The Fox Princess

𝔓𝔯𝔬𝔩𝔬𝔤𝔬

 – Já ouviram a história de uma guerra que terminou por causa de um casamento e junto nasceu um reino? -questionou o ancião que estava em pé em cima de um pequeno palanque de madeira sentado numa cadeira de carvalho claro acolchoada e segurando um livro em suas mãos trêmulas e enrugadas .

–A história do reino Cálix em que é governado por um demônio e um anjo falam que lá moravam vários seres sobrenaturais. -Disse o jovem rico que estava rodeado de mulheres. –Eu ouvi dizer que esse reino era o paraíso na terra.

-Há! Essa história é para boi dormir, essa história é tudo mentira. -Desacreditou um bêbado que por mais que estivesse em seu estado de calamidade usava roupas muito caras.

-Mas isso é realmente verdade! -disse o ancião. – Eu já fui jovem um dia e durante uma de minhas viagens visitei esse reino.

-Do que diabos está falando?! Um reino em que foi criado por um anjo e demônio, só pode ser brincadeira. -disse o vigário indignado com o que o velho disse. – Você deve ter bebido muito para falar essas besteiras velhote

-CALEM A PORRA DA BOCA DE V0CÊS! -gritou uma moça misteriosa que usava uma máscara de prata que cobria apenas a parte de cima de seu rostoe seu cabelos negros na raiz e vai clareando nas pontas até chegar no tem branco curto na altura dos ombros com algumas ondinhas e usava uma camisa branca com mangas longas e uma calça preta parecia feito de coro e em seu cinto estava uma adaga prateada com um rubi em forma de flor no cabo. -Deixem o velho contar a história. –lançou um olhar assassino para os fregueses da taverna como se desafiasse alguém a se opor a ela.

Com o grito da garota mascarada preenchendo todo a sala causou alguns murmurinhos entre os presentes querendo saber quem era a tal garota e se ela era uma ameaça ou não, mas rapidamente se cessaram quando o ancião deu uma tosse que chamou atenção das pessoas para si, com suas mãos e enrugadas pegou um copo de cerâmica e levou ao lábios tomando um gole de sua bebida e pôs-se a falar:

-Isso aconteceu há milhares de anos, durante uma guerra entre demônios e humanos, e dizem que teve anjos ajudando os humanos pois eles queriam o equilíbrio do mundo. Essa batalha sangrenta durou anos, até que no chão não caia mais corpos, o sol voltou a brilhar fortemente no céu e não se ouvia gritos pedindo ajuda, mas, o canto dos pássaros. E nesse dia tinha uma festa num lugar escondido no meio da floresta, o casamento entre uma anjo e um demônio e esse lugar em que foi o casamento deles, também é o local do nascimento da primeira criança híbrida. E o lugar ficou conhecido como Reino Cálix ou reino dos híbridos já que várias criaturas moravam lá em harmonia, tinha uma biblioteca maior do mundo onde repletas de escritos de todas as eras e em diversas línguas, o reino era como cada rua fosse um jardim e o palácio se destacava com suas torres enormes e paredes totalmente brancas que parecia mudar de tonalidade no por do sol e no nascer do sol.

-Será que esse reino está perto daqui? Queria muito ver as lindas mulheres de lá. -disse o jovem com segundas intenções.

–A única coisa que irá encontrar é apenas um monte de árvores. -zombou o vigário.

-Na verdade o reino Cálix não é mais o mesmo, pois falam que depois da morte da rainha, os inimigos aproveitaram o momento de fraqueza do rei e criaram uma rebelião para tomar o reino deles e Cálix perdeu seu brilho com a nova liderança, o lugar que antes era conhecido por sua riqueza e por ser cheio de cores e alegria agora só existe trevas e sofrimento, o antigo rei e a princesa herdeira conseguiram escapar e estão sendo caçados. -disse o ancião com uma tristeza em sua voz. – Mas tem boatos que eles estão mortos pois nunca encontraram eles.

-Nossa do nada, o clima ficou pesado por aqui, até perdi minha vontade de beber. -comentou o bêbado.

-É uma história fascinante, não é bela moça? -o jovem rico se dirigindo para a garota misteriosa.

-Sim. -respondeu a moça dando um gole de sua bebida.

-Hem, uma jovem de poucas palavras, como queria ver esse seu rosto sem essa máscara, deve ser muito linda. -disse o jovem.

–Ela deve ser feia pra poder uma máscara. -riu o bêbado.

– Então o senhor deveria uma máscara também, para pelo menos esconder essa sua cara feia que parece que tacaram fogo em você e apagaram na paulada. – falou a jovem misteriosa com um sorriso brincalhão em seus lábios causando risadas dos presentes e deixando o bêbado constrangido.

– Sua vadia, como ousa me insultar desse jeito? Você não sabe quem está se metendo – disse o bêbado tentando recuperar um pouco de sua dignidade.

A mascarada sorriu presunçosa e tomou um gole de sua bebida e olhou para o homem analisando o perfil dele. O bêbado era acima do peso aparentava ter mais de 40 anos e era calvo, não usava roupas um pouco extravagantes e tinha aneis de ouro em cada um de seus dedos das mãos e uma corrente grossa de ouro em seu pescoço, o que dava para pensar que ele era apenas um mercador não muito rico pelas terras mas tinha dinheiro o suficiente para encher a cara com bebidas e se divertir com prostitutas enquanto deixava esposa e filhos em casa. A mascarada sentiu repulsa ao ver aquele que usava uma aliança no dedo anelar esquerdo mas não honrava, para a moça isso é um dos maiores pecados na terra –traição– e tudo que ela queria era ceifar a vida daquele homem e levar para o inferno e aplicar todos os tipos de tortura, mas ela estava em publico e tem muitas testemunhas, por isso ela apenas respirou fundo para se acalmar e abriu um sorriso sarcastico para o bebado antes de falar:

– Eu sei com quem estou me metendo, com um bebado idiota que não tem nada pra fazer e fica perturbando a paz do outros – falava num tom calmo e ainda mantinha um sorriso em seus labios – Quer um conselho? Vai procurar algo para fazer, seu vagabundo.

Sua resposta deixou o bêbado furioso por ter sido tratado de maneira desrespeitosa por uma mulher. O que não era bem visto na sociedade mas, parecia nem se importar com que dizem sobre ela, já que ela ignorou completamente a existência do bêbado que estava xingando,pois a mascarada simplesmente se levantou do seu lugar jogando algumas moedas de ouro na mesa como pagamento de sua bebida e depois se aproximou do velho e lhe deu uma moeda de ouro com o brasão de um reino desconhecido.

–Obrigada por ter falado um pouco da história do meu povo por isso lhe dou a moeda do reino Calix. – ela deu uma piscadela brincalhona para o ancião que o deixou confuso e de boca aberta, mas antes de agradecer a jovem mascarada caminhou para a saída da estalagem.

Antes de sair, se virou para os homens e tirou a máscara revelando seu lindo rosto que parecia angelical mas seus olhos com heterocromia fazendo com que a pupila esquerda tivesse um vermelho escarlate e o direito um azul celestial, e com um sorriso brincalhão em seus lábios pequenos e finos e sua sardas que preenchia suas bochechas. Surpreendendo todos, principalmente o ancião que parecia a reconhecer de algum lugar mas não recordava depois de tantos anos vivo. Até o bebeda que xingava e lançava comentários sarcásticos para a garota se calou rapidamente ao ver o rosto que jurava ser uma aberração era na verdade, uma obra de arte.

–Sintam-se honrados por estarem na presença de uma realeza. –ela anunciou num tom brincalhão colocando a máscara novamente escondendo boa parte do seu belo rosto e saiu da estalagem calmamente.

Os homens começaram a falar sobre a beleza dela, "nunca vi alguém tão linda assim", "de todas as mulheres que eu dormir essa é a mais linda e a quero para mim". Depois desse comentário houve uma briga. E o ancião ainda paralisado com o que viu murmurou algumas palavras:

-É ela, a princesa está viva. -e foi aumentando o tom de voz até gritar euforicamente, -A princesa está viva! Ela está viva! -e ficou dançando de alegria enquanto gritava sobre a princesa está viva, deixando todos confusos e surpresos com a mudança de humor do velho.