cap 23

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Me pergunto todos os dias o motivo pelo qual eu estou nessa profissão, coloco minha vida totalmente em risco, me meto em várias confusões, invado lugares. E nada disso me faz feliz, mas ao ver a cara do meu pai eu me lembro o porquê estou aqui e vivo dessa forma

Coloquei meu colete e peguei minha arma, Jéssica já estava parada na porta pronta para sair. A garota tremia que nem vara verde, apenas revirei os olhos e suspirei fundo

Fiz uma oração mentalmente antes de sair e fui em direção ao carro, todos já estavam armados e prontos. Entrei no carro que ia na frente e me encostei fechando os olhos, a brisa ainda era fria, com certeza iria chover

O motorista entrou e logo ligou o carro, apertei minhas mãos contra a arma e suspirei fundo pela milésima vez. Começou a dirigir e fui olhando a passagem durante o caminho

Fechei os olhos para me concentrar melhor no que tinha que fazer, quando abri vi que já tinhamos chegado no morro. Abri a porta e logo escutamos os rojões sendo estourados avisando que tínhamos chegado

Me escondi atrás da porta e senti os tiros acerta-lá, apontei minha arma para fora e comecei a atirar. Os vapores que estavam ali cairam no chão sem vida, olhei para trás e dei sinal para avançarem

Sai correndo e subi a pequena escada que tinha ali, uns vapores apareceram e começei a atirar contra eles e me escondi atrás de uma das paredes sentindo a mesma se decompor pelos tiros dos vapores

*Radio On*

-Comandante, beco 3 vazio- Ouvi a voz do policial

Thamires- copiado Cabo 4- Sai correndo

*Rádio off*

Sai correndo com cuidado e fui até o beco 3, nao tinha ninguem além dos corpos dos vapores. Podia ouvir choro das crianças e mulheres indo ao encontro dos corpos enquanto me olhavam com raiva

Sai dali e subi outras escadas e vi um grupo de vapores vindo em minha direção e começaram a atirar e me escondi atrás de um lixo, esperei os tiros cessar um pouco e me levantei atirando em todos eles que desceram rolando escada baixo

*Radio On*

-Comandante achamos a casa- Ouvi a voz de Jéssica

Thamires- ja estou chegando ai- Continuei a atirar

*Radio off*

Entrei em um beco meio apertado e atirei em um vapor que estava descendo. Sai correndo e cheguei até a casa onde estava Jéssica e mais dois policiais, dois vapores estavam no chão mortos e outro dois estavam encostados na parede. 

Fui até as caixas e abri vendo a mercadoria lá dentro, olhei para Jéssica e confirmei com a cabeça. Os dois policiais pegaram os vapores e levaram para o camburão enquanto outros entraram e pegaram as caixas com as mercadorias

Sai dali com Jéssica mas os tiros nao tinham parados, fomos surpreendidas por um grupo de vapores e as armas deles eram mais potentes que a nossa. Eles começaram a atirar sem dó, entrei novamente na casa e puxei Jéssica

Começou a chover fortemente e trovejar, e isso dificultou um pouco, pois o barulho da chuva ocultou o barulho dos tiros

Coloquei metade de corpo para fora e começei a atirar desesperadamente e Jéssica fez o mesmo, alguns vapores cairam mas outros continuaram intactos atirando

Um tiro passou de raspão no braço de Jéssica e a idiota se assustou e derrubou a arma na enxurrada que passava na beira da rua

Thamires-Caralho Jéssica- Gritei- Olha o que você fez- A encarei

Jéssica- me desculpa, eu me assustei- me olhou assustada - e agora?

Thamires- Porra meu - Olhei para fora e continuei a atirar- Sua anta- Suspirei fundo

A chuva começou a ficar mais forte, metade do meu corpo já estava ensopado. Consegui matar aqueles vapores, mas estava aparecendo mais

Jéssica- O que vamos fazer?- Segurou em meu braço

Thamires- Me solta porra- A afastei- Nao me atrapalha

Consegui sair para fora da casa e atirei nos vapores que estavam na laje, nao consegui distinguir os barulhos dos tiros pois os trovões estavam mais fortes

*Radio On*

-Comandante conseguimos pegar as vagas, podemos recuar- Suspirei fundo

Thamires- Copiado, ja vamos descer- Passei a mão no rosto tirando as gotas da chuva- Levem os carros com a mercadoria para a delegacia

-Copiado- Virei para trás e atirei em mais vapores- Mas e a senhora?

Thamires- Vai logo, levem a mercadoria para meu pai

-Voltaremos para buscar vocês entao

*Rádio off*

Jéssica- O que?- Me encarou- Eles nao podem nos deixar aqui, vamos morrer- Segurou meu braço me puxando

Thamires- Cala boca meu - Gritei com ela e mirei em mais vapores - nesse momento ela derrubou minha arma no bueiro

Thamires- Você esta louca?- Nesse momento perdi total noção - Olha o que você fez sua idiota- A empurrei e ela caiu no chão-

Olhei minha arma que estava sendo levada pela água e coloquei a mão na cabeça, não ia conseguir sair daqui agora. Com certeza vamos morrer, graças a essa burra

Jéssica- Me desculpa- Começou a chorar- vamos morrer, é isso

Thamires- Cala boca, não quero escutar sua voz- A encarei me segurando para nao meter o murro nela

Ouvi um barulho de tiro e me assustei, a bala passou raspando em minha cabeça fazendo um corte se abrir em minha testa. Me abaixei e olhei para cima vendo o Dono parado com a arma apontada pra mim

-Levanta as mãos, as duas - Disse gritando por conta do barulho da chuva

Thamires- Levanta a mão - empurrei Jéssica e levantei as mãos

O Dono do morro falou alguma coisa e os vapores vieram em nossa direção com as armas apontadas e eu tremi. Jéssica não parava de chorar, eles chegaram perto de nós e nos empurraram contra a parede

-Nem acredito que no está acontecendo- O dono chegou mais perto e parou a nossa frente- A filha do General, aqui, todinha em minhas mãos - Riu de um jeito que me deu medo

O que vamos fazer com elas chefe?- O Vapor se segurava meu braço o olhou

-Levem elas para a salinha, vou me divertir com elas lá - Passou a mão em nossos rosto e saiu andando

Os vapor nos puxaram e nos levou até a tal salinha, ao entrarmos ja senti o cheiro de drogas e bebidas e meu estômago revirou

Fomos jogadas em umas cadeiras empoeiradas e suspirei sentindo meus braços serem amarrados para trás com tal força que senti machucar meus pulsos

-Então quer dizer que a filhinha do papai está nas minhas mãos- Riu me encarando enquanto balançava a arma nas mãos- isso parece até um sonho, sabe o quanto eu esperei por isso?

Thamires- vai se fuder seu desgraçado - O encarei irritada e senti um soco ser depositado em meu rosto filho da puta - murmuro

-Aquele desgraçado do seu pai, matou o meu pai, roubou o meu morro. Mas agora eu estou com a bebê dele - Riu- ele vai sentir na pele o que eu senti

Ele sorriu de canto e colocou a arma em cima de uma mesa e fez um sinal, os vapores fecharam a porta e o Dono me olhou e sorrio de canto vindo em minha direção e meu coração acelerou

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