Intocável Aos Olhos Dela

Conforto E Proteção

Autora

Bom dia, boa tarde, boa noite ou boa madrugada, tudo bem?

Enfim, é isso, boa leitura!

Gabby Lewis

Enquanto abraço Dani no meu colo, os pensamentos correm soltos. Tudo o que ela me contou... era pesado demais para processar de uma só vez. Sinto sua respiração ficar mais suave, o aperto de seus braços ao meu redor vai afrouxando aos poucos.

Quando olho para ela, percebo que Dani adormeceu, seu rosto ainda inchado e vermelho pelas lágrimas.

Suspiro, afastando delicadamente uma mecha de cabelo do rosto dela. Eu sabia que não podia deixá-la dormir com o cloro da piscina no corpo, e também sabia que, depois de tanto contato, eu mesma precisaria de um banho. Mas não queria acordá-la tão cedo, não depois de tudo.

Com certa relutância, balanço-a suavemente, tentando não assustá-la.

— Dani... — digo, a voz suave. — Você precisa tomar um banho.

Ela murmura algo, os olhos piscando lentamente enquanto tenta despertar. Um misto de cansaço e confusão cruza seu rosto, e por um momento, quase me arrependo de tê-la acordado.

— Vem, eu te ajudo. — sussurro, ainda segurando-a com cuidado. Ela abre os olhos, confusa, mas logo assente levemente.

Levanto-me com cuidado, ajudando Dani a ficar de pé. Ela parece exausta, tanto física quanto emocionalmente, mas há algo em seu olhar que me faz querer cuidar dela ainda mais. Enquanto ela me guia em direção ao banheiro, percebo o quanto me importo com ela. Mais do que imaginei.

No caminho, ela olha para mim, vulnerável, mas com uma pequena faísca de confiança em seus olhos.

— Obrigada, Gabby... por não ir embora. — ela diz baixinho, a voz um pouco trêmula.

Eu sorrio, tentando passar a segurança que ela precisa.

— Eu disse que não vou a lugar nenhum, Dani.

Levo-a até o banheiro e, com um gesto gentil, entrego-lhe uma toalha. Enquanto ela entra no chuveiro, deixo escapar um suspiro, sentindo o peso de tudo o que aconteceu, mas também uma estranha e poderosa conexão surgindo entre nós. Mais forte do que qualquer dúvida ou medo que possa ter.

Estou prestes a sair quando ouço Dani me chamar. Viro-me, e ela está de pé, ainda de costas, com o olhar tímido por cima do ombro. Um leve sorriso brinca em seus lábios.

— Pode me ajudar a desamarrar a parte de cima do meu biquíni? Acho que dei um nó quando tentei desamarrar. — ela pede, a voz um pouco mais suave, quase hesitante.

Dou um passo à frente, o coração batendo mais rápido, mas mantenho a calma. Aproximo-me devagar, meus dedos encontrando o nó apertado na parte de trás do biquíni. Tento focar apenas na tarefa, mas a proximidade entre nós faz o ar parecer mais denso. Desfaço o nó com cuidado, sentindo a tensão diminuir.

— Pronto. — digo, tentando manter a voz estável.

Ela se vira ligeiramente, ainda sem me encarar totalmente, e sussurra:

— Obrigada. Você... não quer tomar um banho? Sei que já tomou, mas ficou muito tempo abraçada comigo. Seu corpo já está cheio de cloro de novo.

Dou um sorriso sem graça, dando dois passos para trás.

— Vou usar outro banheiro, não precisa se preocupar. Só me fala onde é.

Dani me olha, ainda com aquele sorriso tímido, e por um instante o silêncio entre nós se alonga.