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Que dor de cabeça!
Isso é a primeira coisa que consigo pensar quando meus olhos abrem, a claridade entra pela janela que não fechei e me arrependo amargamente por ter bebido ontem.
Estou toda dolorida, parece que um caminhão passou por cima de mim. Esqueci também de trocar de roupa. Certamente não devo beber mais, nem pareço aquela menina de 18 anos que fugia de noite pra ir pras festas e bebia até a bebida acabar. Riu desses meus pensamentos.
Me levanto com muito custo e olho no celular as horas.
Sete e trinta e cinco. Percebo que um número estranho me enviou três mensagens. Abro o WhatsApp e vejo a foto, Fábio. Ele está vestido com seu belo terno azul marinho, gravata prata, os cabelos impecavelmente bem alinhados e uma barba baixa e muito bem desenhada. O nome dele está "Fábio Alencar". É claro.

WhatsApp:
Fábio Alencar: Foi bom está com você, espero ter a oportunidade de lhe conhecer melhor. (20/10/24 - 23:55)
Fábio Alencar: Gostaria de lhe ver amanhã. (20/10/24 - 23:57)
Fábio Alencar: Tome um comprimido antes de dormir, pra evitar a ressaca ao acordar. (21/10/24 - 00:01).

Confesso que não contive o sorriso ao ler suas mensagens. É bom pra autoestima feminina um homem como ele querendo me ver. Mas preciso manter os pés no chão. Um homem como ele só poderia me atrapalhar nessa minha caminhada.
Decido não responder, melhor deixar essa relação somente no profissional, apesar dele ser quase um deus da gostosura.

Vou pro banheiro tomar um banho afim de renovar minhas energias e recuperar as forças. Lavo os cabelos e faço minhas higienes básicas. Saio do banheiro ouvindo celular tocar. Com a toalha enrolada em volta do corpo e outra na cabeça, vou atender o celular.

- Alô? - Pergunto ao atender.
- Srta. Feitosa, estamos ao seu aguardo na Alencar's cooffer. - Uma voz feminina fala do outro lado da linha.
- Estarei aí antes das nove. - Falo.
- Será um prazer lhe atender. - Ela fala e desliga.

Olho as horas e vejo que já são oito e meia.
Caramba, eu e minha boca grande.
Solto o celular e vou até o guarda roupa imenso, procuro uma roupa a mais confortável e arrumadinha que consigo, uma vestido azul claro em corte godê na altura dos joelhos, com um decote reto e mangas em evasê.
Me visto rápido e vou até o banheiro, pego o secador e seco meus cabelos de uma forma um tanto desleixada. Passo hidratante, desodorante e perfume, finalizo com um protetor labial. Detesto usar maquiagem todos os dias.
Pego minha bolsa e a pasta com o contrato. Calço um salto preto confortável e pego o celular. Vou em direção a porta abrindo a mesma, saio e tranco a porta colocando as chaves na bolsa.
Peço o elevador que sempre chega rápido, ajusto o relógio prata no pulso e verifico as horas novamente, oito e cinquenta e cinco. Um grande recorde. Mas é quase dez minutos daqui até lá e eu ainda vou atrás de um motorista de aplicativo. O elevador abre e caminho até a saída procurando um motorista no celular.
- Srta. Feitosa. - Uma voz grossa masculina fala comigo.
- Pois não? - Pergunto desviando minha atenção do celular.
Ele é um homem de quase cinquenta, cabelos grisalhos e um terno preto com um bordado dourado em letras pequenas "Alencar's Cooffer". Mas é claro, quase reviro os olhos.
- Estou aqui para lhe levar até a empresa. - Ele sorri.
- Qual o seu nome? - Pergunto o olhando.
- Pode me chamar de Cavalcante. - Ele sorri simpático.
- Por quê você acha que eu entraria no carro com você? - Questiono.
- Tudo bem, Srta Feitosa. Eu entendo, mas estou aqui para fazer meu trabalho. - Ele me olha de uma forma que acredito que posso confiar nele.
- Ele que mandou no você? - Pergunto caminhando em direção a ranger preta.
- Na verdade sim. - Ele sorri.
Ele para ao lado da porta traseira e abre pra mim.
- Espero não me arrepender, sei me defender, Cavalcante. - Falo e ele ri. Entro no carro de luxo e ele fecha a porta, caminha de forma rápida até o lado do motorista e entra no carro logo dando partida.
- Faz tempo que estava me esperando? - Pergunto.
- Desde as sete. - Ele ri.
- Desculpe. - Falo um pouco envergonhada.
- Não tem nenhum problema, senhorita. Estou aqui para lhe servir. - Ele fala de forma educada.
A curiosidade toma conta de mim e mil perguntas estão disputando em minha cabeça para saber qual será a primeira respondida.
- Faz tempo que trabalha pra ele? - Pegunto.l, ele me olha pelo retrovisor de forma rápida.
- Alguns anos. - Ele é misterioso em relação a isso, que raiva. Queria ter todas as minhas perguntas respondidas.
- Me fale sobre ele. - Falo.
- Ele é um bom homem. - Ele fala prestando atenção no caminho.
- Se você está aqui para me servir, peço que seja um pouco mais franco em suas repostas, Cavalcante. - Sorrio.
- Muito bem. - Ele ri.
- O que posso dizer é que ele é um bom patrão, bom homem, bom empresário. Ele é um homem bom. - Ele fala.
Penso em falar algo mas me lembro de um dos documentos que estão na pasta, contrato de confidencialidade, imagino quantos contratos esse homem não assinou. Desisto de tentar arrancar algo dele. Mas esse Fábio é tão estranho, tão cheio de segredos. Pesquisei sobre ele, sobre sua família. Só aparece informações dele depois dos vinte anos. Tem três irmãos, dois homens e uma mulher. Eles são incrivelmente perfeitos, a mulher se chama Rafaela, tem minha idade, mas sumiu da mídia está com dois anos. Não encontro mais nenhuma informação sobre ela.
- Chegamos. - Cavalcante me dira de meus devaneios ao abrir a porta para que eu desça, não percebi nem o carro parar.
- Obrigado. - Falo com vergonha, sinto meu rosto ficar vermelha. Não percebi o carro parar.
Desço do carro pegando a pasta, Cavalcante fecha a porta para mim.
- Estarei aqui lhe aguardando. - Ele fala antes que eu possa falar algo. Sorrio e caminho em direção as portas de vidro.
- Srta Feitosa, estávamos lhe aguardando. - Uma loira caminha em minha direção assim que passo pela porta de vidro.
- Bom dia! - Sorrio para a mulher a minha frente.
- Eu sou a Camila, a senhorita veio para a assinatura do contrato não é mesmo? - Ela pergunta.
- Sim. - Sorrio.
- Irei lhe acompanhar. - Ela sorri.
Ela caminha até o elevador e eu o acompanho.
Ela é loira, aparenta ter uns trinta anos, usa uma saia secretária preta e uma blusa social azul claro, e nos pés, scarpin preto.
O elevador se abre depressa, parece que estava nosso aguardo.
- Entre. - Ela pede. Entro e logo em seguida ela entra, ela aperta o botão do décimo andar.
- Bem, eu sou advogada e fiquei responsável em tirar suas dúvidas e lhe explicar tudo o que quiser saber. - Ela sorri.
- Encontrei uma lacuna em seu contrato. - Falo.
- O Sr. Alencar me comunicou. - Ela sorri.
- Não tenho dúvidas, vim apenas assinar. - Falo com segurança.

~.~

- Fico feliz em tê-la em nossa equipe! - Camila aperta minha mão após eu assinar o contrato.
- Obrigada! - Sorrio.
- O Sr. Alencar está lhe aguardando na sua fazenda em Monte Carmelo. - Ela me informa.
- Como? - pergunto.
- Monte Carmelo em Minas Gerais, ele está lhe aguardando lá. - Ela fala novamente.

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⏰ Última atualização: Oct 28 ⏰

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