a raiva crescendo dentro de si.

Valentina se recompõe, respirando fundo mais uma vez. "Ana, chame-o aqui", diz ela, com a voz firme, mas com um tremor quase imperceptível. "Ele está aqui, na minha sala. Eu quero vê-lo."

Ana, sem questionar, sai da sala. Valentina se senta novamente, tentando controlar a avalanche de emoções que a invade. Ela precisa se preparar para o que está por vir. Ela precisa saber o que Bruno quer. Ela precisa saber por que ele voltou.

A porta se abre e Bruno entra, com os olhos cheios de lágrimas. Ele olha para Valentina, sem dizer uma palavra, e ela sente um nó na garganta. O Bruno que ela conhecia, o Bruno que ela amou, estava ali, com o olhar perdido, com a voz rouca, com o coração partido. Mas ao mesmo tempo, ela sentia uma raiva profunda, uma revolta que a consumia por dentro. Como ele ousou voltar? Como ele ousou aparecer depois de tanto tempo? Como ele ousou olhar para ela com esses olhos cheios de lágrimas?

Valentina se levanta, com os olhos cheios de lágrimas também, mas com a raiva e a revolta dominando seus pensamentos. "O que você quer, Bruno?", pergunta, a voz firme, mas com um tremor quase imperceptível. "O que você pensa que pode fazer depois de tanto tempo? Depois de tudo o que aconteceu? Depois de me deixar sozinha? Depois de me abandonar?"

"Valentina, eu sei que você está com raiva, e eu entendo. Eu não tenho desculpas para o que fiz. Eu fui um covarde. Eu te abandonei. Eu te machuquei. Mas eu voltei. Eu voltei para tentar consertar as coisas.

E SE VOCÊ FICASSE?Onde histórias criam vida. Descubra agora