O Primeiro Dia

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Allison Davies

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Allison Davies

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Chegou o dia no qual eu mais temia: O primeiro dia de aula do Primeiro Ano do Ensino Médio. Talvez você ache que é exagero meu, mas aqui em Chicago, os alunos chamam o primeiro dia de aula de "Dia da Humilhação".

De início, era pra ser apenas um dia divertido, no qual os alunos se fantasiavam de fantasias humilhantes e engraçadas. Mas alguns alunos do terceiro ano, começaram a levar o nome muito a sério, e o que era pra ser um dia de risadas, virara um dia de choro.

E novamente, eu não estou exagerando.

Basicamente, os veteranos fazem uma rodinha e começam a julgar os calouros com xingamentos absurdos.
E eu estou com muito, muito medo.

Quando estava descendo as escadas em direção a sala, percebi que meu pai ainda não havia acordado. E em um dia comum, eu iria fazer o meu café, do meu pai e da Amelia.

Mas não era um dia comum.
Eu precisava chegar na escola cedo o suficiente e achar um lugar para me esconder dos idiotas do 2° e 3° ano.

E acredite em mim, isso não seria uma tarefa fácil. Eles com certeza iriam nos procurar por todas as partes, só para ter o prazer de nos humilhar.

Como eu sei disso? A minha meia irmã, Charlotte, estuda nessa escola desde muito novinha, e ela me conta tudo. Já eu, por azar ou sorte, entrei nessa escola há exatamente um ano atrás.

Fui surpreendida quando vi um belo café da manhã na mesa me esperando. Pude até sentir o seu cheiro me chamando para lhe comer.

- Ali, vem comer! - Não, não era o café me chamando, era Char.

-Charlotte, você acordou que horas pra preparar esse banquete? - Perguntei enquanto olhava admirada para os deliciosos pães de queijo.

- Definitivamente mais cedo que você - disse a cacheada com um olhar zombeteiro

-Ah, Claro. Você não precisa se preocupar com nenhum veterano psicopata.

- Ali, fica tranquila, eles só perturbam quem dá liberdade.

- Char, você só diz isso porque todos te conhecem e obviamente não vão mexer com você. Você é amiga de todo mundo - disse eu. Que rapidamente tentei me desfazer do sentimento de raiva, até porque, não é culpa da charlotte.

- Olha, se você quiser, eu posso ficar com você durante o momento da rodinha.

Tá, eu não queria ser humilhada na frente de todos, mas se ela ficasse comigo, aí sim que iam me encher o saco dizendo o quanto sou diferente da Jones e blá blá blá. Eu já estava quase me acostumando com essas comparações ridículas que faziam.

- Não. Não precisa - disse eu, enquanto sentava na mesa para comer.

- Tudo bem - disse ela, parecendo notar meu desconforto.

Eu e Char nos conhecemos a dois anos atrás. Quando meu pai se casou com sua mãe, Amelie. Nós nos tornamos melhores amigas, porém, confesso que no começo eu achava ela insuportável - sem ao menos conhecê-la direito - Eu achava que ela e a mãe dela seriam igual a madrasta má e as suas filhas horripilantes do filme "Cinderela".

Ok, talvez eu seja muito obcecada por filmes e livros de fantasia, mas é tudo culpa do meu pai. 

Desde pequena, ele sempre tenta dar o máximo de atenção para mim. Acho que ele faz isso, com a intenção de suprir a falta que eu tenho da minha mãe (mesmo eu nunca tendo desabafado com ninguém sobre isso).

Quando eu era mais nova, minha mãe nunca me deu a devida atenção, pois sempre estava ocupada demais cuidando dos seus pacientes no hospital.

Ela sempre foi rude comigo, sempre tive dúvidas em relação a seu amor de mãe. Na real, acho que ela nunca amou alguém realmente. Nem mesmo a mim. Hoje, odeio qualquer coisa que esteja relacionado a ela, até mesmo o sobrenome "Abrams".

Mas apesar de tudo isso, eu ainda sinto saudades, e pode ter certeza que eu me odeio por isso.

Depois de terminar o café, fui fazer minha higienes pessoais e coloquei o uniforme - Que acho que era a única coisa boa daquela escola - e fui em direção a porta, enquanto esperava Ali, que por incrível que pareça, estava atrasada. Normalmente é ao contrário, eu estou super atrasada e ela está super adiantada.

Fico de boca aberta quando a vejo descendo as escadas - Garota? Você tá linda! - digo enquanto pego o celular para tirar uma foto dela.

- Você acha? - ela pergunta enquanto faz poses. - Será que o Theo vai gostar? -

- Ah, claro. O Theo - falo em meio a risadas - Char, o Theo gosta de você até no seu dia mais desarrumada, não precisa ficar receosa em relação a isso -

- É né? Aff, ele é um fofo. Pena que não me pediu em namoro ainda - disse com um tom de choro, obviamente brincando.

- Bom, chega de falar sobre o Theo e vamos pra escola - Abro a porta enquanto a cacheada me segue.

Espero que eu passe mal no meio do caminho e precise voltar pra casa. Apesar de que não iria funcionar, pois no dia seguinte, iriam me perturbar da mesma forma.

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⏰ Última atualização: Oct 19 ⏰

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