Hey! Quem é meu leitor, já sabe como essa senhora aqui é cara de pau, mas se você chegou agora, bem-vinde a esta humilde mente de bordel. Sil vous plait, puxe e uma cadeira e fique à vontade para conhecer a breve história, sob um ponto de vista safado-poético de uma garota poeta e seu amor pela professora de Literatura.
Dito isso, Feliz dia do Professor, viu? 👩🏫💜
Heloísa frequentava as aulas de Literatura uma vez por semana, até rabiscava algo, mas lhe faltava a coragem para se expor poeta. Na verdade, uma palavra de incentivo na hora certa e quem sabe aquela bagunça com potencial, — como chamava carinhosamente seus rabiscos—, poderia vir a ser a leitura favorita de alguém.
"— Nós não lemos e escrevemos poesia porque é bonito, nós lemos e escrevemos poesia porque pertencemos a raça humana e a raça humana está cheia de paixão..."
A voz mansa de sua professora com o livro nas mãos foi o empurrãozinho para mostrar ao mundo que também era capaz de belos versos. Como um bom poeta precisava de uma musa, ela foi quem tornou-se o que, na calada da noite, em seu quarto chamou de "meu céu escarlate". Selene devia ter uns trinta pelas marcas de expressão sob um olhar que se assemelhava a cor âmbar, no entanto, quando ela jogava as madeixas ruivas para trás da orelha pouco antes de abaixar para tirar sua dúvida, Heloísa jurava que ela não era humana, e sim poesia em forma de mulher.
Era essa então a paixão de John Keating? Ou só estava sofrendo de algo que a Psicologia explicava e que era um desatino nutrir amores pela figura de poder? Não podia conceber que as borboletas no estômago e o incêndio entre as pernas toda vez que a via de saia longa, em pé apontando para o quadro eram só uma resposta adoecida de sua mente. Aqueles âmbares eram tão gentis toda vez que ela lia seus versinhos estabanados e daqueles lábios brotavam elogios que levavam sua imaginação longe, culminando em banhos noturnos e uma sede de tornar-se uma só com ela.
O concurso de poesias sempre foi um sonho distante até que aquela mulher foi além da dedicação de um professor: em segredo havia lhe inscrito na véspera! Heloísa correu em polvorosa até a frente do carro, seu coração quase pulou para fora do peito ao seu rosto ir de encontro ao decote em um abraço apertado. Quis gritar ao mundo o quanto a amava e tinha certeza de que lá daquele cantinho da plateia ela deveria ter se sentido o máximo por ter sido quem encorajou uma jovem poeta. Selene ia dar a partida, porém deteve-se em orgulho ao ver sua aprendiz no banco do passageiro segurando um certificado.
Heloísa tinha um sorriso de orelha a orelha e um plano maquiavélico. O mundo já conhecia seus versos, contudo, Selene precisava saber que era a dona deles. Virou-se para ela com um olhar quase platônico.
— Espera, antes de irmos, preciso te dizer uma coisa...
Sua professora sorriu sem graça.
— Diz...
Antes que pudesse cogitar reagir, a mão gelada e trêmula sobre sua coxa lhe causou um arrepio, falhou em escapar da coragem insana dela indo em sua direção, determinada a descobrir o gosto de seu beijo. Seus âmbares obscureceram e a empurrou, notando o desapontamento nos olhos castanhos. O silêncio irrompeu mais barulhento que uma tempestade e o tempo devia ser um deus sádico porque o momento, por mais efêmero, pareceu uma eternidade. A oportunidade de ser imoral estava lá; em seus olhos hesitantes batalhando contra o desejo questionável sob suas veias. Ela deveria ter metade de sua idade e estava admirada, pobrezinha! Freud explica.
— Acho que você confundiu as coisas...meu bem.
A aluna chegou a abrir a boca e permaneceu em silêncio levando a professora a, sem querer, olhar direto para eles.
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Nunca foi Freud, sempre foi meu coração
Short Story"Era essa então a paixão de John Keating? Ou só estava sofrendo de algo que a Psicologia explicava e que era um desatino nutrir amores pela figura de poder? Não podia conceber que as borboletas no estômago e o incêndio entre as pernas toda vez que a...