O cheiro de poeira e metal enferrujado invadia o ar enquanto Lisa atravessava o galpão com passos silenciosos, os olhos fixos em Jisoo. Cada segundo parecia uma eternidade, e cada batida de seu coração era uma contagem regressiva para o momento de confrontar aquela mulher cruel.
A visão de Jisoo amarrada na cadeira, com o rosto pálido e olhos marejados, fez a raiva de Lisa explodir dentro dela. Ela nunca a havia visto tão vulnerável, tão desesperada. E saber que tudo isso era obra da mãe de Jisoo só tornava tudo pior.
"Você não vai levá-la de volta, Lalisa," disse a mãe de Jisoo, sua voz carregada de ódio. "Eu cansei de vê-la com essa vida falsa ao seu lado. Eu vou corrigir o erro que ela cometeu ao escolher você."
Lisa avançou, cerrando os punhos com tanta força que seus nós dos dedos estavam brancos. "Ela não te pertence," sua voz era baixa, mas mortal. "Você a perdeu no momento em que a abandonou. Agora, Jisoo está comigo, e eu nunca vou deixar você machucá-la de novo."
O ambiente carregado parecia à beira de uma explosão, mas, de repente, o som de algo caindo chamou a atenção de ambas. Jisoo havia tentado se mexer na cadeira, mas com as mãos amarradas nas costas, o movimento a fez perder o equilíbrio. Ela caiu de lado no chão duro, gemendo de dor.
"Jisoo!" Lisa correu até ela, os olhos arregalados de preocupação.
Mas antes que pudesse alcançá-la, a mãe de Jisoo se moveu mais rápido. Ela puxou uma pequena lâmina do bolso e, com um olhar determinado, cortou a lateral do braço de Jisoo, que gritou de dor.
"Agora ela vai lembrar quem está no controle," a mãe disse, com um sorriso frio.
Lisa sentiu o mundo parar por um momento. A visão de Jisoo ferida, chorando e vulnerável, fez seu sangue ferver de uma forma que ela nunca havia sentido antes. Sem pensar, Lisa sacou a arma que carregava dentro de sua jaqueta, uma que ela havia trazido como último recurso, e a apontou diretamente para a mãe de Jisoo.
"Solta essa faca agora," Lisa disse com a voz grave, quase rouca de raiva. Suas mãos tremiam ligeiramente, mas seus olhos estavam focados e frios. "Se você tocar nela de novo, eu juro que isso acaba aqui."
A tensão era palpável. A mãe de Jisoo olhou para a arma, depois para Lisa, e então para Jisoo, como se estivesse avaliando suas opções. Ela soltou uma risada sarcástica.
"Você acha que pode me intimidar? Acha que uma arma vai resolver isso? Ela é minha filha, Lalisa. Eu decido o que é melhor para ela. Não você."
Lisa não recuou. "Ela é minha família. Eu sou o que ela tem. E vou protegê-la, mesmo que eu tenha que tirar você do meu caminho."
O momento se esticou como uma corda prestes a arrebentar. Jisoo gemia de dor no chão, o sangue escorrendo lentamente de seu braço. Lisa estava dividida entre cuidar da pessoa que mais amava e manter o foco na ameaça que ainda estava à sua frente.
Foi então que o som de passos rápidos ecoou no galpão. Antes que qualquer uma pudesse reagir, Rosé apareceu pela porta lateral, o rosto pálido e os olhos arregalados ao ver a cena à sua frente.
"Lisa!" Rosé gritou, correndo para se colocar entre a mãe de Jisoo e Lisa, as mãos levantadas em um gesto de calma. "Calma, por favor! Não vamos deixar isso piorar."
"Rosé," Lisa sussurrou, sem desviar o olhar da mulher à sua frente. "Ela machucou Jisoo."
"Eu sei," Rosé disse, a voz suave, mas firme. Ela se aproximou lentamente de Jisoo, tentando não provocar mais tensão. "Mas a gente vai resolver isso. Só precisamos tirar Jisoo daqui, agora. Ela está ferida."
Lisa respirava fundo, tentando controlar o impulso de apertar o gatilho. Cada célula do seu corpo queria acabar com aquele pesadelo ali mesmo, mas a voz de Rosé trouxe um mínimo de razão de volta à sua mente.
"Vamos sair daqui, Lisa. Vamos levar Jisoo ao hospital," Rosé continuou, agora ao lado de Jisoo, tentando acalmá-la enquanto segurava gentilmente o braço ferido dela.
A mãe de Jisoo recuou alguns passos, sentindo que a situação estava fugindo de seu controle. Ela olhou com desprezo para Lisa. "Isso não acabou. Ela sempre será minha."
Lisa respirou fundo, abaixando lentamente a arma, mas sem desviar o olhar. "Você nunca mais vai chegar perto dela. Nunca."
Com a ajuda de Rosé, Lisa conseguiu tirar Jisoo do galpão, apoiando-a enquanto saíam em direção ao carro. O peso da situação ainda pairava sobre elas, mas, por agora, o mais importante era salvar Jisoo.
Lisa olhou para Rosé, o rosto cansado e tenso. "Obrigada por vir."
Rosé assentiu, os olhos brilhando com preocupação. "Você faria o mesmo por mim."
Enquanto saíam do galpão e o carro partia, Lisa sabia que aquele não era o fim. A luta pela liberdade e pela felicidade de Jisoo estava longe de acabar. E, desta vez, ela estava disposta a ir até as últimas consequências para garantir que a pessoa que amava mais do que tudo nunca mais sofresse nas mãos de quem a odiava.

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Minha Pequena Garota
FanfictionLalisa Manobal , 21 anos, futura presidenta da maior empresa de marketing de Los Angeles, no seu primeiro dia na empresa ela encontra uma garota, pedindo ajuda, garota essa que vai ganhar seu coração logo de cara! Kim Jisoo, 19 anos, uma menina mei...