Confissões ao Anoitecer

7 1 0
                                    

Depois daquela confissão inesperada, o treino chegou ao fim e, enquanto todos já estavam indo embora para casa, Yamaguchi se viu absorto nos pensamentos.  O alívio de ter se aberto para Tsukishima ainda estava fresco em sua mente, mas o peso da incerteza sobre o que viria a seguir também o acompanhava.

Na manhã seguinte, o dia estava nublado, mas para Yamaguchi, o clima parecia um reflexo de suas emoções. Ele se perguntava como seria ver Tsukishima de novo, após a conversa da noite anterior. Será que as coisas mudariam entre eles? Seria estranho? Essas dúvidas rondavam sua mente como uma tempestade que ele não conseguia afastar.

No treino daquela tarde, Yamaguchi percebeu que Tsukishima parecia agir normalmente, o que lhe deu um pouco de conforto. Entretanto, os momentos que passavam juntos carregavam uma tensão silenciosa, como se ambos estivessem se acostumando com a ideia de algo novo entre eles.

Após o treino, Tsukishima se aproximou de Yamaguchi, que já estava arrumando suas coisas. Sem rodeios, o loiro perguntou:

— Ei, quer ir tomar um café depois? Precisamos conversar.

Yamaguchi engoliu seco, mas assentiu, sentindo o nervosismo crescer novamente. Eles caminharam lado a lado até uma pequena cafeteria próxima da escola, o silêncio entre eles era meio estranho e até um pouco desconfortável, até que se sentaram com suas bebidas.

— Então, Tsukki... — Yamaguchi começou, tentando quebrar o silêncio. — Sobre o que você queria falar? — O esverdeado diz um pouco nervoso.

Tsukishima olhou para ele, seu olhar mais suave do que o normal.

— Eu queria te agradecer, na verdade. Eu sei que deve ter sido difícil para você se abrir assim. — Ele fez uma pausa, tomando um gole de seu café. — E eu fiquei pensando sobre o que você disse. Sobre nós. . Sabe?

Yamaguchi apenas o observava, esperando as próximas palavras.

— Eu também gosto de você, Yamaguchi. Mas como eu disse, quero ir com calma. Eu não sou muito bom em lidar com esse tipo de coisa, então. . . — Tsukishima desviou o olhar, claramente desconfortável em expressar suas emoções. — Quero tentar, mas sem pressa.

O coração de Yamaguchi disparou, uma mistura de alegria e nervosismo em seu peito. Ele sorriu, sentindo um calor reconfortante ao ouvir as palavras de Tsukishima.

— Eu também não sei bem como lidar com isso, mas. . . — Yamaguchi começou, mexendo em sua xícara. — Estou feliz que você queira tentar Tsukki!

Eles passaram o restante da conversa discutindo como iriam lidar com essa nova fase de suas vidas. A naturalidade de suas interações aos poucos voltava, e o que antes parecia uma barreira intransponível agora se tornava uma estrada que eles começavam a trilhar juntos, um passo de cada vez.

Quando finalmente saíram da cafeteria, o céu já começava a escurecer. A brisa da noite era fria, mas Yamaguchi se sentia aquecido, tanto pelo café quanto pelo peso que finalmente havia deixado para trás.

— Vamos? — Tsukishima perguntou, olhando para o céu estrelado.

Yamaguchi sorriu, caminhando ao lado do loiro, sentindo que, apesar do futuro incerto, aquele era o começo de algo especial. E ele estava disposto a descobrir, ao lado de Tsukishima, o que esse novo caminho os esperava.

Entre Páginas e SilênciosOnde histórias criam vida. Descubra agora