Capítulo 21

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A tarde estava quente, e o sol começava a se pôr quando Cristina, rindo e relaxada, saiu do shopping ao lado de sua melhor amiga, Raquel. Aquele dia tinha sido como uma lufada de ar fresco.

— Claro que não amiga, ter filho está na minha lista, mas não agora. Preciso ter certeza de que ter filhos fará Atílio menos policial! — ela riu alto e Raquel riu junto.

— Mas sabe, né? Vou ser madrinha!

— Sim vai, agora preciso comer algo, estou faminta de novo, nossa. Quando não se tem vontade de comer algo, é um sono no meio do dia.

— Amiga anemia de novo? Cris precisa ir ao médico, deixando seu pai saber que está com anemia de novo.

— Dr. Alvarez vai brigar feio comigo. Eu sei que vai.

Ela se perdeu nas vitrines, nas conversas e nos risos leves. Não se deu conta de quanto tempo tinha passado nem de que havia esquecido de avisar Atílio sobre seus planos. Elas aproveitaram a tarde ao máximo, fazendo compras e depois se sentaram em um café, conversando sobre a vida, os sonhos e os momentos que compartilhavam como amigas.

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Enquanto isso, em casa, Atílio chegava mais cedo do que o esperado. O trabalho na delegacia havia terminado antes, e ele pensou em passar um tempo com Cristina, talvez assistirem a um filme ou planejarem mais detalhes da viagem para Hermosillo. Mas quando entrou pela porta e a casa estava vazia, um desconforto imediato tomou conta dele. Olhou ao redor, esperando encontrar Cristina na cozinha ou em algum outro canto da casa, mas o silêncio reinava.

Atílio pegou o celular, esperando ver uma mensagem, algo que dissesse onde ela estava, mas a tela estava sem novas notificações. Ele começou a sentir uma leve inquietação no peito, uma preocupação que crescia silenciosamente. Onde Cristina estaria àquela hora? Ele tentou ligar para ela, mas a chamada caiu direto na caixa postal. Seus instintos, sempre alertas por causa de seu trabalho, começaram a sussurrar que algo estava fora do lugar.

Com o coração acelerado, ele foi até a sala, ligou o notebook e, sem hesitar, ativou o sistema de rastreamento do celular de Cristina. Ele confiava nela, claro, mas o peso de seu trabalho no departamento de crime organizado o fazia sempre temer o pior. A imagem do mapa surgiu na tela, mostrando o ponto de localização do celular dela. Ele viu o pequeno ponto de luz se movendo lentamente em direção à casa.

Atílio soltou um suspiro aliviado, mas a tensão ainda não tinha desaparecido por completo. O que poderia ter acontecido? Por que ela não avisou? Ele sabia que Cristina era independente e segura de si, mas, naquele momento, ele não conseguia controlar o medo que crescia em seu peito. A lembrança das ameaças que pairavam sobre eles nos últimos meses fez seu corpo ficar em alerta. Ele ficou de pé, andando de um lado para o outro pela sala, os pensamentos correndo. "Ela está bem," repetia para si mesmo, tentando afastar a angústia. "Está voltando para casa." . Mas ainda assim, as sombras de sua mente, sempre treinadas a imaginar o pior, não o deixavam em paz.

Finalmente, depois do que pareceram horas, Atílio ouviu o som da porta se abrindo. Cristina entrou, os olhos brilhando de felicidade, carregando várias sacolas de compras, e Raquel a acompanhava com o mesmo bom humor. Elas riam de algo que haviam dito no carro, completamente alheias à preocupação que havia tomado conta de Atílio.

Cristina entrou em casa, jogando as chaves e a bolsa sobre a mesinha da saleta com um gesto automático. A casa estava estranhamente silenciosa, o que a fez pensar que Atílio ainda não havia chegado. Ela respirou fundo, sentindo o alívio de estar de volta após um dia longo. Subiu as escadas em direção ao quarto, um leve sorriso nos lábios ao lembrar das horas de conversa e risadas com Raquel. Sem notar que Atílio estava em seu escritório, observando-a discretamente enquanto ela subia, Cristina seguiu direto para o banheiro, ansiosa por um banho relaxante.

Um resgate do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora