Capítulo 21

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INAÊ CARDOSO

Estava esperando no carro, sentada no banco do motorista, enquanto Diego ia buscar o resultado do teste de DNA. O peso da ansiedade fazia cada segundo parecer uma eternidade, e meu coração martelava forte no peito, como se quisesse escapar.

Juntei as mãos trêmulas e comecei a orar, minhas palavras sussurradas em desespero.

"Que ele não seja meu pai.
Que ele não seja meu pai.
Que ele não seja meu pai."

Quando finalmente vi Diego dobrando a esquina, seu semblante sério me deixou ainda mais angustiada. Uma onda de pavor tomou conta de mim.

"Não. Não. Não."

Ele disse que tinha 100% de certeza que não era meu pai. Repeti essa frase mentalmente, tentando me agarrar a qualquer fragmento de esperança.

Quando a porta do carro foi aberta, Diego entrou e sentou ao meu lado, com o resultado já aberto em mãos. Ele ficou olhando para baixo, para o envelope, por um momento que pareceu uma eternidade.

— Inaê, eu não sei como te contar isso, mas... — Ele levantou a cabeça devagar e me olhou. Aos poucos, um sorriso divertido começou a se formar em seus lábios. — Eu vou te foder todos os dias e noites, minha gostosa!

Meu corpo relaxou de alívio e raiva ao mesmo tempo.

— Você quer me matar de susto? — Dei um tapa no seu ombro, sentindo a tensão se dissipar.

— Jamais ficaria com você se tivesse possibilidade, meu amor. — Ele riu, seu sorriso se transformando em algo mais terno.

Diego segurou meu rosto com firmeza e me beijou, seus lábios quentes e possessivos. Senti uma onda de desejo misturada com alívio tomar conta de mim, meus dedos entrelaçando-se em seu cabelo enquanto eu correspondia ao beijo com igual intensidade. A adrenalina do momento parecia amplificar cada toque, cada sensação.

[...]

Durante o caminho para casa, trocamos beijos e carinhos, e eu não podia estar mais feliz. Diego dirigia com uma mão no volante e a outra acariciando minha coxa, seus dedos fazendo círculos preguiçosos que enviavam arrepios pelo meu corpo.

— Quero conhecer seus pais, Inaê — ele disse de repente, sua voz firme, mas com um tom suave.

Eu o olhei surpresa.

— Quê? Pra quê?

— Pra oficializar o nosso namoro — ele respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Minha mente girou por um momento.

— A gente namora?

— Óbvio, garota. Você acha que eu deixo qualquer uma bater punheta pra mim? — Ele riu, seus olhos brilhando com diversão e algo mais profundo.

Eu ri sem graça, balançando a cabeça negativamente. A ideia de apresentar Diego aos meus pais era assustadora.

— Olha, meus pais são da roça e as coisas são um pouco diferentes por lá...

Diego apertou minha coxa suavemente, seu olhar ficando mais sério.

— Sei que vai ser difícil eles aceitarem você namorando um cara mais velho e bandido, mas eu quero tentar conquistar a confiança da sua família.

Senti um nó se formar na minha garganta, misturado com um calor que se espalhava pelo meu peito.

— Tudo bem, eu vou falar com a minha mãe primeiro para ela preparar o meu pai.

Diego sorriu, um sorriso que era ao mesmo tempo gentil e perigoso.

— Perfeito, combinado. Quero poder gritar ao mundo que tenho uma dona. — Ele se inclinou e me deu um beijo rápido, seus lábios quentes e possessivos.

As ruas passavam em um borrão enquanto continuávamos nosso caminho, o carro cheio de tensão e desejo. Seus dedos subiram mais pela minha perna, alcançando a borda da minha saia. Eu gemi baixinho, meu corpo respondendo ao toque dele.

— Você gosta disso, não é? — ele murmurou, seus olhos fixos na estrada, mas com um sorriso travesso nos lábios.

— Gosto — admiti, minha voz saindo mais rouca do que eu pretendia.

Diego riu, satisfeito, e continuou suas carícias, aumentando a intensidade, me deixando cada vez mais ansiosa para chegar em casa.

[...]

Diego estacionou o carro na garagem, e saímos juntos. Ele me abraçou por trás, suas mãos grandes e quentes apertando minha cintura enquanto seus lábios encontravam meu pescoço, enviando ondas de prazer pela minha espinha.

— Sua buceta já se recuperou de ontem? — ele sussurrou no meu ouvido, a voz rouca e cheia de desejo.

Eu ria com sua conversa suja, sentindo uma mistura de excitação e felicidade. Mas tudo mudou quando abrimos a porta de casa e nos deparamos com uma mulher loira, de pé, ao lado de duas malas.

— Paula? — Diego parecia surpreso, seus braços me soltando devagar enquanto ele dava um passo à frente.

Seu rosto estava pálido, como se tivesse visto um fantasma.

— Oi, maridinho, saudades... — ela disse com um sorriso irônico, seus olhos fixos em Diego.

— É a sua ex? — perguntei baixinho, sentindo um frio na barriga.

— Ex, não! Atual mulher... nunca nos divorciamos.  — Paula se apresentou antes que Diego pudesse, o tom dela cheio de desprezo. — E você quem é?

Antes que eu pudesse reagir, Diego se adiantou.

— Ela é minha namorada, Paula. Olha, eu não sei o que tu tá pensando em vir aqui, mas...

— Nós estávamos apenas dando um tempo e você colocou outra no meu lugar? — ela interrompeu, a voz subindo de tom.

— Não, ela não está no seu lugar, porque o lugar da Inaê na minha vida nunca foi ocupado por nenhuma mulher — Diego respondeu, a firmeza em sua voz apenas aumentando minha confusão e o tumulto de emoções dentro de mim.

Senti meu rosto esquentar e fiz menção de sair.

— Eu acho melhor esperar no quarto.

— Não, quem tem que sair é ela. Você tá na sua casa — Diego disse, puxando meu braço para me manter ao seu lado.

— Você só pode estar brincando, Diego. Eu sou sua esposa! — Paula gritou, avançando um passo.

— Isso foi há muito tempo. As coisas mudaram. Eu mudei — ele disse, a voz carregada de uma intensidade que eu raramente via.

— Vocês precisam conversar a sós— tentei argumentar, minha voz trêmula.

— Não, Inaê. Você fica! — Ele olhou diretamente nos meus olhos, a determinação clara. — Quem tem que vazar é a Paula!

— Isso não vai ficar assim — ela disse com um olhar fulminante antes de pegar suas malas e sair, batendo a porta com força.

Diego suspirou, puxando-me para um abraço apertado.

— Me desculpa por isso. Eu vou resolver tudo, prometo.

Eu me afastei um pouco para olhar nos seus olhos.

— Você não precisa pedir desculpas.

— Não termina comigo, por favor.

Ele me beijou, profundo e apaixonado, como se quisesse apagar qualquer dúvida ou medo. E naquele momento, apesar de tudo, eu sabia que ele falava sério.

ATRAÇÃO ILÍCITAOnde histórias criam vida. Descubra agora