Capítulo 1: O Desejo de Mudar o Passado

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Quantas vezes você já se perguntou: "E se eu pudesse voltar no tempo?" A pergunta soa familiar, não é? Um pensamento inquietante que se repete como um eco no fundo da mente, muitas vezes nas noites silenciosas, quando o peso do mundo parece esmagar os ombros. Eu me perguntei isso inúmeras vezes. Aliás, se está aqui lendo essas palavras, é bem provável que já tenha feito o mesmo.

Mas e se eu te dissesse que esse desejo, essa vontade quase insuportável de corrigir os erros, de aproveitar as oportunidades perdidas, não é só um devaneio de meia-noite? E se fosse possível? Você voltaria? Eu voltei, claro, de forma fictícia hahaha.

Tudo começou de forma estranha, como a maioria das grandes mudanças na vida. Não houve aviso prévio, não houve uma voz celestial sussurrando que algo importante estava prestes a acontecer. Eu simplesmente acordei... ou melhor, me vi em um lugar que eu reconhecia muito bem, mas que não visitava há mais de uma década. Um lugar onde tudo parecia menor, mais colorido e onde o peso das escolhas não esmagava a alma.

A sala de estar da minha infância. O velho sofá verde musgo, a mesa de centro de madeira rústica, as cortinas desbotadas pelo sol e... eu. Eu de novo.

Eu tinha 9 anos. Pequeno, frágil, com aquele corte de cabelo que minha mãe insistia que ficava "tão bonitinho". Mas algo estava diferente. Eu sabia. Sabia que não era mais aquela criança desatenta e despreocupada. Eu era eu, Mateus de 20 anos, preso em um corpo que não correspondia à minha mente. E, de repente, tudo fazia sentido de uma maneira desconcertante. Era como se o universo tivesse me dado uma segunda chance. Mas por quê?

Imagine isso por um segundo. Imagine acordar no seu corpo de criança, sabendo tudo o que sabe agora. Cada dor, cada arrependimento, cada lição aprendida na marra. A primeira pergunta que surgiu em minha mente foi: "O que eu faço agora?". A segunda foi mais complexa: "O que eu deveria fazer?".

Eu olhei para as minhas mãos pequenas e não pude evitar o tremor que tomou conta do meu corpo. Não era de medo. Era de poder. Eu tinha nas mãos uma oportunidade que a maioria das pessoas só sonha em ter. Mas com essa oportunidade, veio o fardo do conhecimento. Eu sabia o que estava por vir. Sabia das escolhas que faria, das pessoas que perderia, das palavras que não conseguiria retirar depois de ditas.


Será que mudar essas escolhas mudaria o curso da minha vida para melhor? Ou será que criar novos caminhos traria consequências ainda piores? Em meio a essas perguntas, veio uma sensação estranha, uma espécie de formigamento que percorreu minha esp...

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Será que mudar essas escolhas mudaria o curso da minha vida para melhor? Ou será que criar novos caminhos traria consequências ainda piores? Em meio a essas perguntas, veio uma sensação estranha, uma espécie de formigamento que percorreu minha espinha. E se... e se eu não devesse mudar nada?

Eu sabia a resposta antes mesmo de a pergunta terminar de se formar na minha mente. Claro que eu queria mudar. Quem não mudaria? Eu queria aproveitar cada segundo, queria resolver cada pendência, queria, acima de tudo, ser alguém que a versão mais jovem de mim pudesse se orgulhar.

A porta da sala se abriu e lá estava minha mãe. Ela parecia tão jovem, tão cheia de energia. Seu sorriso iluminou o ambiente, e por um segundo, eu fiquei congelado. Quanto tempo fazia desde que eu a vi assim? A lembrança dela me atingiu como um soco no estômago. Na minha linha do tempo, ela já não tinha mais aquele brilho no olhar.


"Você está bem, filho?" — perguntou ela, com uma voz doce que eu quase havia esquecido

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"Você está bem, filho?" — perguntou ela, com uma voz doce que eu quase havia esquecido.

Eu mal conseguia falar. Eu queria abraçá-la, queria dizer tantas coisas, mas como poderia? Ela não sabia que, por dentro, eu era uma versão muito mais velha e desgastada de mim mesmo. Então, apenas balancei a cabeça.

"Sim, mãe, estou bem."

Mas será que estava mesmo? Estaria eu preparado para lidar com o fardo de ter uma segunda chance? Você estaria? Quando o destino nos oferece o presente mais precioso, a capacidade de voltar, como podemos usá-lo com sabedoria? Eu olhei para ela mais uma vez, tentando absorver cada detalhe de seu rosto, algo que eu não fazia há muito tempo.

Foi nesse momento que percebi. Não se tratava apenas de mudar as minhas escolhas. Eu estava aqui para resgatar algo que eu havia perdido ao longo do caminho.

A criança dentro de mim não precisava de decisões melhores ou de um futuro mais brilhante. Ela precisava de atenção. Eu estava aqui para vivenciar tudo de novo, mas com uma consciência que talvez pudesse me guiar para algo muito maior do que apenas "consertar erros".

"Mateus!" – a voz dela soou como um sino, chamando-me de volta para a realidade. – "Você quer ir brincar lá fora? O sol está lindo hoje."

Brincar? Não me lembro da última vez que pensei nisso seriamente. Mas algo em mim sorriu. Talvez o jogo estivesse apenas começando.

E então, sem pensar muito, eu respondi: "Sim, mãe. Eu quero brincar."

E lá fui eu, o Mateus de 9 anos com a mente de 20, pisando em um terreno que era, ao mesmo tempo, familiar e completamente novo.

Mas você já parou para pensar? Se voltasse ao seu passado, sabendo o que sabe hoje, o que realmente faria de diferente?

Eu com certeza, farei tudo diferente!!

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⏰ Última atualização: Oct 18 ⏰

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