O Jogo das Máscaras

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O clima pesado da manhã era palpável quando Juliette entrou na sala de reuniões da máfia. A mesa, longa e imponente, estava cercada por homens que ocupavam posições de poder, todos com expressões sérias e desafiadoras. A sede de poder pulsava dentro dela, e aquela era a sua chance de mostrar que estava pronta para o que vinha.

Tomou seu lugar na cabeceira da mesa, seus olhos analisando cada um dos presentes. Ao seu lado, estava seu pai, Domenico Marino, o chefe da máfia. Sua presença imponente transmitia autoridade, e Juliette sabia que todos na sala o respeitavam — e a temiam.

— Vamos dar início à reunião — anunciou Domenico, sua voz firme cortando o silêncio. — Temos muito a discutir sobre nossas operações e os desafios que enfrentamos.

Os olhares se voltaram para Vincenzo, que estava sentado na extremidade oposta da mesa. Ele se inclinou para frente, com um sorriso confiante.

— Obrigado a todos por estarem aqui. Hoje, vamos falar sobre o futuro da nossa família — começou ele, sua voz soando autoritária. — Estamos em um momento crítico, e precisamos nos unir para garantir nossa posição.

Juliette observou enquanto Vincenzo apresentava suas ideias com eloquência. Ele falava sobre o aumento da concorrência e as novas formas de controle no mercado, mas, apesar de sua segurança, ela não podia deixar de notar o tom condescendente em sua voz.

— As novas operações de contrabando estão se expandindo rapidamente. Precisamos avaliar como podemos nos inserir nesse mercado e aumentar nossos lucros — continuou Vincenzo, enquanto os homens ao seu redor acenavam em concordância.

Juliette decidiu intervir.

— Precisamos ser ousados. Ao invés de apenas nos adaptar, deveríamos também explorar novas áreas que ainda não dominamos. O comércio legítimo, por exemplo, pode ser uma maneira de fortalecer nossa influência — sugeriu, sua voz firme.

Os olhares se voltaram para ela, alguns homens a observando com ceticismo. Vincenzo não se deixou abalar.

— Com todo respeito, Juliette, você acha que a máfia deve se arriscar em negócios legítimos? Isso pode nos tornar vulneráveis — ele argumentou, mantendo seu tom desdenhoso.

— Vulneráveis ou adaptáveis? O mundo está mudando, e nós precisamos acompanhar essas mudanças — retrucou ela, mantendo a compostura.

Domenico fez uma pausa, observando a interação entre os dois.

— Juliette tem um ponto. A inovação pode nos ajudar a permanecer à frente da concorrência — ele interveio, sua voz carregada de autoridade.

Vincenzo, um pouco surpreso, voltou sua atenção para o chefe da máfia, mas não deixou de exibir um sorriso cínico.

— Mas precisamos ter cuidado, senhor Marino. Não podemos deixar que a ambição ofusque nosso julgamento.

Quando a reunião finalmente chegou ao fim, Juliette sentiu uma mistura de alívio e determinação. A luta estava apenas começando, mas ela estava decidida a não ser apenas a filha do chefe, mas uma força a ser reconhecida.

Enquanto caminhava pelos corredores do prédio, Vincenzo a interceptou, um sorriso provocador no rosto.

— Interessante sua abordagem, Juliette. Mas você sabe que a máfia não é um jogo de crianças — ele disse, com um olhar desafiador.

Ela não se intimidou.

— Não estou aqui para brincar, Vincenzo. Se você não consegue ver o potencial de nossas operações, talvez deva rever sua posição.

— E você acha que sua determinação será suficiente para enfrentar os desafios? — ele retrucou, com uma risada suave.

— A determinação é apenas o começo. Estou disposta a lutar pelo meu lugar — afirmou ela, olhando-o nos olhos.

Vincenzo a observou por um momento, seu sorriso se desvanecendo, como se ele estivesse avaliando a força que emanava dela.

— Bem, vamos ver até onde sua ambição a levará — ele respondeu, antes de se afastar, deixando-a sozinha com seus pensamentos.

Juliette olhou pela janela, observando o movimento da cidade. Sabia que o jogo de poder era complexo e que precisaria de todas as suas habilidades para sobreviver. Ao contrário dos outros, ela não tinha medo de quebrar as regras e fazer o que fosse necessário para conseguir o que queria.

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