olá! bem-vindos a CHORO (sim, é a sigla que eu dei pra essa fic).
como muitos sabem, eu escrevo sob recomendação da minha psicóloga, então esperem algo parecido com Limiar da Noite (se você já leu; se não leu, bem-vinde!) porque isso é realmente para desabafar.
então, alguns avisos.
1. lista de gatilhos: menção a estupro, automutilação, problemas com os pais, depressão, conversas suicidas, dacrifilia;
2. vou postar quase toda sexta-feira, depende de como está o meu humor;
3. MUITA coisa aqui é pessoal minha, então, por favor, se algo te incomodar, apenas saia da fanfic. isso é traumacore, é um desabafo meu;
4. se você achar parecido com Limiar da Noite ou Cintilação Etérea, saiba que eu sou autor das duas;
5. a capa será atualizada para uma própria em breve, editada pelo Kleber;
6. está sendo postado no Ao3 e Spirit.
Dito isso, boa leitura!
*
Aphelios sempre teve um fardo pesado para carregar. Um fardo que ninguém merecia; uma dor que era só dele e, apesar de sua vida toda ter sido dividida, isto não poderia ser compartilhado.
Seu corpo é sujo. Ele fede, mesmo que ninguém além de você mesmo sinta. Seu corpo está machucado profundamente, feridas profundas que seus dedos podem tocar e afundar-se, mas nenhum sangue irá emergir junto deles.
Aphelios era nojento.
O metrô parou na estação leste-oeste, as pessoas se levantando e saindo. Aphelios as acompanhou.
Aphelios sempre teve a impressão se ter um cheiro pútrido, e temia que as outras pessoas sentissem. É claro, ele era uma pessoa podre, mas ele não poderia avisar a todos sobre isso.
Ele ajeitou o óculos no rosto, caminhando dentre as pessoas, incapaz sequer de murmurar "com licença". Sua voz era podre, assim como seu corpo. Podre. Assim como Aphelios por inteiro. Suspirou, derrotado por si próprio, e arrastou com força as unhas na própria palma.
Era mais um dia de aula. Mais um dia naquele inferno. Mais um dia fazendo uma coisa que ele nem tinha certeza que queria seguir.
Talvez Aphelios não estivesse com a cabeça certa quando resolveu fazer engenharia robótica na faculdade. Aquele não era um curso para ele. Aquilo não era algo que ele se identificava. Não tinha ninguém importante em sua vida que fosse ficar feliz com isso.
Agora que parou para pensar, realmente existia alguém importante na sua vida?
Tal questionamento o fez parar no meio do caminho.
Alguém passou pelo seu lado e esbarrou em seu ombro, sussurrando um "desculpe" e correndo. Aphelios provavelmente deveria fazer o mesmo: correr.
Quanto a sua pergunta, havia Alune, sua irmã gêmea, que viveu com ele sua vida inteira. Quem o conhecia melhor do que ninguém.
Mas será que ela ainda o conhecia?
Já fazia alguns anos que ela tinha ido embora. Não estava morta, mas estava distante o suficiente para que todo aquele elo entre os dois padecesse.
Alune tinha sua própria família, e Aphelios agora era só mais um parente. Ela estava distante dele. Ela tinha outras pessoas de quem cuidar, e não poderia cuidar dele para sempre.
Sentindo-se desolado, Aphelios puxou uma cadeira no fundo da sala e se sentou. Por muito pouco não chegou atrasado.
Ele puxou o celular e começou a se entreter com um jogo enquanto o professor não chegava.
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Você se importa se eu chorar um pouquinho? [SettPhel]
FanfictionAphelios nunca teve uma vida fácil. Seus ombros sempre pesaram carregando um fardo enorme, algo que ele sempre guardou para si e que nunca foi problema para ninguém além dele. Sozinho, Aphelios tem que aprender a viver com todas as dores que carrega...