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JOÃO VITOR
Noite 1.

Flashes, fãs e fama. Tudo o que eu preciso para ser reconhecido em Los Angeles veio do berço, no momento em que nasci. Todas as minhas conquistas foram rápidas; ser herdeiro de todo o luxo do meu tio mais velho foi e continua sendo uma honra. Não me falta nada.

Cada parte da saudade que sinto de sua presença é preenchida por toda a sua fortuna e pelos grandes terrenos que ele deixou ao falecer. Pode parecer egocêntrico e sem noção, mas, se todos que me julgam conhecessem o homem que ele foi, me dariam razão.

A vida na sombra da sua grandeza é uma mistura de gratidão e pressão. As expectativas são altas, e a comparação com seu legado nunca para. Algumas noites, enquanto os holofotes brilham sobre mim, me pergunto se ele estaria orgulhoso.

A fama traz consigo um exército de admiradores, mas também de críticos. Cada sorriso que recebo é acompanhado por olhares desconfiados, como se a riqueza fosse a única razão do meu sucesso.

Mesmo assim, não posso negar que essa vida tem suas recompensas. Festas luxuosas, encontros com pessoas influentes e uma rotina cheia de aventuras. Mas, no fundo, a ausência do meu tio é um vazio que nada pode preencher. A cada novo projeto que inicio, sinto a pressão de honrar sua memória, de fazer algo que ressoe com o que ele acreditava.

Seja como for, estou determinado a deixar minha própria marca, mesmo que à sombra do que ele construiu. Afinal, a vida é feita de escolhas, e estou aqui para fazer as minhas, em busca de um legado que, um dia, possa ser reconhecido como algo além de apenas herança.

A cada passo que dou nesse mundo brilhante, percebo que a verdadeira batalha não está apenas em manter a fortuna, mas em moldar minha identidade.

As festas e eventos glamorosos se tornam um palco onde enceno uma versão de mim mesmo que, às vezes, parece estranha. Entre sorrisos forçados e conversas superficiais, sinto a pressão de ser mais do que um nome conhecido.

Enquanto me movo por esse cenário, uma pergunta persiste: quem sou eu além da herança? As pessoas veem o glamour, mas poucos enxergam a vulnerabilidade por trás dele.

Cada nova amizade me parece cercada de dúvidas: será que eles estão interessados em mim ou no que eu represento?

Por isso, nesse momento, busco novas coisas para me distrair. Tenho saído escondido durante a madrugada para frequentar um dos motéis mais conhecidos da cidade: San Diego. Realmente, ele é tudo o que dizem.

Hidromassagem nos quartos, camas enormes e luzes de alta qualidade. O lugar perfeito para aproveitar da maneira que preferir.

Sentado do hall, às três horas da manhã, avisto um homem moreno e sério, entrando sozinho no motel em passos lentos. Sua calma e solitude chama a minha atenção imediatamente.

O que um homem como este faz em um motel sozinho?

Bom, eu também estou sozinho até o momento. Keyla, que combinou de me encontrar nesse lugar, já está vinte minutos atrasada. Inadmissível.

Passo a mão levemente pelo meu cabelo impecável, em seguida me levantando para caminhar em direção ao homem misterioso. Ele encosta no balcão, mas não se direciona a atendente. Percebendo seu silêncio, chego por trás dele e agarro sua cintura com minha mão esquerda, encarando a secretária com um sorriso no canto dos lábios.

— O melhor quarto que você tiver, por gentileza. - peço, em um tom levemente rouco. Ela assente com a cabeça enquanto o moreno treme de maneira quase imperceptível, devido ao susto.

Ele não diz nada, apenas me encara com olhos curiosos. Eu o olho com a melhor feição de canalha que eu posso proporcionar.

Se ele não ficasse com homens, já teria me dispensado. - penso, passando a língua entre os lábios rapidamente.

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⏰ Última atualização: Oct 18 ⏰

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Motel San Diego | pejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora