Passei quase toda a noite em branco. Irritei-me profundamente por não conseguir adormecer, a cama ia aquecendo no lugar onde me encontrava deitava e eu rebolava para o lado oposto consecutivamente.Há pouco tempo, desci uma vez mais à cozinha, onde pude beber o meu tão desejado copo de água e nem sinal do Malik.
As horas não estarão muitos longe das sete da manhã e em todo este tempo, só tenho feito uma coisa: pensar! Agora é que eu posso analisar o quão estúpida foi esta ideia de vir para casa de um desconhecido. Ele não passa de uma desconhecido que me ajudou. No meu perfeito juízo, nunca teria vindo para aqui, eu só quis fugir dos meus problemas, do meu apartamento e achei que isto fosse a melhor solução, mas como sempre, estava redondamente enganada! Claro que não posso deixar de agradecer, mas a verdade é que eu nem o primeiro nome dele sei, não sei nada sobre ele, eu corri risco em ter vindo com o moreno.
Eu agora quero-o longe, tal como quero toda a gente, preciso de estar sozinha, preciso de estabilidade emocional e com pessoas por perto, nunca irei conseguir estar estável.
O típico fraco sol londrino já ilumina o quarto, felizmente consigo ver a minha mochila encostada à parede branca, de certeza que foi ele que a trouxe. Levanto-me da cama, com a intenção de a ir buscar, mas logo me deixo cair de novo na cama quando uma dor fortíssima atinge a minha cabeça. É este o resultado de não dormir nada. Volto-me a levantar mas desta vez com o auxílio dos meus membros superiores e mais lentamente.
Cambaleio ao dar os primeiros passos, a minha visão está um pouco turva, agarro-me à parede do meu lado esquerdo para facilitar. Depois de agarrar a minha mochila, com muito esforço, tento vestir as minhas roupas. A camisola está virada do avesso mas não me preocupo muito com isso. As sapatilhas ainda estão húmidas, mas opto por as calçar e arrumar os sapatos altos. Dobro o pijama e deixo-o em cima da cama já feita.
Não tenciono despedir-me do Malik nem agradecer-lhe pessoalmente. Com sorte, deixo-lhe uma nota em cima da mesa a dizer qualquer coisa que arranjar no momento.
Ainda não ouvi qualquer movimento pelo apartamento desde a nossa "discussão", depois disso ouvi uma porta a bater fortemente e de resto, o silêncio predominou o resto da noite. Não sei qual será a melhor altura para abandonar o apartamento. Talvez agora.
Abro a porta branca do quarto e não vejo ninguém, faço o percurso habitual até à cozinha e procuro algum papel onde escrever. Amaldiçoo-o mentalmente por o único papel disponível ser a porcaria de uma publicidade. Escrevo nos espaços onde as cores são menos escuras, com a caneta preta que estava dentro da mochila.
"Desculpa estar a escrever na publicidade, mas não encontrei mais nada. Obrigada por me teres ajudado, mas vamos esquecer que nos conhecemos." É tudo o que consigo escrever devido ao sono acumulado.
"Para onde vais? És tão covarde assim para me deixares a merda de uma nota?" Ouço uma voz assim que me preparo para abrir a porta. Olho para trás bruscamente e não vejo ninguém. Suspiro de alívio assim que percebo que foi uma partida da minha cabeça.
Corro até ao elevador, carrego no botão para que as portas se abram e estas fazem-no rapidamente. Porém, este desce lentamente e eu bato o pé com os nervos.
Tal como na maioria dos prédios de luxo, um porteiro está sentado numa secretária. Este olha-me com uma sobrancelha arqueada mas murmura um 'Bom dia'.
Quando abro a porta de vidro e meto o primeiro pé na rua, sinto-me como um pássaro finalmente livre da gaiola. Olho à minha volto e solto um sorriso genuíno, mas rapidamente uma expressão séria regressa à minha cara quando percebo que eu não sei onde estou.
"Merda!" Resmungo irritada.
Ontem fiz todo o caminho a olhar para as minhas sapatilhas, não tenho noção se seguimos em frente ou em que sentido virámos.
Não quero voltar ao prédio, mas não tenho qualquer referência, nem a morada do meu apartamento, nem do bar.
Pego no meu antiquado telemóvel, que fui obrigada a comprar pelo Harry sendo dele o único contacto que. Sei que é cedo, mas talvez ele seja a minha única salvação. Carrego na tecla verde e logo a coluna emite um som. O telemóvel vai chamando e a cada segundo perco a esperança. Quando ia a carregar no botão vermelho, uma voz é ouvida.
"Estou?" A sua voz está mais rouca que o habitual.
"Sou eu. A Margaret." Esclareço. "Olha eu estou perdida, podes-me vir buscar?" Silêncio ouve-se do outro lado da linha e arrependo-me de lhe ter pedido ajuda.
"Onde estás?" Pergunta ao fim de algum tempo.
"À frente do prédio do Malik." Respondo receosa.
"O que estás aí a fazer?" Não respondo. "Ok, vou já! Demoro 15 minutos." Desliga a chamada.
Mais uma vez, bato o pé de nervosismo. Para ajudar a festa, a minha barriga faz o típico barulho de quando se está com fome.
Olho à minha volta e uma acolhedora pastelaria encontra-se mesmo ao lado do prédio de onde saí. Não tenho dinheiro suficiente para andar aí a gastar em pequenos-almoços mas é estritamente necessário.
Ando aceleradamente até ao estabelecimento, que é todo em tons de cor-de-rosa claro e preto, dando assim uma vista agradável.
Observo a vitrina com todos os bolos expostos e depois de analisar discretamente a tabela de preços, acabo por pedir um copo de sumo de laranja e um bolo que nunca tinha experimentado.
A rapariga ruiva que anotou o meu pedido, disse para me ir sentar que ela me iria levar a comida à mesa. Escolho uma encostada a uma janela grande não só para ter acesso à luz natural mas também para ver se o Styles chega.
Não demorou muito até o meu pequeno-almoço chegasse. O bolo sabe excessivamente a laranja, o que acaba por se tornar enjoativo ter que beber sumo com o mesmo sabor. Mas a fome acaba por vencer e assim sendo, como lentamente.
"Então já vieste embora? Eu li a tua nota." Rezo mentalmente para que desta vez também seja uma partida da minha cabeça, mas quando me viro para trás, as minhas esperanças morrem.
"Leste? Então qual foi a parte do fingir que não nos conhecemos que não percebeste?" Digo rude levantando-me da cadeira.
"Queres que te leve a casa?" Questiona calmamente ignorando as minhas perguntas.
"Não! Aliás, a minha boleia já chegou!" Deixo umas libras em cima da mesa e corro até ao carro preto do Harry, entrando.
Olho uma última vez para a pastelaria e o morena olha na minha direção com os olhos esbugalhados.
Olá queridas! Peço desculpa por o capítulo não estar grande coisa, eu meio que publiquei à pressa porque queria-vos dar uma "prenda" visto que HOJE OS 1D FAZEM 5 ANOS! Como o tempo passa! Estou tão orgulhosa deles. All the love xx
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Overpast || z.m.
RandomMargaret Bennet foi logo desde pequena obrigada a lidar com muitos problemas. É uma rapariga rude, não acredita no amor, mas caso encontre o rapaz certo, será que ela muda? Ou será que o único rapaz em que ela irá confiar também andava a gozar com e...