Capítulo 2: Conexões que Atravessam Fronteiras

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"Às vezes, as corridas mais importantes são aquelas que acontecem dentro de nós

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"Às vezes, as corridas mais importantes são aquelas que acontecem dentro de nós."



Ayla não era fã de Fórmula 1. Para ela, o autódromo de Interlagos significava apenas mais um lugar cheio de turistas e torcedores ávidos, onde as vendas no camelô aumentavam. Como muitos outros na sua situação, ela aproveitava a movimentação para vender camisetas, bandeiras e miniaturas de carros, correndo de um lado para o outro entre o fluxo de gente. Naquele dia, o sol estava impiedoso, e o calor fazia com que sua cabeça latejasse.

— Camisetas do Senna! Leve já a sua lembrança do maior piloto de todos os tempos! — gritava ela, equilibrando as peças sobre o ombro, enquanto uma multidão passava por ela quase sem prestar atenção.

Cansada, Ayla limpou o suor da testa com o dorso da mão e deu uma olhada ao redor. O burburinho aumentava conforme o fim da corrida se aproximava. Estava ansiosa para fechar as vendas e sair dali antes que a confusão tomasse conta das ruas. Mas, no fundo, ela sabia que aquele era o melhor momento para vender.

— Vai, Senna! — alguém gritou, mesmo trinta anos após sua morte, como se ele ainda estivesse competindo.

Foi então que uma onda de empurrões começou. Uma confusão irrompeu entre alguns torcedores mais exaltados. Tentando se desviar, Ayla tropeçou e perdeu o equilíbrio. Seus olhos se arregalaram de susto enquanto sentia o chão se aproximando.

De repente, sentiu um braço forte a amparando antes que caísse.

— Cuidado! — disse uma voz em inglês, um pouco ansiosa, mas cheia de suavidade.

Ayla ergueu o olhar e se deparou com o rosto que reconheceu imediatamente, apesar de nunca ter visto pessoalmente. Jihoon Park, o vencedor da corrida, ainda com a roupa de piloto e um sorriso simpático. Seus olhos se encontraram, e por um segundo, o tempo pareceu parar.

— Vo-você... — Ayla gaguejou, sem conseguir formular uma frase coerente. Ela não era fã de Fórmula 1, mas até ela sabia quem era Jihoon. Como não saber? O nome dele estava em todos os jornais esportivos.

— Está tudo bem? — Jihoon perguntou, inclinando-se um pouco para ver se ela estava machucada.

Ayla tentou responder, mas sentiu uma pontada no tornozelo. Deve ter torcido ao tentar evitar a queda. Ela fez uma careta de dor e, antes que pudesse recusar qualquer ajuda, Jihoon a segurou pela cintura com mais firmeza.

— Melhor irmos até a enfermaria — ele disse, com um tom decidido, mas gentil. — Você pode ter machucado o pé.

— Não, eu estou bem, de verdade. Não quero incomodar — Ayla respondeu rapidamente, mas seu corpo traía suas palavras. O calor da mão dele em sua cintura, o cheiro sutil de gasolina misturado com algo mais suave... A confusão de emoções a fez corar.

— Não é incomodo nenhum. — Ele sorriu de leve. — Vamos lá.

Ayla não pôde evitar. Havia algo na voz de Jihoon, na forma como ele a olhava, que fez com que ela se sentisse em um daqueles doramas que costumava assistir nas madrugadas. Enquanto ele a ajudava a andar em direção à enfermaria, a sensação era surreal. Os olhares intensos que trocavam faziam seu coração acelerar de uma forma que ela nunca havia sentido antes.

— Então... — ele começou, tentando puxar conversa enquanto caminhavam. — Você trabalha por aqui?

— Ah... sim, sou camelô. Vendo camisetas e coisas do tipo durante as corridas. — Ayla respondeu, ainda sentindo as bochechas coradas. Camelô. A palavra parecia tão distante do mundo glamouroso de Jihoon, mas ele não demonstrou nenhum sinal de desdém.

— É um trabalho duro. — Ele assentiu, a voz cheia de compreensão.

A cada passo, Ayla sentia o peso da situação. Estava ali, apoiada no braço de um piloto de Fórmula 1, alguém que vivia um mundo completamente diferente do seu. Ainda assim, havia uma conexão. Cada vez que seus olhares se cruzavam, era como se o mundo ao redor desaparecesse, deixando apenas os dois.

Chegando à enfermaria, Jihoon a ajudou a sentar-se enquanto a enfermeira se aproximava. Os olhos dele nunca saíram dos dela, e Ayla sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

— Vou esperar aqui enquanto eles cuidam de você — Jihoon disse, a voz firme, mas os olhos suavemente preocupados.

Ayla apenas assentiu, sem saber como reagir. Ali, sentada, com a perna sendo examinada, ela se sentiu como se estivesse vivendo um capítulo de um dorama. O herói que aparece no momento certo, o olhar que faz seu coração disparar... Era quase como se o destino tivesse conspirado para aquele encontro improvável.

E enquanto Jihoon esperava pacientemente, cruzando os braços e observando-a com aquele olhar intenso, Ayla teve certeza de uma coisa: sua vida nunca mais seria a mesma.

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⏰ Última atualização: Oct 17 ⏰

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